sexta-feira, 3 de abril de 2015

MERCADO EDITORIAL » Caiu na rede, é livro

Ailton Magioli
Estado de Minas: 03/04/2015 



O editor e poeta Sebastião Nunes prevê o avanço do mercado digital

 (Maria Tereza Correia/EM/D.A Press - 29/1/09)
O editor e poeta Sebastião Nunes prevê o avanço do mercado digital


Veterano do mercado literário mineiro, no qual milita há quase meio século, o escritor Sebastião Nunes, depois de criar as editoras Dubolso, Dubolsinho e Aaatchim, lançou a Dubolso Digital para comercializar e-books com os textos publicados em formato tradicional.

“Tentaram forçar o livro digital, só que o formato ainda não emplacou. Acredito que isso vá ocorrer só daqui a cinco, 10 anos”, prevê. Nunes acabou de aderir ao projeto Nuvem de livros, que disponibiliza, via internet, títulos para empréstimo, inclusive aqueles lançados por sua empresa, que fica em Sabará.

“É como uma biblioteca. Você paga a taxa mensal ou anual e consegue baixar o texto com login e senha”, explica. Nos anos 1970, Tião Nunes iniciou-se no ramo como editor independente. “Sou muito intuitivo e personalista”, assume, contando que suspendeu as atividades da Dubolso porque se cansou de publicar literatura adulta. “Como trabalho com computador, acabei me encantando com os livros infantis e criei a Dubolso Digital”, lembra.

Até o início da década de 2000, ele publicou autores como Sérgio Sant’Anna, Glauco Mattoso, Carlos Ávila e Sérgio Fantini, além de seus próprios livros. No ano passado, Nunes criou editora virtual com o objetivo de ampliar o leque de leitores. O projeto visa tanto ao resgate digital de obras lançadas em tiragens restritas quanto a trazer ao país textos inéditos, como é o caso das fábulas do estadunidense Ambrose Bierce (1842-1914) traduzidas por Israel Jelin.

Bruno D’Abruzzo e Teresa Nunes, filha de Sebastião, são os parceiros do editor, que publica poesia, prosa e ensaios da “literatura contra a maré”, como ele gosta de dizer. Sebastião Nunes é adepto da tela e do formato tradicional. “Leio em tablet e no papel, cada qual com sua vantagem”, conta, admitindo “uma resistência tremenda” da sociedade à passagem do produto físico para o virtual.

Entre os benefícios do digital, ele aponta a comodidade e a chance de pesquisar palavras, nomes e temas, como se faz no Google. “Outra vantagem: você tem a seu dispor livros como Guerra e paz, de Leon Tolstói, que pode chegar a 1,2 mil páginas. O tablet é mais cômodo, pois aquelas 1 mil páginas estão em suas mãos, sem peso”, lembra.

Os projetos de Tião Nunes estão disponibilizados nos sites www.dubolsodigital.com.br e www.nuvemdelivros.com.br.

Adeus, menino

Adeus, menino 

  Um dos mais importantes autores do cinema, o português Manoel de Oliveira morre aos 106 anos. deixa 50 longas e o traço de uma obra sempre jovem


Estado de Minas: 03/04/2015



No palco do Teatro Lumière, em Cannes, em 2008, o cineasta Manoel de Oliveira ouve aplausos da plateia, que se colocou de pé para recebê-lo. O diretor recebeu a Palma de Ouro pelo conjunto da obra (JEAN-PAUL PELISSIER/ REUTERS)
No palco do Teatro Lumière, em Cannes, em 2008, o cineasta Manoel de Oliveira ouve aplausos da plateia, que se colocou de pé para recebê-lo. O diretor recebeu a Palma de Ouro pelo conjunto da obra


Foram muitos minutos de pé, apoiado em sua bengala. Aos 99 anos de idade, quando recebeu a Palma de Ouro pelo conjunto de sua obra no Festival de Cannes, o cineasta português Manoel de Oliveira ocupou sozinho o palco do Grande Teatro Lumière. De pé, a plateia de artistas presentes à homenagem não dava mostras de querer parar de aplaudi-lo.

Quando finalmente pôde falar, Oliveira agradeceu o prêmio e se despediu dizendo: “Cresci ao longo de um século com o cinema, e hoje sei que o cinema é que me fez crescer. Obrigado a todos. E viva o cinema!”.

Oliveira não apenas cresceu com o cinema. Ele se tornou um dos maiores autores da sétima arte. Ontem, quando morreu, aos 106 anos de idade, deixou uma filmografia de ao menos 50 longas (entre ficções e documentários) e uma assinatura reconhecível na história do cinema.

Em 2013, Oliveira precisou ser hospitalizado duas vezes. Em julho, devido a problemas pulmonares e, em dezembro, por causa de uma infecção bacteriana. O diretor também sofria de uma doença cardíaca crônica. De volta a casa, continuou trabalhando, segundo informou sua filha Adelaide Trêpa à agência France Press, esclarecendo que o pai concluíra o roteiro de A Igreja do diabo, inspirado em três contos de Machado de Assis.

ATLETISMO

Manoel Cândido Pinto de Oliveira nasceu em 11 de dezembro de 1908, no Porto, filho de uma família da alta burguesia industrial. Considerado um mau aluno, dedicou-se ao atletismo, mas só se interessou pelas artes aos 20 anos, quando ingressa na escola de atores fundada em Portugal pelo cineasta italiano Rino Lupo.

Nesse período, Oliveira rodou seu primeiro filme, o curta-metragem Douro, faina fluvial, de 1931. A estreia em um longa de ficção só veio em 1942, com Aniki bóbó, sobre a infância pobre na região do rio Douro.

Desiludido com o fracasso da primeira ficção, Oliveira abandonou outros projetos e dedicou-se aos negócios da família: vinho e indústria têxtil. Voltaria aos longas apenas duas décadas depois, com Acto de primavera (1963), recriação da Paixão de Cristo.

Conhecido por seu estilo rigoroso e reflexivo, pelas cenas longas, com câmeras fixas, ausência de música e cenas de sexo e violência, ao longo dos anos Oliveira encantou críticos de vários países, mas espantou, muitas vezes, o público português.

Até os 70 anos de idade, o cineasta português Manoel de Oliveira era apenas uma nota de rodapé nos livros de cinema. Representante de um país sem tradição cinematográfica, era autor de apenas quatro longas-metragens, alguns curtas e vários projetos não realizados.

A consagração internacional veio com Amor de perdição, em 1978. A partir daí, financiado pelo governo português, passou a filmar com maior constância. Durante a década de 1990, lançou um filme por ano, atraindo prêmios e homenagens de festivais de cinema – como Veneza e Berlim, além de Cannes.

PARCERIAS


Para qualquer outro artista, a idade avançada representaria o fim. Para Manoel, tratava-se apenas de um recomeço (mais um, numa carreira repleta deles). Dirigiu longas como Os canibais (1988), A divina comédia (1991), Vale Abraão (1993) e Um filme falado (2003) – confira outros títulos em quadro nesta página. Trabalhou com grandes atores do cinema, como John Malkovich, Catherine Deneuve e Michel Piccoli, um de seus grandes parceiros.

Após a Palma de Ouro especial pelo conjunto da obra, Oliveira voltou a Cannes com O estranho caso de Angélica, apresentado na mostra Um Certo Olhar. O longa, coprodução brasileira que narra a história de um fotógrafo contratado para tirar o retrato de uma moça morta, também abriu a 34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

O cineasta participaria da cerimônia de abertura, mas, como se recuperava de uma cirurgia para colocação de marca-passo, enviou um vídeo para compensar sua ausência.

Próximo do fundador da Mostra, Leon Cakoff (1948-2011), Oliveira costumava dividir com ele suas inquietações. Contou, por exemplo, a razão do rompimento com o produtor Paulo Branco, em 2004. O diretor achou que os direitos de exploração de sua obra em DVD e TV não estavam sendo bem negociados. “E eu preciso pensar no meu futuro”, concluiu.

Oliveira deixa a esposa, Maria Isabel Brandão de Meneses de Almeida Carvalhais, quatro filhos e cinco netos, um deles o ator Ricardo Trêpa.


FILMOGRAFIA
Confira alguns dos títulos do diretor português
. Aniki bóbó (1942)
. Acto de primavera (1963)
. Benilde ou a virgem mãe (1975)
. Amor de perdição (1978)
. Os canibais (1988)
. Non, ou a vã glória de mandar (1990)
. A divina comédia (1991)
. Vale Abraão (1993)


 (Divulgação)


. A carta (1999)


 (Renato Berta/Divulgação)


. Palavra e utopia (2000)
. Um filme falado (2003)
. Sempre bela (2006)
. Singularidades de uma rapariga loura (2009)

 (MOSTRA DE CINEMA DE SP/DIVULGAÇÃO)


. O estranho caso de angélica (2010)
. O gebo e a sombra (2012)
. Mundo invisível (segmento de do visível ao invisível) (2012)
. O velho do restelo (2014)
. Chafariz das virtudes (2014)

Mestre radical O diretor Manoel de Oliveira não fez concessões em sua obra, instigando o espectador a se abrir a novas experiências estéticas. O amor à literatura é a marca registrada de seu trabalho

Walter Sebastião

Aos 104 anos, o cineasta Manoel de Oliveira participou da comemoração dos 70 anos de seu clássico Aniki Bóbó, em Portugal


 (Miguel Riopa/AFP - 6/03/13)
Aos 104 anos, o cineasta Manoel de Oliveira participou da comemoração dos 70 anos de seu clássico Aniki Bóbó, em Portugal


“Manoel de Oliveira é o cineasta lusófono mais importante de todos os tempos. Como Fernando Pessoa e Camões, ele fez a língua portuguesa ser ouvida em todo o mundo”, afirma o jornalista Pedro Maciel Guimarães, professor do curso de cinema da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em 2010, o diretor português inspirou o doutorado do especialista mineiro na Sorbonne Nouvelle, em Paris. Pedro defendeu a tese A poética da colaboração no cinema de Manoel de Oliveira, publicada em livro na França.

O diretor português, falecido ontem, deixa como legado um cinema radical e sem concessões tanto na forma quanto nos temas, destaca o especialista. “Manoel de Oliveira quer colocar o público num lugar incandescente, que o tempo todo interpela a postura do espectador com relação à imagem, à história de Portugal, ao cinema e à arte. Por isso, ele ganhou admiradores em todo o mundo”.

Pedro Maciel Guimarães diz que Manoel foi um embaixador da cultura lusófona e destaca sua dedicação à literatura. A maioria dos roteiros de seus filmes são adaptações de peças ou romances do padre Antônio Vieira (1608-1697), de Eça de Queirós (1845-1900), e, especialmente, de Camilo Castelo Branco (1825-1890).

“É proposta de Manoel de Oliveira levar o máximo do texto desses autores para o cinema. Ao colocar a palavra deles na tela, ele cria fricções entre literatura e cinema. Seus filmes inauguram relações completamente inéditas entre cinema e literatura”, reforça Pedro.

Tal sedução levou o diretor não só a levar para as telas os últimos dias de Camilo Castelo Branco, em O dia do desespero (1992), como também fez desse escritor, conterrâneo de Manoel da cidade do Porto, personagem de vários trabalhos.

O gosto estético por autores clássicos, levado ao cinema de forma inovadora, faz com que muitos analistas considerem Manoel de Oliveira um “moderno arcaico” e “até paradoxo ambulante”, observa Pedro Guimarães. O professor lembra que o longa Palavra e utopia caracteriza o que chama de “utopia literária”. A atitude de Oliveira é radicalmente distinta de um procedimento habitual no cinema: transformar a literatura apenas em banco de dados, pinçando elementos para filmes sem compromisso com o estilo dos escritores.

De acordo com Pedro, os filmes de Manoel de Oliveira podem até ser divertidos. Mas adverte: não se trata de uma obra fácil, ligeira. Para quem não conhece os trabalhos do português, o professor sugere, como introdução, O dia do desespero e Amor de perdição.

Com relação a herdeiros estéticos do diretor, o estudioso observa que eles até existem, citando o cineasta português Pedro Costa. Entretanto, enfatiza que as práticas de Manoel de Oliveira são muito singulares, específicas de sua obra.

Intimidade ameaçadora

Levantamento da UFRJ mostra que maior parte das agressões sexuais são cometidas por homens que conhecem as vítimas, especialmente quando elas são crianças e adolescentes. Cerca de 70% dos criminosos têm total capacidade de entender gravidade do ato


Isabela de Oliveira
Estado de Minas: 03/04/2015 

Arte/CB/DA Press



Brasília – As imagens mais frequentes de um criminoso sexual são de um homem à espreita, um estranho que observa crianças no parquinho ou alguém que passa a maior parte do tempo recluso, obcecado com pornografia e sofrendo com algum transtorno psíquico. Embora registros policiais mostrem que alguns praticantes dessa forma de violência correspondam a essa representação, dados apontam que os estereótipos são mais exceção do que regra.

De acordo com estudo produzido recentemente pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em grande parte das vezes, os agressores não são tão deslocados socialmente quanto se imagina, conhecem as vítimas e não têm diagnóstico de doença mental, sendo capazes de entender a gravidade de seus crimes.

Na análise, uma equipe coordenada pelo psiquiatra Alexandre Martins Valença investigou as características sociodemográficas, as correlações clínicas, as características de comportamento criminoso e o nível de responsabilidade penal dos infratores sexuais encaminhados para avaliação psiquiátrica forense na capital fluminense. Ao todo, os pesquisadores revisaram 44 relatórios produzidos em 2008 por especialistas indicados por tribunais referentes aos crimes de estupro, tentativa de estupro, atentado violento ao pudor e exposição indecente.

O levantamento mostrou um perfil bem diferente do que ainda faz parte do imaginário de muitas pessoas. Além das características descritas anteriormente, a maior parte dos casos envolvia pessoas empregadas em tempo parcial. O único ponto que corresponde ao estereótipo é que, em todos os casos, os suspeitos eram homens. “De fato, muito eventualmente, aparece uma agressora do sexo feminino. E, às vezes, quando ocorre, o crime é cometido em parceria com um homem”, atesta Hugo Ricardo Valim de Castro, perito médico legista e chefe da Sessão de Sexologia Forense da Polícia Civil do Distrito Federal, que não participou do estudo.

Em casa A pesquisa evidencia que a violência sexual costuma, portanto, ser um crime cometido por homens contra mulheres jovens — muitas crianças e adolescentes — que eles conhecem. Dos 44 documentos analisados, 13 diziam respeito a crimes contra uma integrante da família do agressor e 12 contra pessoas próximas. Em 31,8% das vezes, a violência tinha acontecido na casa dos suspeitos.

Quanto à saúde mental, 43,2% dos homens avaliados não receberam diagnóstico de qualquer transtorno psiquiátrico, mas nove infratores foram diagnosticados com retardo mental. Em 36,4% dos casos, alguma forma de transtorno mental ou neurológico foi identificada, mas não a ponto de tirar a responsabilidade pelo ato — 70,4% foram considerados completamente responsáveis por seus crimes; 18,2% parcialmente responsáveis; e 11,4% não responsáveis, por motivo de insanidade. Em 10 casos (22,7%), o agressor estava sob a influência de álcool. O levantamento mostrou ainda que os sujeitos com distúrbios mentais ou neurológicos eram mais propensos a estar alcoolizados no momento do crime.

“Em alguns casos há doentes mentais, psicopatas, mas nem sempre. Um traço que aproxima os agressores é o fato de terem sido vítimas de violência sexual ou doméstica na infãncia. Isso é um fator que, de certa forma, predispõe o indivíduo a ter comportamento violento no futuro”, analisa Hugo Castro. Segundo ele, apesar de terem consciência de seus crimes, na maioria das vezes, não há arrependimento. “Esse não é um comportamento comum. E, muitas vezes, o agressor tem dificuldade de reconhecer que fez algo de errado. No contexto contra crianças, ele se sente no direito de praticar a violência, por ser pai ou padrasto”, observa o perito.

Cultura A observação de Castro aponta para aspectos culturais que podem favorecer a prática de crimes sexuais. Estudo conduzido pela antropóloga Rita Laura Segato, na Universidade de Brasília (UnB), por exemplo, apontou que muitos homens presos por estupro adotam um discurso moralista, no qual defendem o ataque às mulheres como um ato “disciplinador”, pois várias delas mereceriam tal “punição” por não se comportar de maneira adequada — o que pode significar, simplesmente, não usar roupas que os agressores consideram respeitáveis.

Apesar de outras pesquisas apontarem que crimes sexuais são cometidos mais por jovens entre 16 e 25 anos, no estudo da UFRJ, a idade média no momento da infração foi de 44 anos. Não se pode excluir, no entanto, a possibilidade de alguns dos acusados terem cometido outros atos antes de ser descobertos.

Quando a violência é contra crianças, diz Hugo Castro, o agressor costuma ser adulto e um pouco mais velho. E nesses casos é ainda mais comum que o criminoso mantenha uma relação afetiva com a vítima. “Não necessariamente há uma associação do uso de entorpecentes e álcool, embora o alcoolismo seja comum entre agressores do ambiente doméstico”, acrescenta o médico e policial. Segundo ele, esse perfil não tem um histórico violento, como costuma ser o do agressor fortuito, que pratica a agressão contra mulheres desconhecidas e geralmente na rua.

Segundo o perito, esses casos costumam ser praticados por indivíduos com passagem pela polícia, por roubo ou homicídio, por exemplo. Essas ocorrências são mais comuns à noite, em locais ermos, e é comum que o agressor tenha consumido álcool ou outro tipo de entorpecente.



SAIBA MAIS

Análise psiquiátrica


A avaliação da responsabilidade criminal, de acordo com o Código Penal Brasileiro, baseia-se em um conceito biopsicológico. Isso implica que a responsabilidade penal completa só pode ser excluída se o agressor estava, ao tempo da ação criminal, sofrendo de um distúrbio mental (de origem biológica) e, como consequência, era completamente incapaz de entender a ilegalidade de seus atos e evitá-los. Para tanto, a existência de um nexo de causalidade entre o transtorno mental e o delito deve ser estabelecida sem dúvida. A possibilidade de casos com responsabilidade limitada, resultantes de uma deficiência parcial de funções cognitivas, também é contemplada pela lei brasileira. No Brasil, a avaliação do estado mental no momento do delito é feita durante o processo judicial por um psiquiatra nomeado pelo tribunal. A avaliação é chamada de exame de imputabilidade penal. Aqueles isentos da culpa de seus atos ilícitos pagam a pena com tratamento involuntário em regime de internamento nos hospitais psiquiátricos forenses. No Distrito Federal , quando a Justiça conclui que o criminoso não tem capacidade de responder pelos atos, ele é condenado a medida de segurança. Isso é um tratamento que, em Brasília, é realizado na ala de tratamento psiquiátrico, uma área isolada dentro do presídio feminino.