segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Roraima - Eduardo Almeida Reis

Atesto, de ciência própria, que médicas veterinárias batavas são namoradas da melhor supimpitude


Eduardo Almeida Reis
Estado de MInas: 12/01/2015



Sempre que há notícia de Roraima, a tevê nos mostra Rondônia no mapa, sinal de que a rapaziada, em geografia, está pior que o philosopho. A última foi o troca-troca de governadores mostrando que os roraimenses andam com inveja do Império Romano.

De meia em meia hora, os tribunais eleitorais estadual e federal cassam, empossam e tornam a cassar governadores de Roraima inspirados no ano 68 d.C., conhecido pela história como Ano dos Quatro Imperadores. Depois do suicídio do imperador Nero, seguiu-se um breve período de guerra civil, a primeira guerra civil romana desde a morte de Marco Antônio, em 31 a.C. Entre junho de 68 d.C. e dezembro de 69 d.C., Roma testemunhou a ascensão e queda de Galba, Otão e Vitélio, até a ascensão final de Vespasiano, fundador da Dinastia Flaviana.

Esse período de guerra civil tornou-se emblemático nos distúrbios políticos cíclicos na história do Império Romano. A anarquia política e militar criada pela guerra civil teve sérias implicações, como a eclosão da Revolta dos Batavos. No Brasil, séculos depois, Vespasiano virou município mineiro e Batavo, marca de produtos lácteos, enquanto no planeta é adjetivo e substantivo masculino relativo a ou indivíduo dos batavos, povo germânico que na Antiguidade se fixou no delta do Reno, onde hoje estão os Países Baixos. Atesto, de ciência própria, que médicas veterinárias batavas são namoradas da melhor supimpitude.

Sumiço
Na quinta-feira, 27 de novembro, o médico Roberto Gomes, de 67 anos, foi a São Paulo para lançar na Assembleia Legislativa a segunda edição de um livro seu. Dia seguinte, fechou a conta no hotel em que estava hospedado e deixou seus pertences no guarda-volumes do estabelecimento com o celular e saiu para passear. Só tinha passagem de avião de volta para Vitória (ES), onde mora e trabalha, marcada para a tarde de sábado. A partir daquela sexta-feira, ninguém mais teve notícias do doutor Roberto. A polícia paulista informou à imprensa que, entre agosto e outubro do ano passado, 2.614 pessoas desapareceram na Grande São Paulo. Parentes e amigos do médico fizeram buscas em todos os hospitais e albergues, aventando a hipótese de um surto provocado por antialérgico muito forte que ele estava tomando. Quatro dias depois, o assunto foi esquecido pela mídia ocupada com o Congresso de cócoras, como se fosse grande novidade.

A esmagadora maioria dos brasileiros ainda se põe de cócoras para fazer cocô e a base aliada de dona Dilma, ao continuar de cócoras, fatura milhões de reais num decreto chantagista. Nos Anos de Chumbo (sic), o desaparecimento de pessoas era atribuído ao governo militar presidido por oficiais generais tão burros, que saíram pobres de Brasília. Nos Anos Dourados da democracia, continuam desaparecendo pessoas, mas nunca supus que em três meses, só na Grande São Paulo, pudessem sumir duas mil seiscentos e quatorze.

Fato
A 736,2 quilômetros de Belo Horizonte, pela BR-040, fica a capital de um país notabilizado pelos atos ardilosos, enganosos, de má-fé, com o intuito de lesar ou ludibriar outrem, ou de não cumprir determinados deveres. Um país que falsifica marcas, produtos industriais, documentos e o mais que possa falsificar, de agrotóxicos a combustíveis, diplomas, carteiras e até drogas, que não têm o grau de pureza desejado pelos dependentes. País especializado na exportação de drogas puríssimas escondidas em peças de madeira, na introdução clandestina de mercadorias estrangeiras sem o pagamento dos devidos tributos na alfândega, em fraudar concorrências, licitações, concursos e o mais que se possa imaginar, sem prejuízo do inimaginável.

Pois muito bem: este país utiliza urnas eletrônicas em suas eleições e acredita na inviolabilidade dos equipamentos utilizados, quando é sabido que no resto do planeta os hackers, em português ciberpiratas, invadem os mais sofisticados sistemas militares e políticos. Diante disso, não é de admirar que os habitantes do referido país acreditem piamente nos poderes milagrosos das toalhinhas empapadas do suor daquele pastor que transpira abundantemente.

O mundo é uma bola
12 de janeiro de 1431: tem início em Rouen o processo contra Joana D’Arc, acusada de bruxaria.
Em 1616, Francisco Caldeira Castelo Branco, nascido no Crato, distrito de Portalegre, Portugal, funda a cidade de Belém do Pará.

Em 1759, Sebastião José de Carvalho e Melo, secretário de Estado do rei dom José I, manda expulsar os jesuítas de Portugal. Algo deveriam aprontar os jesuítas nos países em que se meteram, porque viviam sendo expulsos.

Em 1807, parte da cidade de Leyden, na Holanda, é destruída pela explosão de um navio mercante que transportava pólvora.

Em 1816, por lei do governo francês, toda a família Bonaparte é afastada da França.

Em 1865, o marquês de Caxias assume o comando supremo das forças aliadas na Guerra do Paraguai.

Em 1896, o médico Henry Louis Smith faz o primeiro exame de raios X depois de dar um tiro na mão de um cadáver. A chapa mostrou a bala alojada no defunto.

Em 1923, lançamento nos Estados Unidos da revista Time.

Ruminanças
“Os romanos tinham pouca vida interior porque não usavam botões” (Mário Quintana, 1906-1994).

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