sábado, 30 de agosto de 2014

TeVê

TV paga

Estado de Minas: 30/08/2014

 (MGM/New Line/Divulgação)

Monstros e fantasmas


Indicado ao Oscar 2014 em três categorias – efeitos visuais, edição de som e mixagem de som –, O hobbit: a desolação de Smaug (foto) estreia hoje, às 22h, no Telecine Premium. O segundo filme da franquia baseada no livro O hobbit, de J. R. R. Tolkien, é um dos destaques do pacote de cinema, ao lado de Sobrenatural: capítulo 2, também às 22h, na HBO, dando sequência ao terror vivido pelo casal Lambert, interpretado por Patrick Wilson e Rose Byrne.

A Pantera Cor-de-Rosa
domina o Telecine Cult


 “Igualdade racial” é o tema da sessão Dupla emoção do Telecine Touch, com a exibição de Estrada para a glória (15h25) e Duelo de titãs (17h35). No Telecine Cult, quem manda é o atrapalhado inspetor Jacques Clouseau, numa maratona com os filmes Um tiro no escuro (12h15), O retorno da Pantera Cor-de-Rosa (14h10), A trilha da Pantera Cor-de-Rosa (16h15), A maldição da Pantera Cor-de-Rosa (18h) e O filho da Pantera Cor-de-Rosa (20h10). No A&E, Will Smith estrela a sessão dupla, com Sete vidas (20h) e À procura da felicidade (22h30).

Muitas alternativas na
programação de filmes


Na faixa das 22h, o assinante tem mais quatro boas opções: Cine Holliúdy, no Canal Brasil; Cartas insignificantes e crimes de amor, no Futura; Lanterna Verde, na HBO 2; e Plano B, no Megapix. Outras atrações da programação: A flor do meu segredo, às 20h, no Arte 1; Meu nome não é Johnny, às 21h, no AXN; Encurralados, às 21h, no Cinemax; Como água para chocolate, às 21h30, no Sony; Sucker Punch – Mundo surreal, às 22h30, no Space; X-Men – Origens: Wolverine, também às 22h30, no FX; e O resgate de um campeão, às 23h50, no MGM.

La nouba, do Cirque du
Soleil, está no Film&Arts


O espetáculo La nouba, do Cirque du Soleil, é a atração que o Film&Arts reservou para hoje, às 20h. O show fala dos sonhos humanos e das situações inusitadas que acontecem enquanto sonhamos, despertando no público a alegria e o prazer das paixões.

Pacote musical tem para
todos os tipos de público


Na Cultura, o músico DJ Tudo é o convidado do programa Cultura livre, apresentado por Roberta Martinelli, às 17h30. No mesmo canal, às 22h, a série Clássicos apresenta um concerto da Filarmônica Bachiana Sesi-SP, regida por João Carlos Martins e John Boudler, gravado na Sala São Paulo em 1º de julho deste ano. No Multishow, a partir das 22h, vai rolar a segunda noite do Festival de Inverno da Bahia, diretamente de Vitória da Conquista, com as bandas CPM 22, Natiruts e Paralamas.

CARAS & BOCAS » Um flagra e tanto!
Simone Castro
 (Ellen Soares/TV Globo)

Jonas (Murilo Benício) e Verônica (Taís Araújo) são surpreendidos por Pamela (Cláudia Abreu) (Ellen Soares/TV Globo)
Jonas (Murilo Benício) e Verônica (Taís Araújo) são surpreendidos por Pamela (Cláudia Abreu)


Já em crise, o casamento de Jonas Marra (Murilo Benício) e Pamela Parker (Cláudia Abreu) desandará de vez com o flagra que a atriz dará no marido e na amante, Verônica (Taís Araújo), em Geração Brasil (Globo). Tudo começa quando Pamela recebe um vídeo anônimo que revela o envolvimento do empresário e da jornalista. Ela não sabe, mas quem enviou o material foi Herval (Ricardo Tozzi), inimigo de Jonas. Logo, o telespectador vai descobrir que Herval é um ex-sócio do empresário, que o passou pra trás. Desde então, jurou vingança. Depois de uma dica maliciosa de Gláucia (Renata Sorrah), Pamela decide ir até a casa de Verônica para ver com os próprios olhos se o marido está tendo um caso. E a confirmação vem na hora. Ao chegar ao local, Pamela é recebida pelo próprio Jonas e ainda pega um beijo rápido de despedida entre o casal. Sem perder a classe, mas ríspida, ela revela que já sabe que o marido estava com a jornalista em Brasília enquanto ela cuidava do pai, Jack Parker (Miele), adoentado, na Califórnia (EUA). Ao sair do apartamento da rival, transtornada, na volta para casa,
Pamela perde a direção do carro e sofre um grave acidente.

BOLA NA ÁREA REVÊ TODOS
OS LANCES DO BRASILEIRÃO


O Bola na área deste sábado, às 12h15, na TV Alterosa, traz mesa-redonda com debates sobre a rodada do Brasileirão. A atração, comandada por Péricles de Souza, conta com a participação de jornalistas da Rádio Guarani e do Estado de Minas.

DUNGA ANALISA FUTURO DA
SELEÇÃO NA BANDEIRANTES


O técnico da Seleção Brasileira, Dunga, é o convidado do Canal livre deste domingo, à meia-noite, na Band. O time embarca na semana que vem para Miami (EUA) para o primeiro amistoso do Brasil depois da Copa, em 5 de setembro. O treinador conta um pouco das expectativas e das estratégias para a estreia contra a Colômbia, de James Rodriguez.

CANAL BRASIL CONVERSA COM
NELSON PEREIRA DOS SANTOS


O cineasta Nelson Pereira dos Santos venceu como melhor longa-metragem documentário no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro com o filme A luz do Tom, sobre a vida e obra de Antônio Carlos Jobim. Ele falou sobre cinema nacional ao Cinejornal, que vai ao ar neste sábado, às 21h, no Canal Brasil (TV paga).

CALDEIRÃO VAI TER CANJA DO
CANTOR MILTON NASCIMENTO


O cantor e compositor Milton Nascimento participa do Caldeirão do Huck (Globo) neste sábado. Com mais de 50 anos de carreira, o artista se une à Banda Vitalina Corrêa, composta por jovens da cidade de Cordisburgo, em Minas Gerais, para uma emocionante interpretação de Canção da América. O motivo do encontro é o quadro “Um por todos e todos por um”, que nesta semana conta a história do sargento da Polícia Militar e presidente da orquestra, Leonardo Leandro Souza Diniz, que decidiu reerguer a antiga banda da cidade como forma de utilizar a música como ferramenta de transformação social para jovens e adultos. Ele ainda realizou um sonho antigo e teve a oportunidade de assistir a um concerto do tenor Plácido Domingo, no Rio de Janeiro.

MELHOR DO MUNDO

A atriz e humorista Fafy Siqueira responde às perguntas de Thammy Miranda, Val Marchiori, Dani Bolina e Penélope Nova do quadro “Elas querem saber”, do Programa Raul Gil deste sábado, no SBT/Alterosa. Fafy fala sobre teatro, televisão, crises e vida pessoal. “Eu era cantora de festival”, disse sobre o início da carreira, ressaltando que sempre priorizou a profissão. “O teatro é minha missão”, afirmou. Fafy também revelou que quem a lançou como humorista foi Carlos Alberto de Nóbrega. “Fui muito mais feliz em A praça é nossa do que na Escolinha do professor Raimundo”, confessa.
Fafy admite que não gosta de fazer stand-up” e classifica o humor brasileiro como o melhor  do mundo. Ao ser perguntada se é casada, diz que “está à procura” e afirma: “Não tenho filhos e nunca quis tê-los”.

VIVA
O show de Cláudia Abreu no espetáculo à parte que Pamela promoveu em Geração Brasil, durante o jantar de negócios e noivado em sua casa.

VAIA
Núcleos fora do principal de Boogie Oogie  (Globo) precisam ganhar tramas mais interessantes. Só a história da troca de bebês já está cansando. 

Artistas octogenários surpreendem os fãs com novos projetos.‏

Sem descanso Artistas octogenários surpreendem os fãs com novos projetos. Em setembro, o canadense Leonard Cohen lança disco de inéditas, depois de expor gravuras e se desdobrar em turnês


Mariana Peixoto
Estado de Minas: 30/08/2014



Almost like the blues, single do CD de Leonard Cohen, chama a atenção do mundo

 (Fabrice Coffrini/AFP)
Almost like the blues, single do CD de Leonard Cohen, chama a atenção do mundo


Durante o show de gravação do CD e DVD Live in London, o cantor, compositor e poeta canadense Leonard Cohen contou para o público sobre a conversa que teve com um antigo professor. Durante o drinque que tomaram juntos, o mentor disse, sem meias palavras: “Desculpe-me por não ter morrido”. Na época do encontro, ele contava com 97 anos; no dia deste relato, ele devia ter 102. Voltando-se para a plateia, Cohen arrematou, com uma dose de ironia e nenhuma de melancolia: “Bem, é mais ou menos assim que me sinto”. Esse fato ocorreu quando o cantor tinha 74 anos. Em 21 de setembro, ele completa 80. Dois dias mais tarde, lança o álbum Popular problems, com repertório inédito.

O lançamento virtual do primeiro single, Almost like the blues, vem causando burburinho. Mestre da canção – um dos últimos grandes da língua inglesa, ao lado de Bob Dylan e do conterrâneo Neil Young –, Cohen, é sabido, foi roubado por sua antiga empresária, perdendo quase tudo o que ganhou. Voltou a gravar com regularidade, fez exposições para vender suas gravuras e, mais importante, passou a fazer turnês como um garoto – na mais recente, que rodou EUA e Europa até o ano passado, era capaz de ficar pouco mais de três horas em cena, com apresentações sempre esgotadas e impecáveis. Almost like the blues é pura desesperança – como o são algumas das letras do bardo –, falando de guerra, incêndio, estupro, assassinato e pequenas mortes que todos sofremos ao ver tanta degradação.

Para os milhares que o cultuam – mais hoje do que 30, 40 anos atrás –, a voz parece ainda mais descarnada, com graves muito acentuados. Quem o ouve agora, ao descobrir os primeiros registros de canções antológicas como Suzanne, So long, Marianne e Sisters of mercy em seu álbum de estreia, Songs of Leonard Cohen (1967), pode achá-los quase irreconhecíveis. As mudanças na voz de Cohen, no entanto, caem como uma luva para a densidade de suas letras. Melhor aos 80 do que aos 40, não é exagero dizer. E a verdade é que o canadense não está sozinho. Não é preciso ir muito longe para encontrar outros artistas de sua geração, quando não mais velhos, ainda em ação. Com prazer e vitalidade.

NO PALCO


» Bibi Ferreira completou 92 anos, em junho, com o show Bibi, histórias e canções. Já tem agenda cheia até o fim de 2015 com um novo espetáculo em que interpreta o repertório de Frank Sinatra.

» Tony Bennett, que chegou aos 88 no início deste mês, também lança álbum em 23 de setembro. Cheek to cheek, novo projeto de duetos, desta vez com... Lady Gaga. Há a promessa de uma turnê com a dupla.

PERCUSSÃO » Naná em Inhotim

PERCUSSÃO » Naná em Inhotim


Estado de Minas: 30/08/2014

 (Otávio de Souza/divulgação)
O percussionista pernambucano Naná Vasconcelos (foto) passa o fim de semana em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Hoje, às 15h, ele vai ministrar oficina para crianças e jovens das comunidades quilombolas de Marinhos e Sapé. Os alunos serão convidados a criar sua própria música apenas com os pés e as mãos, sem instrumentos.

Amanhã, às 15h, o pernambucano, considerado um dos percussionistas mais criativos do mundo, vai fazer show no Instituto Inhotim. Ele vai se apresentar com o multi-instrumentista Lui Coimbra. Inhotim fica em Brumadinho, com acesso pelo km 500 da BR-381. Hoje e amanhã, o instituto funciona das 9h30 às 17h30, com ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Crianças até 5 anos não pagam. Assinantes do Estado de Minas têm 50% de desconto na compra de dois ingressos.

ARNALDO VIANA » Elucubrações‏

Estado de Minas: 30/08/2014 





De quatro em quatro anos, na campanha das eleições para as cadeiras legislativas do país, a conversa é a mesma: honestidade, saúde, educação, segurança e transporte de qualidade. De quatro em quatro anos, nada muda na saúde, na educação. E a questão da honestidade passa longe de ser deixada de lado. Coitados dos aposentados. Há sempre representantes daqueles que contribuíram décadas e décadas com a Previdência e foram transformados em pensionistas por tempo de contribuição ou de serviço. Ou por ambos os quesitos. E nunca, nunca nem um aposentado sequer viu sua minguada vida mudar.

Inventaram o horário eleitoral gratuito para mais de 200 milhões de brasileiros ouvirem as promessas de centenas (ou seriam milhares?) de concorrentes, estreantes ou postulantes a novo mandato falarem do que não farão, porque não fariam mesmo ou prometeram o que não lhes é de competência. Se o discurso não muda, o que mais mudaria na política? Há aqueles que já estão sentados nas cadeiras há quatro legislaturas e o programa é igual ao apresentado na primeira campanha. Um desses, que já ocupou cargo em corporação policial federal, está de volta falando em trabalhar pela segurança. Ele já foi oficial da área de segurança e está há 20 anos travestido de parlamentar. A insegurança está sempre em alta. Cara de pau esse candidato ou não passa de um folgado?

No dia em que os caras foram eleitos, 80 mil, 100 mil ou mais pessoas acordaram pensando em cada um deles. Foram lá, apertaram o botão eletrônico e os elevaram a representantes do povo. Assentados no cargo, eles não pensam em nenhuma daquelas 80 mil, 100 mil ou mais almas desesperadas nas filas dos postos de saúde e do transporte coletivo ou que passam o mês se equilibrando em mais despesas do que dinheiro.

Mesmo se houver boa intenção na promessa e o prometido for de competência do parlamentar, que, de repente, pensou naqueles que o elegeram, ele sozinho não acrescenta nada às necessidades da sociedade. É preciso que a maioria do plenário o acompanhe na ideia. E é aí, como diz um velho senhor do Vale do Mucuri, calejado de tanta frequência às urnas, que a porca torce o rabo. Talvez a melhor oferta no horário eleitoral gratuito, em cartaz no rádio e na TV, seja a daquele cidadão ainda jovem: “Não sei o que faz um deputado, mas posso vir a saber se você votar em mim”. É mais ou menos isso o que diz.

Vai aprender, sim. Vai aprender que no Parlamento não vale apenas a boa intenção. Foi o que ocorreu com um ex-jogador de futebol. Cidadão de qualidade. Botou o nome de craque na campanha e ganhou a eleição. Entrou no gabinete cheio de projetos voltados para a solução de uma porção de pendências das camadas mais humildes da população. Gente que naqueles tempos, antes das arenas, frquentava a geral e a arquibancada para idolatrá-lo. Ao fim de quatros anos, saiu sem aprovar nada. E decidiu não se recandidatar.

Será que ele não se sentiu leal ao eleitorado? Nada disso. Numa conversa íntima, o sujeito que encantara multidões nos estádios e não conseguira convencer ninguém como político contou por que não buscou a reeleição. “Lá funciona assim: o parlamentar novato tem que se juntar a uma das bancadas que representam grandes interesses econômicos, religiosos ou políticos. Se você não se unir a tudo aquilo que se repudia aqui fora, não consegue aprovar nada. Passa a ser totalmente ignorado. Não quis compactuar com isso.”

Conversa de Negão:

Deu no jornal que a campanha do balde de gelo fracassa em Minas. As doações não pagam uma cesta básica. Faz sentido. O que mais há neste chão mineiro é pão-duro. Amigo do Negão, escritor, convidado a entrar na onda, vai esperar chover granizo para encher o balde. Imaginem, então, quanto vai doar...

>> arnaldoviana.mg@diariosassociados.com.br

Eduardo Almeida Reis - Noticiário‏

Café tomado, ligo a tevê e sou informado de que o preço das placas dos automóveis em BH varia de R$ 0 a R$ 120. Você, leitor, já ouviu notícia mais importante

Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 30/08/2014



Sol tímido, manhã de céu azul ainda muito fria depois de vários dias plúmbeos. Seria melhor jornalismo dizer que os dias foram acinzentados. Afinal, acinzentado é do conhecimento geral, mas prefiro plúmbeo, adjetivo que entrou em nosso idioma no ano de 1572: tristonho, pesado, soturno, que tem a cor de chumbo, em latim plumbèus,a,um “de chumbo, feito de chumbo, plúmbeo”.

Dentes escovados, boca bochechada, agasalhado, chego à cozinha e ligo o rádio para ouvir que em Ibirité, Região Metropolitana de Belo Horizonte, o menino Keven, de dois anos, que apareceu morto dentro do sofá da casa de um tio, foi assassinado pela mãe de 19 anos. Em seguida, depoimentos gravados do pai de Keven, do tio de Keven – desligo o rádio, olho pela janela e vejo que o céu voltou a ficar plúmbeo.

Café tomado, ligo a tevê e sou informado de que o preço das placas dos automóveis em BH varia de R$ 0 a R$120. Você, leitor, já ouviu notícia mais importante? Como sobrevivemos, o leitor e o philosopho, sem saber dos preços das placas? Tudo filmado em cores, entrevistados os donos dos veículos depois que compraram as placas. Assunto importantíssimo: o sujeito gasta R$120 numa placa, que deve durar anos, passa pelo posto e bota R$120 de gasolina, que acaba no dia seguinte.

Termina o noticiário estadual, começa o nacional com a notícia de que em Batatais (SP) as carnes nobres da merenda escolar têm sido desviadas para os churrascos de autoridades municipais. O filé vai para os graúdos em almoços de até 500 convidados e a muxiba entra na merenda escolar. Desligo o televisor com o céu plúmbeo, o país soturno e o philosopho tristonho.

Progresso

Não deu para entender a irritação de quatro excelentíssimos ministros, em Brasília, diante da notícia de que o país melhorou sua posição no ranking do IDH, Índice de Desenvolvimento Humano. Ocupamos, agora, o 79º lugar na lista de 179 países. Na penúltima aferição ocupávamos o 80º lugar, sinal de que neste último ano subimos um posto. Nessa toada, em 2033 alcançaremos o IDH de Palau, que ninguém sabe onde fica.

Atualmente, a Noruega lidera o IDH com 0,944. Entre os 10 primeiros países, a Austrália em 2º, a Nova Zelândia em 7º e o Canadá em 8º foram colônias britânicas. Ex-colônia portuguesa, estamos à frente de Angola (149º) e de Moçambique, que ocupa o 178º lugar com IDH 0,383.

Cinco lugares à frente do Brasil temos o Sri Lanka, que já foi o Ceylão depois de ter sido a Taprobana. Aprendemos no colégio, estudando Camões, que as armas e os varões assinalados, por mares nunca de antes navegados, passaram inda além da Taprobana, tendo partido da ocidental costa lusitana.

Israel está em 19º lugar, IDH 0,888, mesmo bombardeado pelo antissemitismo midiático por se defender dos foguetes do Hamas. Escrevi hamás e o corretor de textos do Windows 7, produzido pelo semita Bill Gates, modificou para Hamas, mas a pronúncia na tevê é oxítona. Chego às 215 palavras sem saber onde fica Palau, culpa da internet fora do ar nas últimas cinco horas. Com ou sem internet, é assustador o antissemitismo de nossa mídia, refletindo a aversão aos semitas, especialmente aos judeus.

Sim, porque semita, adjetivo e substantivo de dois gêneros, é relativo ao grupo étnico e linguístico ao qual se atribui Sem como ancestral, e que compreende os hebreus, os assírios, os aramaicos, os fenícios e os árabes. Eles mesmos, os árabes do Hamas. Os Emirados Árabes Unidos, com IDH 0,827, ocupam o 40º lugar no tal ranking e o Catar o 31º com IDH 0,851, em vésperas de sediar uma Copa da Fifa. O Líbano, com terroristas, explosões, guerras civis, refugiados, vizinho da Síria, tem IDH 0,765, 15 posições à frente de um país grande e bobo.

Quando falei de Camões fiquei devendo o Velho do Restelo, que assessores maldosos incluem nos discursos de oradores que não têm a menor noção do que leem. O pacientíssimo leitor não pode fazer ideia da complexidade da figura camoniana, como também não fazia o seu philosopho antes de estudar o assunto. Estudo que me deixou rigorosamente na mesma. Há livros inteiros, desde Manuel Correia, em 1613 e Faria e Souza, em 1639, há toda uma biblioteca tentando explicar o Velho do Restelo.

O mundo é uma bola

30 de agosto é dia bom para eleger papas. Em 257 foi eleito Sisto II e em 1464 foi eleito Paulo II. Em 1836, fundação de Houston, Texas, EUA. Invejosos, os cearenses fundaram Pereiro em 1842. Em 1875 ocorre o Motim das Mulheres em Mossoró (RN), mas há quem diga que foi no dia 4 de setembro. Cerca de 300 mulheres saíram em passeata pelas ruas, fizeram refém o escrivão de paz e rasgaram em praça pública o livro e os papéis que recrutavam seus maridos para o Exército e a Marinha. Armadas com paus e pedras, invadiram repartições públicas e delegacias, provando que naquele tempo as mossoroenses gostavam dos seus maridos.


Ruminanças

“Uma ópera é quase sempre um amor desastrado entre pessoas gordas” (Guilherme Figueiredo, 1915-1997). 

O Brasil preparado para o ebola - Jarbas Barbosa da Silva Júnior

Jarbas Barbosa da Silva Júnior
Médico epidemiologista, mestre e doutor em saúde pública pela Unicamp, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde
Estado de Minas: 30/08/2014 



O vírus ebola foi identificado pela primeira vez em 1976, no então Zaire. Produz uma doença muito grave, com letalidade que pode alcançar até 90%. Um surto típico inicia-se quando uma pessoa entra em contato com a carne crua, sangue ou secreções de um animal infectado. A partir desse primeiro caso, pessoas que tenham contato direto com seu sangue ou outros fluidos corporais, bem como objetos ou superfícies contaminadas, podem ser infectadas, passando a alimentar uma cadeia de transmissão.

O surto atual, que desde dezembro de 2013 produziu 1.975 casos e 1.069 mortes, apresenta uma duração maior, se comparado a epidemias anteriores. Isso é consequência da dificuldade que esses países da África Ocidental têm para implantar as medidas básicas, capazes de impedir a transmissão.

Tal situação levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência de saúde pública mundial, medida que tem como finalidade passar a clara mensagem de que esses países, sem ajuda internacional, não conseguirão conter a epidemia. O Brasil atendeu ao apelo, enviando aos países afetados 15 toneladas de medicamentos e de materiais médicos, além de doar recursos na ordem de R$ 1 milhão.

A medida humanitária é a melhor maneira de proteger, não apenas o Brasil, como também outros países, contra a ameaça do Ebola. Ou seja, a ideia é conter rapidamente o surto em sua fonte para eliminar a possibilidade de exportação de casos.

Vale ressaltar que o Brasil está preparado para detectar e responder, de maneira rápida e eficaz, a uma eventual situação de viajante internacional com a doença, única possibilidade real de lidarmos com o ebola. As características dessa doença não apontam como factível a ocorrência de surtos no Brasil ou em outros países fora do continente africano.

O Brasil vem fortalecendo sua preparação para a detecção e resposta às emergências de saúde pública, utilizando as mais modernas estratégias e tecnologias disponíveis e as lições aprendidas com emergências reais, como a pandemia de influenza de 2009. Dispomos de um Plano de Preparação e Resposta para Emergências de Saúde Pública que vem sendo utilizado, na vida real, para o monitoramento dos grandes eventos de massa que tivemos em 2013 e 2014 e no atual momento. Ativamos nosso Centro de Operações de Emergências em Saúde para acompanhar, com informações fidedignas prestadas pela OMS, a situação epidemiológica do surto. Isso nos permite realizar cuidadosa avaliação de risco e adotar as medidas adequadas à proteção do nosso país. Atualizamos e divulgamos as orientações técnicas, procedimentos e normas para as duas possibilidades de casos em viajantes internacionais: alguém que adoeça durante a viagem ou alguém que realize a viagem durante o período de incubação.

Nosso país dispõe de hospitais de referência para atender a um eventual caso importado, em condições seguras. Além disso, temos laboratórios capazes de realizar exames de confirmação de casos. Dispomos também de pessoal capacitado em distintas áreas, desde o correto gerenciamento de situações de crise até o acondicionamento seguro de materiais biológicos de alto risco, como o vírus ebola.

Estar preparado não significa baixar a guarda. Em situações como essa, a primeira regra da boa preparação é continuar alerta, avaliando a situação real e adotando todas as medidas adequadas a cada momento.