quinta-feira, 12 de junho de 2014

TeVê

TV paga

Estado de Minas: 12/06/2014



 (Paris Filmes/Divulgação)
Para beijar muuuiiito!

A abertura da Copa do Mundo rivaliza hoje com o Dia dos Namorados. Para quem quer curtir um romance, as opções são muitas, a maioria na rede Telecine. No canal Pipoca estão as produções mais recentes, como A hospedeira (19h45) e Meu namorado é um zumbi (22h), com o estranho casal formado por Nicholas Hoult e Teresa Palmer (foto). No canal Touch, os destaques são O amor acontece (20h) e a clássica comédia Harry & Sally – Feitos um para o outro (22h). No Fun, O ex-namorado da minha mulher (20h15) e Como agarrar meu ex-namorado (22h). No Cult, Um dia a casa cai (22h).

Muitas alternativas na
programação de filmes


Outros canais também entram no clima, como o Megapix, que anuncia Armações do amor para as 22h35. Na Cultura, à meia-noite, vai ao ar o clássico Anna Karenina, que Julien Duvivier rodou em 1948, com Vivien Leigh no papel principal. Às 22h, o assinante tem mais cinco boas opções: Amizade colorida, na HBO 2; Dois é bom, três é demais, no Studio Universal; A última profecia, na MGM; O futuro, no Max; e Em nome do pai, no TCM. E ainda: Separados pelo casamento, às 20h40, na TNT; e Bodas de papel, às 21h30, no Arte 1.

Pacotão musical vai de
McCartney a Ed Sheeran


Para embalar o namoro, muita música. Às 22h, a MTV apresenta o especial 9 dias e 9 noites com Ed Sheeran, para os fãs do mais novo astro do pop internacional. A emissora ainda abre espaço para a Gangue do Eletro no Coletivation, às 20h. No Multishow, a atração é John Mayer, ao vivo em Los Angeles, às 18h, e na sequência tem uma edição especial do TVZ, às 19h. Já o canal Bis emenda dois shows exclusivos de grandes nomes do rock: às 21h, Paul McCartney no lendário Capitol Studios, em Hollywood, com participações de Diana Krall e Stevie Wonder; seguido de Rod Stewart em Basel, na Suíça, às 22h.

A paixão pelo futebol é
tema de documentários


O futebol é destaque não apenas nos canais esportivos. No Futura, às 14h35, o Sala de notícias exibe o documentário Quatro brasileiros, uma copa – A copa no quintal, de Veerle Denissen. Às 17h, é a vez de Paixão do brasileiro pelo futebol, feito em parceria entre a alemã Greta Hamann e a brasileira Juliane Oliveira, em que meninos, meninas, profissionais ligados ao esporte e amadores contam como a bola é importante em suas vidas. No SescTV, bem cedo, às 11h, será exibido Vida de campeão, na faixa CurtaDoc, e às 23h, “A rua e a peneira”, episódio da série HiperReal, de Kiko Goifman. Já o canal Off segue seu caminho torto com o remador Pedro Oliva na Noruega, com os parceiros
 Ben Stokesberry e Chris Korbulic, às 23h30.

Curta! promove encontro
com Lacan na intimidade


Por fim tem o canal Curta!, com duas atrações interessantes. Às 21h30, o documentário Encontro com Lancan mostra o cotidiano do psicanalista e psiquiatra por meio de relatos de seus pacientes, alunos, amigos próximos e família. Já às 22h30, no segundo episódio de Lutas.doc, de Luiz Bolognesi, “Os rebeldes” mostra que a rebeldia se manifesta de duas maneiras: confronto físico e armado ou na sublimação artística.

CARAS & BOCAS »
Simone Castro

Leopoldo Siqueira comanda programa esportivo, que está na linha de frente da cobertura do Mundial (Euler Júnior/EM/D.A Press)
Leopoldo Siqueira comanda programa esportivo, que está na linha de frente da cobertura do Mundial

Bancada temática, clima na cidade com total interação com os torcedores. O Alterosa esporte também vai cobrir a abertura hoje da Copa do Mundo, em São Paulo. A atração está na linha de frente, trazendo todos os lances, as jogadas, o grito de gol. Para começar, a largada para o maior evento esportivo do planeta vai “casar” com outra data bastante significativa: o Dia dos Namorados. E a bancada virá a caráter. Paulo Roberto Prestes (Atlético), Jair Bala (América) e Vibrantinho (Cruzeiro) vão contar como dividir com suas mulheres uma data tão romântica com a paixão pelo futebol. Haja drible! O apresentador Leopoldo Siqueira adianta que a bancada temática vai aparecer a cada jogo de acordo com o local das partidas, especialmente da Seleção Brasileira. O noticiário vai mostrar a repercussão do Mundial nos clubes da cidade, como o Atlético, que alugou seu centro de treinamento à Seleção Argentina e se mudou para a Vila Olímpica, se preparando para uma excursão à China. E aí, como estão os treinos? Com um pé na estrada e outro na Copa, como os jogadores estão acompanhando a disputa? As equipes do Alterosa esporte farão marcação cerrada em todos os lances, deixando o telespectador conectado ao dia a dia de seu time do coração. Hoje, abertura do Mundial, Dadá Maravilha comentará direto da Granja Comary, enquanto no bar Camisa 12 a bancada democrática com Bolívar (Atlético), Toledo (América) e Serginho (Cruzeiro) vai interagir com a galera. É o Alterosa esporte a todo vapor rumo ao hexa do Brasil!

PÚBLICO VAI INTERAGIR
COM GERAÇÃO BRASIL


A dupla Manu (Chandelly Braz) e Davi (Humberto Carrão) mais uma vez passou a perna no esperto Jonas Marra (Murilo Benício), em Geração Brasil (Globo). Resultado: na disputa do reality show, eles conceberam um único aplicativo, batizado de Filma-e. Trata-se de um game em que o usuário precisa cumprir tarefas. A cada dia, o casal propõe um desafio temático para vídeos de até cinco segundos. Os mais curtidos ficam em destaque. Manu gravou um desafio-teste com Murphy, Tommy Lee, Will Smith, entre outros. Como deveria escolher um dos dois para se tornar o “novo Jonas Marra”, o empresário apostou na proposta e deu nova chance ao casal, transferindo a final do concurso para dia 23. Tarefa dos participantes? Eles devem tornar o aplicativo Filma-e um sucesso. Se conseguirem, os dois assumirão a diretoria da Marra Brasil. Manu e Davi já lançaram o primeiro desafio do aplicativo: imitar a famosa dança do apresentador Shin-Soo. Para tanto, o telespectador interessado deve baixar o aplicativo (instruções no site oficial da novela) e fazer a dancinha do Shin. Todos os dias, até a véspera da final, 21 de junho, Manu e Davi lançarão desafios.

 (Roberto Nemanis/SBT)


ASTRO MEXICANO

O belo ator Jaime Camil é o entrevistado de Danilo Gentili no The noite desta quinta-feira, a partir da meia noite, no SBT/Alterosa. O astro mexicano está em cena na novela A feia mais bela, atualmente exibida na emissora, às 17h. Segundo ele, gostou da dublagem em português de seu personagem e revelou que assistiu a trechos de seu outro sucesso por aqui, Por ela sou Eva, também do canal de Silvio Santos. Danilo, claro, não perdeu a oportunidade de brincar com Jaime sobre a personagem Eva: “Ela tinha um corpão, hein?! E a voz é parecida com a minha”. Jaime se diverte e conta ter feito uma preparação especial para viver uma mulher, tendo sido treinado pela mesma equipe que prepara as candidatas a miss no México. “Até a minha esposa queria ser amiga da Eva”, revelou. Jaime entrou nas brincadeiras de Danilo e disse, a certa altura da entrevista, ter conseguido uma imagem comprometedora do apresentador (foto), que aparece com as calças arriadas. Além disso, Jaime e Danilo interpretam uma cena dramática, típica das tramas mexicanas, com direito à clássica frase “eu tenho uma revelação a fazer”. Na terça-feira, na sede do SBT, em Osasco, São Paulo, Jaime Camil foi recepcionado por cerca de 300 fãs que puderam tirar fotos e ganhar autógrafos e beijos do galã.

VIVA
Torcida contra ou a favor não importa: Giovanna Antonelli e Tainá Müller mandam bem na trama de Em família.

VAIA
Geração Brasil precisa ter tramas além do reality para não perder o interesse do telespectador menos conectado.

Saber com sabor‏

Saber com sabor 

Carlos Alberto Dória lança livro que põe por terra mitos consagrados, como a origem da feijoada e a participação dos diferentes povos na formação da cozinha brasileira 
 
Eduardo Tristão Girão
Estado de Minas: 12/06/2014



"Gastronomia já é reconhecida como cultura há tempos. A discussão se dá em outro plano: é sobre quem vai pagar. Se é o Ministério da Cultura, o da Indústria e Comércio ou o das Relações Exteriores. Simples assim" . Carlos Alberto Dória, sociólogo


Quem se interessa ou trabalha com gastronomia certamente já se esbarrou com o que escreve Carlos Alberto Dória. O sociólogo paulistano, com seu blog (e-Boca Livre) e seus livros, tornou-se pensador central do assunto no país, propondo novas teorias para compreender a culinária nacional, desconstruindo outras até então consolidadas (índios, negros e brancos não criaram a cozinha do Brasil, para ele) e emitindo opinião sem receio sobre temas que vão do frango de granja ao legado de Ferran Adrià, passando pelo jornalismo gastronômico, salmão chileno e comida de rua. Formação da culinária brasileira (Três Estrelas), seu quarto e novo título, deverá consolidar o autor nessa posição.

A obra – um conjunto de reflexões sobre a cozinha brasileira – reúne sete ensaios e tem sua origem ligada ao primeiro deles, que lhe dá nome e foi originalmente escrito em 2008, transformado em livro pela Publifolha no ano seguinte. Ampliado, foi somado aos outros seis textos, quase todos inéditos e escritos a partir de posts em seu blog e de conversas no Centro de Cultura Culinária Câmara Cascudo (entidade que investiga a culinária brasileira com viés multidisciplinar, da qual faz parte), além das andanças por restaurantes no Brasil e no exterior. Como poucos na cena gastronômica, ele transita bem dentro e fora do ambiente acadêmico.

“Nesse livro, aprofundo-me na formação e caracterização da culinária nacional. Mais levanto problemas e apresento soluções. O modelo de produção intelectual em relação à culinária ainda é fragil no Brasil, sem universidade engajadas nisso e, quando há, fica restrito à história. Temos que revolver conceitos e encarar a nossa cozinha sem ser pelas óticas deixadas por Gilberto Freyre e Câmara Cascudo. Existem problemas novos para serem pesquisados. Não temos levantamento sistemático da culinária como na França, que serve de base para intelectuais e cozinheiros. Eu, por exemplo, tenho muita dificuldade para conseguir dados”, afirma Dória.

Algumas de suas ideias mais interessantes aparecem já no primeiro ensaio. A começar pela teoria que transforma em mito a versão mais popular da formação da cozinha brasileira: não houve, para Dória, contribuição efetiva de índios e negros nesse processo, visto que o colonizador rejeitou ou adaptou elementos do modo de vida indígena (mandioca e milho foram assimilados; dieta de formigas e cocção no moquém não) e os escravos, por sua vez, não viveram num ambiente com liberdade o suficiente para exercer escolhas culinárias.

Junto, cai por terra outra teoria: a feijoada não teria surgido nas senzalas, mas no Rio de Janeiro do fim do século 19, como receita de feijão enriquecido com carnes. “Isso é um negócio muito mais conceitual do que qualquer coisa, pois parte da premissa de que para criar uma culinária é preciso um ambiente de liberdade e escolhas de ingrediente, processos de trabalho. Mas chamo a atenção que há o desenvolvimento de uma culinária de rua em Salvador feita por negros livres, num sincretismo interessante, com uso indistinto de farinhas de milho e de trigo, respectivamente associadas ao índio e ao branco, por exemplo”.

Mais à frente, Dória critica a divisão sociopolítica do país como forma de enxergar suas diferenças culinárias. Ele acredita que isso atendeu às disputas entre elites regionais no século passado e serviu ao marketing turístico, que criou caricaturas acerca do que comem os mineiros, baianos, paraenses e gaúchos, entre outros. Para resolver isso, prefere não levar em conta fronteiras legais, propondo a utilização de manchas: amazônica, costa (com todo o litoral), recôncavo baiano (baseada nas comidas de santo e de rua e no dendê), sertão setentrional (sobretudo nordestina), sertão meridional (subdividida em regiões do pequi, mate e pinhão) e caipira (Minas Gerais, São Paulo e parte do Centro-Oeste).

Cumaru e puxuri

A renovação da cozinha brasileira, defende o autor, passa não só pela compreensão desses conceitos, mas também pela difusão de técnicas modernas e valorização de ingredientes ainda pouco explorados, mas de grande valor gastronômico, como a castanha de pequi, o chocolate de jatobá e o que chama de PANCs (plantas alimentícias não convencionais). “O cumaru, por exemplo, é uma semente usada há muito tempo no mercado internacional. Os franceses plantaram nas Ilhas Reunião, o Toddy tinha em sua fórmula e aqui na Amazônia não é usado em receitas, mas para fins medicinais e para banhos, o que o afasta da cozinha.” O mesmo ocorre com outra semente local, o puxuri, cujo aroma fica entre noz-moscada e anis-estrelado.

Apreciador do trabalho que desenvolvem os chefs Alex Atala (D.O.M., SP), Helena Rizzo (Maní, SP), Rodrigo Oliveira (Esquina Mocotó, SP) e Roberta Sudbrack (RJ), Dória avalia que o repertório da culinária que chama de “brasileira renovada” já é significativamente interessante, mas falta libertá-la da camisa de força da classe social: “Ela é prisioneira do público de alta renda, burguês. Falta ser popularizada, disseminada. Acredito que tudo o que fazem hoje chefs como Alex, Helena e Felipe Rameh servirá de modelo para uma próxima rodada, com restaurantes mais simples. Quando isso transbordar dos limites de classe, aí sim teremos um reecantamento”.

No forno


No momento, Carlo Alberto Dória está desenvolvendo livro sobre o milho com Ana Rita Suassuna. “Temos uma visão romântica do índio como aquele que contribui com a mandioca, como se todos só comessem isso. Mostraremos que o milho também está presente muito fortemente na culinária indígena”, adianta ele. Essa cozinha do milho, diz, foi muito importante para a formação da culinária caipira nos séculos 17 e 18. Além disso, ele também quer escrever sobre a antiga cozinha paulista e seu desaparecimento, que deu lugar à “gastronomia paulistana e seu ecletismo”.

Formação da Culinária Brasileira – Escritos sobre a cozinha inzoneira
. De Carlos Alberto Dória
. Editora Três Estrelas, 280 páginas, R$ 42

Tecnologia desenvolvida por brasileiro ajudará um paraplégico a caminhar

Chute revolucionário
 
Tecnologia desenvolvida por pesquisador brasileiro ajudará uma pessoa paraplégica a caminhar e dar o pontapé inicial da Copa do Mundo


Estado de Minas: 12/06/2014


Brasília – Nos assentos do Itaquerão, 70 mil torcedores estarão ansiosos pelo início do Mundial de 2014 na tarde de hoje. Para um grupo de cientistas e deficientes físicos, porém, o chute que antecederá a partida será ainda mais importante que o desferido por um dos jogadores de Brasil ou Croácia. A alguns metros do centro do campo, um paraplégico se levantará da cadeira de rodas e, após caminhar, dará um pontapé na bola. É o gol que o neurologista brasileiro Miguel Nicolelis espera ver desde a década de 1990, quando começou a idealizar um equipamento capaz de devolver o movimento de membros paralisados a partir da leitura de sinais cerebrais.

Embora ainda longe de aposentar as cadeiras de rodas, o exoesqueleto que será usado no início da cerimônia da Copa do Mundo representa, literalmente, o primeiro passo para a autonomia completa de pessoas que não conseguem se sustentar sobre as pernas. Experimentos anteriores, realizados por outros cientistas, já possibilitaram que até mesmo tetraplégicos – com movimento dos quatro membros comprometidos – deslocassem braços eletrônicos e pegassem objetos apenas com o pensamento. Contudo, a veste robótica, batizada de Brasil Santos Dumont 1, é a primeira a usar sensores capazes de fazer um deficiente físico ficar de pé e caminhar. Mais do que isso, o equipamento pode enviar sinais de volta ao usuário. Ou seja, quando ele chutar a bola, sentirá um estímulo tátil.

O projeto Andar de Novo é resultado da união de neurociência, robótica, nanotecnologia e prostética de um grupo internacional de pesquisadores. Nicolelis, que trabalha na Universidade de Duke, nos Estados Unidos, foi responsável pelo desenvolvimento dos sensores que “leem pensamentos” e os enviam ao exoesqueleto, um sistema conhecido como interface cérebro-máquina-cérebro. O trabalho robótico ficou a cargo de cientistas alemães e, na França, construiu-se a veste. Suíços também participaram do projeto, que recebeu R$ 33 milhões da Agência Brasileira da Inovação (Finep).

A estreia do Brasil Santos Dumont 1 está cercada de mistério. A identidade dos oito pacientes treinados desde novembro em um laboratório montado na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em São Paulo, é mantida em segredo. Todos eles, com idades entre 20 e 35 anos, já deram passos e chutes usando o exoesqueleto. O ritual que um deles seguirá na estreia da Copa também não foi divulgado. Embora Miguel Nicolelis já tenha afirmado que o paciente sairá da cadeira de rodas, andará 25 metros e dará o chute, ele disse recentemente ao Portal da Copa que isso ainda será definido. Tudo, porém, parece estar pronto para o grande momento. “Exo BRA-Santos Dumont 1, controlado por um dos nossos voluntários, completa com total sucesso testes no gramado onde será realizada a abertura da Copa do Mundo”, escreveu Nicolelis em sua página no Facebook no último dia 3.

A veste robótica ainda é um protótipo e será preciso fazer muita coisa antes que se torne uma realidade – a bateria, por exemplo, dura apenas duas horas. Contudo, para a área de reabilitação, significa um avanço que, segundo Nicolelis, se compara à ida do homem à Lua. “Esse é um grande passo para a humanidade”, costuma dizer, brincando com o duplo sentido.

Eduardo Almeida Reis - Impressões‏

Festas no Rio, que reúnem de trezentas a mil pessoas, com entradas de até R$ 60, terminam com todos os festeiros nus nas piscinas dos clubes ou nas praias


Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 12/06/2014









As impressões que hoje nos causam as fotos tiradas nas praias do Rio em 1914, portanto há 100 anos – o ridículo daqueles trajes de banho de mar –, devem ser parecidas com as impressões, daqui a 10 anos, causadas pelas fotos atuais. Hoje, ainda se vê muita gente de sunga e de biquíni, mas já se tem notícia de patrícios que vão às praias inteiramente nus. E isso no Rio de Janeiro, que nunca foi exemplo de modernidades e ousadias.

Não me refiro às praias reservadas ao nudismo, que existem numa porção de países e mesmo no Brasil, mas à Praia do Arpoador, que fica em Ipanema, point de prédios dos mais valorizados neste país grande e bobo. Gays e héteros saem das baladas e se dirigem, completamente nus, para o mar do Arpoador.

Festas no Rio, que reúnem de trezentas a mil pessoas, com entradas de até R$ 60, terminam com todos os festeiros nus nas piscinas dos clubes ou nas praias. Reuniões de grupos Pool Me In, I Hate Mondays e Bunytos de Corpo ensejaram matéria jornalística tão maluca, que me recuso a tomar o tempo do leitor com a loucura impressa.

Falemos de coisas sérias. O Estado de Minas publicou texto muito interessante comparando, em dólares, os salários mínimos de diversos países. Em rigor, salvam-se Cuba e Nova Zelândia. Na Ilha, “única democracia ocidental”, o salário mínimo anual é de US$ 108, qualquer coisa como nove dólares por mês, 20 reais pelo privilégio de viver no paraíso terrestre.

O salário mínimo neozelandês é de US$ 20.499, ou 1.708 dólares mensais, algo em torno de R$ 3.928. Não chega a ser uma fortuna, mas é salário mínimo bem razoável. Resta saber se o neo-zelandês trabalha de carteira assinada, essa empulhação inventada num país grande e bobo para o trabalhador morrer de fome com a carteira assinada.

Três pinos

Atraídos pela Copa das Copas, os milhares de estrangeiros que chegaram ao Brasil andam às voltas com as tomadas elétricas. Na sem-cerimônia midiática, quando o assunto é a honra alheia, houve quem dissesse que a “invenção” do dispositivo elétrico teria rendido R$ 3 bilhões a um grupo de gatunos. Pura maldade. O invento pode ter rendido mais, como também pode ter sido fruto da burrice institucional que se instalou nos altos escalões deste país grande e bobo. Este negócio de acusar sem apresentar provas e citar os nomes dos larápios não congemina com o philosophar do autor destas bem traçadas linhas. Por isso, conto o que aconteceu com as tomadas aqui em casa.

Depois de longos e demorados estudos, comprei dois aquecedores elétricos de 220v em imensa loja de departamentos, que tem filiais no Brasil inteiro e vende pela internet. Em quatro dias úteis os aquecedores foram entregues por uma transportadora. Tenho certa simpatia pela cadeia de lojas. Numa delas, em menino, conheci um negócio delicioso chamado waffle (pronúncia uófl) com manteiga e mel, um tipo de massa de origem belga, mistura de ovos e farinha, alimento da melhor supimpitude. Anos mais tarde, fui vizinho de fazenda de uma das herdeiras da cadeia de lojas, fazendeira que, nas noites de lua cheia, gostava de passear inteiramente nua pelos pastos de sua propriedade.

Volto aos aquecedores. Na maior alegria, tentei espetar seus pinos nas tomadas e descobri que não entram. Por quê? Ora, porque são pinos chineses, mais grossos que os três buracos das tomadas inventadas em Brasília, DF. Na emergência, um eletricista anotou a numeração constante da trinca chinesa de pinos, comprou e substituiu as tomadas brasileiras, que passaram a aceitar as chinesas.

Hydrochaeris hydrochaeris


A história da administração pública ocidental não registra episódio tão estranho que chegue aos pés das providências da Prefeitura de Belo Horizonte relacionadas com as Hydrochaeris hydrochaeris da Pampulha. São licitações, editais, remanejamentos, orçamentos, capturas, exames de laboratório, autorizações, manejos, consultas, plaquinhas e o mais que o leitor possa imaginar, sem exclusão do inimaginável e da destruição dos jardins projetados por Burle Marx. Bucolismo tem hora. Se a capivara, através do carrapato-estrela, pode transmitir a febre maculosa, a solução é acabar com ela pelo mesmo critério que autoriza cidadãos e administradores a combater o mosquito Aedes aegpty, que pode transmitir a dengue.

O mundo é uma bola

12 de junho de 1186: Afonso VIII de Castela funda a cidade de Placencia, que em 2012 tinha 42 mil habitantes e certamente não tem capivaras. Fica na Estremadura. O nome da cidade provém do lema que lhe foi dado por Afonso VIII e consta do brasão: Ut placeat Deo et hominibus (“Para que agrade [em espanhol: plazca] a Deus e aos homens”). É o que está na Wikipédia e copio à pressa, porque sei que o leitor deve estar se lixando para Afonso VIII, Estremadura & Cia. no dia de curtir o exército de Felipão no Itaquerão, esperando que não faça um papelão. Hoje é o Dia dos Namorados e o primeiro dia da Copa das Copas.

Ruminanças


“Reinar vale a ambição mesmo que seja no inferno. Melhor reinar no inferno que servir no céu” (Milton, 1608-1674).

Voz das ruas - Olavo Machado

Não se pode deixar de registrar o desalento com o ambiente pouco amistoso entre os cidadãos, a classe política e o governo



Olavo Machado
Presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Sistema Fiemg)
Estado de Minas: 12/06/2014



Começa hoje, dentro de algumas poucas horas, a Copa do Mundo’ 2014, com a estreia do Brasil diante da Croácia, no Itaquerão, em São Paulo. Talvez, pela primeira vez na história do torneio, quando tudo começou no Uruguai, em 1930, os sentimentos que dele emanam extrapolam as fronteiras do futebol, da paixão pela bola – sobretudo no Brasil – e ganhem forte e importante conotação política. Desta vez, mais do que mostrar e reverenciar o melhor time e os melhores jogadores, a Copa chama a atenção para as relações entre a sociedade brasileira e as lideranças políticas e governamentais do país.

Em primeiro lugar, nossos votos são para que o Brasil faça uma boa Copa, revele grandes craques e conquiste o hexa. No entanto, não se pode deixar de registrar o desalento com o ambiente pouco amistoso entre os cidadãos, a classe política e o governo, em todos os níveis, desde os municípios até o plano federal. Preocupados, e com razão, pois ainda estão bem presentes na memória de todos os eventos de junho/julho do ano passado, durante a Copa das Confederações – empresas protegem suas vitrines de vidro com tapumes de madeira e até de aço. Nas ruas e avenidas, ostensivamente, grandes contingentes de policiais civis, militares e até exército.

Nesse cenário belicoso, o que todos devemos buscar, em solidária parceria, é o equilíbrio que nasce do bom senso e do mais absoluto respeito ao direito do outro. Manifestações são e serão sempre legítimas quando realizadas em ordem, sem violência e dentro dos limites da lei. De um lado, todos têm o sagrado direito de se manifestar em defesa do que consideram seus direitos. De outro, o poder público tem o dever, a obrigação e a responsabilidade de zelar pela ordem e pelo respeito ao direito de todos e de cada um.

No curtíssimo prazo, o primeiro desafio da sociedade brasileira é protagonizar uma bela festa e mostrar ao mundo a capacidade do país em sediar e realizar eventos de grande porte. No curto e médio prazos, estamos todos convocados a refletir sobre o atual estágio das relações entre os cidadãos e as lideranças políticas e governamentais para, a partir daí, construir um novo tempo com a mobilização e participação de todos.

Teremos eleições em menos de quatro meses – em outubro – e, neste momento, é evidente a desconfiança da sociedade e do cidadão-eleitor com a chamada classe política, incluindo oposição e governo, em todos os níveis. Como mostram seguidamente as pesquisas de opinião, é uma descrença generalizada, que atinge a economia, a política e as relações sociais.

O consumidor adia suas compras com medo da inflação elevada e do desemprego. Os empresários postergam ou cancelam investimentos diante da asfixia provocada por fatores que atingem a competitividade de suas empresas – juros elevados, impostos excessivos, falta de crédito e a incerteza energética.

As pesquisas eleitorais mostram que cerca de 70% da população estão insatisfeitos com a qualidade dos serviços públicos de responsabilidade do governo: educação, saúde, segurança e transporte público, entre outros. E cobram mudanças, como mostraram as manifestações de junho do ano passado, que continuam sem resposta, e as que começam a ocorrer agora.

Devemos aproveitar bem este momento. Os manifestantes devem compreender a necessidade de agir pacificamente, pois é este comportamento ordeiro que lhes assegura legitimidade junto à população, criando uma importante sinergia. As autoridades – lideranças políticas e governamentais – precisam ouvir a voz das ruas. O confronto não é e nunca será o melhor caminho na construção do país que todos queremos – forte em sua economia e justo na distribuição dos frutos do crescimento.

COPA.BR » HOJE NA TV‏

COPA.BR » HOJE NA TV 

 
Estado de Minas: 12/06/2014


GLOBO
12h45    Globo Esporte
17h    Copa do Mundo: Brasil x Croácia
0h10    Central da Copa

BAND
17h    Copa do Mundo: Brasil x Croácia
10h    Jogo Aberto
11h45 Band na Copa
20h25    Band na Copa
21h30    Band na Copa
2h25    Diário da Copa

BANDSPORTS
17h    Copa do Mundo: Brasil x Croácia

CULTURA
22h    Cartão verde
23h30    Copa do Caos

REDE TV!
11h15    Bola dividida

SPORTV
15h    Copa do Mundo: cerimônia de abertura
17h    Copa do Mundo: Brasil x Croácia
19h    Seleção SporTV
21h    Extra ordinários
23h    SporTV News

ESPN BRASIL
17h    Copa do Mundo: Brasil x Croácia
13h    Abre o Jogo: Copa do Mundo
19h    Bate-Bola na Copa – 3ª Edição
21h    Linha de Passe na Copa
23h    Sportscenter – 2ª Edição

FOX SPORTS
15h    Copa do Mundo: cerimônia de abertura
17h    Copa do Mundo: Brasil x Croácia

Mundo pop - Mariana Peixoto

Mundo pop
Mariana Peixoto
Estado de Minas: 12/06/2014


 (ARTHUR EDWARDS/AFP/Pool)

O Dia do príncipe em BH
Celebridade nenhuma, no entanto, deve bater a vinda do Príncipe Harry ao Brasil. Em BH, ele assiste, dia 24, a Inglaterra e Costa Rica. No mesmo dia, também vai ao Minas Tênis Clube, a base de treinamento dos atletas olímpicos e paralímpicos do Reino Unido para os Jogos Olímpicos de 2016. A agenda do príncipe será apertada. Ele fica no Minas 1 das 9h às 10h30. Entre as atividades, vai assistir a uma demonstração de 100 metros livres de César Cielo e revezamento olímpico feito pelos atletas da base do clube, pré-equipe e ponta. Depois da piscina, Harry vai para a Arena acompanhar demonstrações de judô (Luciano Corrêa, Ketleyn Quadros e Erika Miranda) e basquete. Ao lado do técnico Flávio Davis e do coordenador Bráulio Alvarenga, vai participar de um 3 contra 3. A apresentação será assistida por alunos do Minas.

Útil ao agradável
Ele já foi goleiro e cantou no encerramento das Copas de 1990, 1994, 1998 e 2002, sempre ao lado de Luciano Pavarotti e José Carreras. Fora do calendário oficial do Mundial, o tenor espanhol Placido Domingo deu um jeito de participar da Copa no Brasil. Aos 73 anos, ele se apresenta em 11 de julho, antevéspera da final, no HSBC Arena, no Rio, ao lado do pianista chinês Lang Lang, de 32, considerado o maior do mundo de sua geração. O concerto, na verdade, cai como uma luva para a agenda de Domingo, que já tem lugar reservado para a final, no Maracanã, dia 13. Desde 1974 não perde uma final de Copa.

Sempre cabe mais um
Mick Jagger, Beyoncé, Bill Gates, Bono, Robert De Niro, Paris Hilton. A lista de celebridades anunciadas para vir ao Brasil é enorme. Mas até (e se) chegarem, não tem para ninguém. Nem a malfadada vinda de Jennifer Lopez para a abertura do Mundial (a música já é ruim e esse vem-não-vem não ajudou em nada) conseguiu suplantar a chegada de Leonardo DiCaprio ontem, no Rio. Duas dezenas de amigos e um iate de oito andares, três piscinas e dois helipontos para receber todo mundo (bem, com um tamanho desses, poderia ter trazido uma centena de amigos). O dono do brinquedinho é o sheik Mansour bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, membro da família real de Abu Dhabi e dono do Manchester City. O Topaz é o quinto maior iate do mundo.

O resultado foi longe do esperado: 2 X 1 para a Noruega. Mas não houve muito choro na festa em Marselha (a tristeza só veio mais tarde, na Copa da França) na estreia do Skank em Mundiais. Foi em Marselha, na Costa do Mediterrâneo, em 1998, que a banda mineira participou de uma Fan Fest. Depois de assistir à partida no Velódrome, o grupo tocou. Na época, É uma partida de futebol havia entrado para a trilha da Copa. Agora, em casa, eles abrem o Mundial hoje no Expominas (com ingressos de camarotes esgotados). E tem outra música de futebol na manga: Alexia, sobre a musa do time feminino do Barcelona.

A Disney, claro, não poderia ficar de fora do Mundial. O futebol clássico, curta-metragem estrelado por Mickey (vestindo verde e amarelo) vai ser exibido durante toda a Copa nos canais Disney. Na partida que Mickey participa, Pateta é o juiz, e Zé Carioca, o narrador. 

ZONA MISTA » Namoro, só com a bola‏

ZONA MISTA » Namoro, só com a bola


Kelen Ceristina, com:Braitner Moreira, Paulo Galvão e Renan Damasceno
Estado de Minas: 12/06/2014


 (Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)


 O Dia dos Namorados no Brasil acabou ficando em segundo plano, com o pontapé inicial da Copa do Mundo sendo dado justamente em um 12 de junho. Os jogadores da Seleção Brasileira, a princípio, não terão tempo para comemoração ou momentos a sós com as amadas, já que a programação inicial prevê retorno imediato para a Granja Comary, em Teresópolis, depois do jogo de estreia contra a Croácia, no Itaquerão. Para um atleta do grupo de Luiz Felipe Scolari, no entanto, ignorar a data romântica não será problema: o mineiro Bernard (foto), único solteiro entre os 23 jogadores. O zagueiro David Luiz, até pouco tempo, também fazia parte do rol dos desimpedidos. Mas, nos últimos meses, emplacou namoro com uma portuguesa, que vive em Londres, onde ele também morava quando defendia o Chelsea. A mãe do defensor, Regina Célia, que reside em Juiz de Fora, não dá detalhes sobre o relacionamento, dizendo apenas que é hora de o filho pensar só na Seleção. “Namoro sério é para depois.” Resta saber se com a mudança para Paris (foi contratado pelo PSG, na contratação mais cara de um zagueiro da história), o romance persistirá.


Padrão Fifa de segurança?
A invasão de torcedores no campo do Independência, ao fim do treino da Seleção da Argentina, ontem, não foi o único perrengue de segurança vivido por argentinos em Minas. A jornalista Verônica Brunati, de 29 anos, correspondente do jornal espanhol Marca, conta que passou maus bocados no domingo pela manhã, quando seguia para a cobertura da equipe de Alejandro Sabella , na Cidade do Galo. Hospedada em Vespasiano, na Região Metropolitana de BH – segundo ela, por causa da proximidade com o CT e dos preços mais acessíveis de hotéis –, a repórter seguia de carro com uma colega pelas ruas da cidade quando o veículo em que estavam foi alvo de tiros. “Uma criança estava com um revólver e descarregou cinco tiros em nossa direção”. Elas escaparam ilesas, porém ficou o trauma. “Não sabíamos que era uma região perigosa. Mas as pessoas de Vespasiano são muito atenciosas e amáveis”, releva Verônica.


Só na mímica
O maior aeroporto do Brasil vive momentos de contraste: na tarde de ontem, 24 horas antes da abertura da Copa, o inglês era a língua oficial entre turistas e jornalistas que desembarcavam em Guarulhos, em São Paulo. Também era fácil esbarrar em quem falasse espanhol, francês e japonês. Só os funcionários do local não acompanhavam o ritmo. Seguranças e vendedores tinham de apelar para a mímica para se comunicarem com os visitantes. O Brasil teve sete anos para se preparar para o Mundial, mas falha na comunicação logo na principal porta de entrada dos estrangeiros.


NBAmaníacos…

Nem só de futebol vivem os atletas que estão no Brasil para a Copa do Mundo. As finais da NBA, entre San Antonio Spurs e Miami Heat, também estão sendo acompanhadas pelos boleiros. Na noite de terça-feira, muitos registraram no Twitter comentários sobre a terceira partida, vencida pela franquia texana. O goleiro espanhol Casillas comprovou a tietagem postando uma foto da TV mostrando o duelo na Flórida. O inglês Sturridge e o alemão Schürlle são outros NBAmaníacos, que devem ficar ligados novamente esta noite, quando as equipes norte-americanas disputarão o quarto jogo da série.


… E o outro lado

A recíproca é verdadeira e jogadores de basquete também são fãs de futebol. Que o diga Steve Nash, armador do Los Angeles Lakers. Ele desembarcou ontem no Brasil para acompanhar o Mundial e já confessou sua torcida para a Inglaterra – é torcedor declarado do Tottenham –, ressalvando que espera uma final contra o Brasil. Ontem, Nash posou para com os ex-jogadores Vieira (francês) e Cannavaro (italiano).


Pontualidade nada britânica

Não se sabe se os ingleses já não são mais os mesmos ou se é o jeito carioca que influenciou. O certo é que a entrevista coletiva marcada para 13h de ontem, na Escola de Educação Física do Exército, no Rio, começou com 25 minutos de atraso. O primeiro a falar foi o craque Wayne Rooney, seguido pelo zagueiro Gary Cahill e pelo goleiro Joe Hart. O curioso é que as respostas dos dois últimos só poderão ser usadas pela imprensa a partir de hoje. Coisas da terra da rainha.