quinta-feira, 5 de junho de 2014

TeVê

TV paga
Estado de Minas: 05/06/2014



 (Animal Planet/Divulgação)

O predador e a presa


Imagina o susto de um surfista ao dar de cara com um tubarão doido para devorá-lo! Pela imagem divulgada pelo Animal Planet, a série Ataques ferozes (foto) vai mostrar isso e muito mais. A produção estreia hoje, às 22h, reconstituindo o momento em que seres humanos se transformam em presas de feras como leões, lobos, ursos, tigres e crocodilos. Os depoimentos dos sobreviventes ajudam a recriar as circunstâncias dos ataques de predadores.

Duas novas séries na  programação do Bio

O canal Bio também reserva novidades para esta noite. Para começar, às 22h30, a estreia da série Devious maids, que acompanha a rotina de cinco empregadas domésticas de ricos e famosos em Beverly Hills e que se unem para desvendar o assassinato de uma colega de trabalho. Às 23h30 é a vez de Drop dead diva, já exibida pelo canal Sony, que conta a história de uma bela aspirante a modelo que sofre um acidente de carro fatal e reencarna numa advogada brilhante e gordinha.

Um presente para os  fãs de Heavy metal


Também hoje estreia a série Metal hurlant chronicles, às 20h, no canal Syfy. A produção é inspirada na HQ francesa Metal hurlant, que nos Estados Unidos é conhecida como Heavy metal. A primeira temporada conta com seis episódios, cada um com uma história independente e rodas interligadas por um meteoro que viaja pelo espaço, mudando a vida de quem cruza seu caminho.

Argentinos querem  se dar bem no Brasil

A série de humor Copa do caos chega ao fim hoje, às 22h30, na MTV. O programa fala da Copa do Mundo de um jeito irreverente e provocador, a partir das aventuras de Charly e Pipo, dois argentinos que decidem vir ao Brasil assistir ao torneio, mas só se metem em enrascadas. E, logicamente, a série termina na grande final da Copa, no Maracanã.

Film&Arts encena peça de Shakespeare


A série Shakespeare segundo... apresenta as principais peças do dramaturgo inglês, por meio de atores e diretores que em algum momento de suas vidas executaram montagens de um texto escrito por William Shakespeare. Hoje é a vez de Hamlet, conduzido pelo ator David Tennant. Às 21h, no Film&Arts.

Muita ação e humor no pacote de filmes

Sem nenhuma estreia marcada para hoje, a programação de cinema se sustenta com algumas oportunas reprises. Na faixa das 22h, o assinante tem oito boas opções: Veículo 19, no Telecine Pipoca; Transformers: a vingança dos derrotados, no Telecine Action; A maldição da libélula, na MGM; Depois da Terra, na HBO Plus; Um golpe perfeito, na HBO 2; Killer Joe – Matador de aluguel, no Max Prime; En fuera de juego, no Max; e Na época do ragtime, na Cultura. Outras atrações: O grão, às 21h30, no Arte 1; e A menina do lado, às 22h30, no Cine Brasil.



CARAS & BOCAS » Lembranças do passado
Simone Castro
Publicação: 05/06/2014


Luiza (Bruna Marquezine) ganhará vestido e medalhão que foram usados pela mãe  (João Miguel Júnior/TV Globo)
Luiza (Bruna Marquezine) ganhará vestido e medalhão que foram usados pela mãe

Nos próximos capítulos de Em família (Globo), Luiza (Bruna Marquezine) terá uma surpresa e tanto. Crente que a mãe, Helena (Júlia Lemmertz), quer se reconciliar, receberá de braços abertos o presente que ela oferecerá: o vestido de noiva e o medalhão da fênix que, há 20 anos, usou para se casar com Laerte (Gabriel Braga Nunes), atualmente noivo da estudante. Helena, na verdade, tem a intenção de provocar a filha, pois tem certeza de que ela não será feliz com seu ex-amor. Já Luiza, totalmente encantada, resolve experimentar para ver como fica com o vestido e se apronta, usando, inclusive, o medalhão. Neste momento, o flautista chega e, ao ver a noiva, quase surta com as lembranças do passado e a visão de Helena à sua espera no altar. Sem revelar para Luiza a razão de seu desconforto, Laerte aos poucos consegue se acalmar. Ficção à parte, o belo modelo do vestido foi um dos mais comentados quando apareceu na segunda fase da trama. A criação é da estilista Letícia Bronstein, a pedido da figurinista da novela, Marília Carneiro. Vale lembrar que vestido e medalhão estavam entre os objetos guardados por Helena durante duas décadas e que motivaram o rompimento de seu casamento com Virgílio (Humberto Martins).


BANDEIRANTES ORGANIZA SUA COBERTURA DA COPA


Milton Neves vai apresentar, a partir de segunda-feira, o Band na Copa, que irá ao ar diariamente no horário nobre da emissora. Dois ex-jogadores, que ainda não estão definidos, integrarão a equipe, que contará, ainda, com o humorista Robson Nunes, responsável pelas esquetes na atração. Já durante a tarde esportiva do canal, quem ficará no comando é Renata Fan, à frente do Jogo aberto.

VILÃO DE MALHAÇÃO SE INSPIROU EM CARMINHA

Uma das principais personagens da carreira de Adriana Esteves, a vilã Carminha, de Avenida Brasil, ainda serve de inspiração para muita gente. E não só ela. O Félix, vivido por Mateus Solano em Amor à vida, é outro na lista de quem quer interpretar um vilão daqueles. Foi o que aconteceu a Gabriel Leone, o malvado Antônio, da atual temporada de Malhação (Globo). Ele conta que fez teste para viver o mocinho, Ben, papel que acabou com Gabriel Falcão. Mas, em sua estreia na TV, Gabriel fez bonito no papel do antagonista. E, ao que parece, com a bênção dos seus vilões preferidos. “Como estou estreando na TV, gosto de observar meus companheiros, e não apenas de Malhação, mas de todas as outras novelas. Reparei muito no trabalho de duas figuras: Félix (Mateus Solano) e Carminha (Adriana Esteves). Apesar de nenhum deles ter muito a ver com o meu personagem, ficava de olho no gestual, na maneira de falar de cada um, em todos os pequenos detalhes que influenciam na hora da cena”, disse o jovem ator.

REDE MINAS FAZ MAIS UM  BALANÇO DE SEUS 30 ANOS

Nesta quinta-feira, o programa Biografias, da Rede Minas, vai contar um pouco da história do Agenda e rever entrevistas marcantes que foram exibidas pela atração. Destaque também para as coberturas jornalísticas feitas pelo Departamento de Jornalismo, entre elas a 47ª reunião do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em 2006. E mais: a série “Espiral”, que inovou ao abordar temas como moda e arquitetura. Confira às 20h.

 (Polly/Divulgação)


MUSA MIRIM

A cantora Danny Pink (foto) é um dos destaques da trama Chiquititas, do SBT/Alterosa. Com o seu hit Amigas, virou febre entre os telespectadores da novela infantil. “Estou muito feliz com a repercussão dessa música, mas o mais maravilhoso é ver os meus lovinhos – como a cantora chama seus fãs (“pequenos loves”) – não só cantando, mas curtindo mesmo a canção. Este foi um grande presente que ganhei do meu amigo querido e compositor Arnaldo Sacomani”, vibra a artista. Com mais de 13 anos de carreira, Danny começou cedo, ao cinco anos, quando integrou um grupo musical, com o qual gravou seu primeiro disco. Aos 10, já apresentava seu próprio programa infantil. Este ano, lançou seu primeiro DVD, intitulado Danny Pink & Os Ursinhos Quadrados. As 12 faixas do álbum são de autoria da artista. “Este álbum é a realização de um grande sonho”, afirma.

VIVA
Renata Sorrah, como a trambiqueira Gláucia Marra em Geração Brasil (Globo).

VAIA
Para o pouco aproveitamento da turma dos idosos (maravilhosos!) na novela  Em família. 

Ações pelo clima - Jorge Familiar

A silvicultura e a siderurgia de Minas Gerais estão mudando as suas práticas e sendo recompensadas com a emissão de créditos de carbono


Jorge Familiar
Vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe
Estado de Minas: 05/06/2014








Não foi por coincidência que a rede de legisladores da Globe International escolheu o México como sede da Segunda Cúpula Mundial de Legisladores sobre mudanças climáticas, que começa amanhã e vai até domingo, no Congresso mexicano. Quinhentos parlamentares do mundo inteiro, especialmente das economias emergentes, dirão ao mundo que, sim, é possível criar um movimento que ponha em primeiro lugar o interesse dos cidadãos e que aprove legislações ambientais que favoreçam um modelo de desenvolvimento mais sustentável.

Os legisladores deixarão claro que – na ausência de um acordo global – os parlamentos, os governos, a sociedade civil e o setor privado podem mostrar o caminho a ser seguido em nível nacional. Muitas das preocupantes previsões sobre os efeitos das mudanças climáticas – do recuo glacial à elevação do nível do mar – estão sendo sentidos em primeira mão pela América Latina. Desde variações climáticas extremas na América Central e no Caribe até secas prolongadas no Cone Sul, tudo isso com impactos devastadores na agricultura, nos ecossistemas e na vida das comunidades.

A boa noticia é que, pelo menos na América Latina, não estamos de braços cruzados, apesar da falta de acordos globais. Na Costa Rica, projetos de reflorestamento, as novas regulamentações de mercado e campanhas públicas fazem parte do louvável esforço do país para alcançar a neutralidade em carbono até 2021.

No Brasil, os setores da silvicultura e da siderurgia de Minas Gerais estão mudando as suas práticas e sendo recompensados com a primeira emissão de créditos de carbono para projetos florestais, enquanto no México, a Lei de Mudanças Climáticas de 2012 se tornou uma das mais completas e ambiciosas a nível global.

De fato, nos dias de hoje, onde quer que se olhe na América Latina e no Caribe, seus líderes estão promovendo iniciativas para reduzir ou se adaptar aos efeitos das mudanças climáticas. Dessa forma, mesmo em uma época de incerteza global, a região vem contribuindo com racionalidade, certezas e confiabilidade para se converter uma ameaça global em uma importante parte da solução.

A região ostenta, por exemplo, a matriz energética com as mais baixas emissões de carbono do mundo em desenvolvimento (6% no setor energético), o Sistema de Transporte Rápido mais extenso do planeta (associado à redução dos níveis de contaminação ambiental) e o primeiro mecanismo de seguro contra riscos de catástrofes, para melhorar a capacidade de recuperação após desastres naturais.

Muitas das iniciativas verdes da região contaram com o vigoroso apoio de seus legisladores. De fato, a América Latina é a região do mundo que apresentou mais realizações no ano de 2013 em matéria de legislação para prevenir ou reduzir os efeitos das mudanças atmosféricas, segundo um relatório da Globe International. Entre essas contribuições destacam-se a Lei da Mãe Terra, da Bolívia, que penaliza os maus tratos à natureza; a legislação para o bem-viver, do Equador, e o marco legal de mudanças climáticas da Costa Rica, que, entre outras coisas, garante o ensino obrigatório dessa matéria nas escolas.

Muitas dessas iniciativas contaram com o apoio técnico e financeiro do Banco Mundial. Apoiamos o Programa de Áreas Protegidas da Amazônia, que abrange uma superfície equivalente à da França e que ajudou o Brasil a reduzir continuamente sua taxa de desmatamento ao longo de mais de quatro anos. Diante do fenômeno do recuo das geleiras andinas, o Banco Mundial estabeleceu com os governos da Bolívia, do Equador e do Peru um projeto regional de adaptação, administrado pela Comunidade Andina das Nações. Assim, será possível fortalecer a capacidade das economias, dos ecossistemas e das populações locais para enfrentar os seus iminentes impactos.

Isso se torna uma questão de vida ou morte quando 97% do PIB regional é gerado em países que são exportadores líquidos de matérias-primas: petróleo, minerais e produtos agropecuários. Esses recursos poderão sofrer uma significativa redução em menos de uma geração se não houver uma variação nas atuais taxas de extração ou se não forem adotadas técnicas agropecuárias mais sustentáveis. Os líderes da América Latina estão conscientes dessa realidade e não estão esperando que outros deem o primeiro passo para modificá-la. Eles acreditam que um futuro mais equilibrado e sustentável é possível para todos os latino-americanos e as próximas gerações.

Pequeno, mas bom de serviço

Pequeno, mas bom de serviço 
 
Google traz para o país aparelho, já lançado nos Estados Unidos, que promete revolucionar a forma de assistir à TV. Tamanho, preço e funcionalidades atendem bem às expectativas 

 
Silas Scalioni
Estado de Minas: 05/06/2014


Usuário do chromecast, criado pelo Google e vendido no país desde ontem, pode controlar tudo diretamente de seu celular ou tablet   (Google/Imagens)
Usuário do chromecast, criado pelo Google e vendido no país desde ontem, pode controlar tudo diretamente de seu celular ou tablet



Uma espécie de pen drive, dispositivo custará R$ 200 no Brasil (Ralph Llerenas/Google/Imagens  )
Uma espécie de pen drive, dispositivo custará R$ 200 no Brasil




Desde ontem já é vendido no Brasil o Chromecast, um set-top-box criado pela Google para streaming de conteúdos para TVs. Chama a atenção o tamanho do aparelho, que é bem reduzido, e seu preço, de R$ 200, que é considerado bem condizente com o país (nos Estados Unidos custa US$ 35, em torno de R$ 85). O dispositivo, que é um tipo de pen drive, chega com localização em português do Brasil, tanto na sua interface quanto nos manuais, e não será fabricado por aqui. Essa variação de preço entre Estados Unidos e Brasil é explicada, portanto, pela importação do produto, que demanda altas taxas de impostos.

Lançado anteriormente na América do Norte, o Chromecast é um dispositivo que se conecta às TVs por meio de uma entrada HDMI, permitindo streaming de conteúdos da Netflix, do YouTube e de vários outros serviços do tipo. O mais interessante é que o usuário pode controlar tudo diretamente do seu celular ou tablet. Mas é preciso que o equipamento rode os sistemas operacionais móveis Android ou iOS (ainda não está disponível para Windows Phone). Se quiser controlar pelo computador, também é possível, mas tem de usar o navegador Chrome. A vantagem é que o sistema operacional pode ser qualquer um (Windows, Mac OS, Linux ou Chrome OS).

O Chromecast, segundo disse Mario Queiroz (brasileiro vice-presidente de gerência de produto do Google ) durante o lançamento, vai ser compatível com os aplicativos YouTube, Google Play Movies, Netflix, Vevo, Crackle, Rdio, Viki, Plex, RealPlayer Cloud, Avia e MLB. Ainda de acordo com ele, a gigante das buscas também aguarda projetos de desenvolvedores nacionais. Por enquanto, o dispositivo está disponível apenas nos sites de três grandes redes de lojas brasileiras (Ponto Frio, Casas Bahia e Extra), mas a empresa espera que outras lojas recebam o produto em breve.

Fácil de configurar e usar Não resta dúvidas de que a Google acertou ao fazer o Chromecast, que agrada tanto em tamanho quanto em preço e funcionalidade. E chegou com a promessa de revolucionar o modo de se ver televisão. Configurar o aparelho para colocá-lo para funcionar é bem simples, se tornando um ponto bastante positivo. Contando com um bom sinal de internet, é possível deixá-lo no ponto de uso no máximo em 10 minutos, pois o sistema é totalmente automatizado, facilitando a vida até de quem tem pouca habilidade para tais tarefas.

Um pequeno problema que incomoda são os cabos. Apesar de ser bem prático, o dispositivo precisa de um cabo de alimentação, uma vez que não recebe energia do cabo HDMI. Porém, se o televisor que for recebê-lo contar com uma entrada USB, o problema praticamente está solucionado. Mas, caso não tenha, será preciso mantê-lo ligado a uma tomada. Claro que isso não representa um “problemão”, apenas o desconforto e a pouca estética de se ter um cabo a mais saindo do televisor. Uma bateria interna no dispositivo, por exemplo, ajudaria muito.

Também é bastante simples a utilização dos recursos do aparelho. Depois de configurá-lo, basta executar o aplicativo do serviço (YouTube, Netflix ou outro que suporte a plataforma) em um dispositivo móvel (celular ou tablet) conectado na mesma rede. Aparecerá, então, um botão indicando que o usuário pode executar o vídeo em outra tela. É só selecioná-lo para que as imagens passem a ser exibidas na televisão processadas pelo Chromecast.

Caso queira comandar o Chromecast por meio do PC, é preciso baixar um plugin que funciona de forma bastante semelhante ao celular. Pelo computador também é possível transmitir o que está rolando na tela dele para a TV.

Considerando o razoável preço do aparelho aliado às suas facilidades e utilidades de uso, dá para afirma que o Chromecast de fato oferece um serviço muito bom. Quando foi lançado nos Estados Unidos, ele se limitava às compatibilizações com o Netflix, o YouTube e o Google Play – nada que um outro set-top-box, como a Apple TV, ou um console de games, como o PS3 ou Xbox 360, não tivesse condições de fazer, mas agora com um sistema mais robusto e aberto, e ainda com a possibilidade de embarcar novos recursos, o aparelho se torna ainda mais interessante, principalmente por manter o preço.

Comparando-o a outros dispositivos do mercado, o Chromecast apresenta pontos positivos, como o fato de ser extremamente pequeno e leve, podendo ser levado para qualquer lugar (um outro cômodo da casa, o trabalho ou até mesmo uma viagem). E a possibilidade de usar o telefone como um controle remoto também é interessante e simplificada.

A fiscalização do trabalho escravo‏

A fiscalização do trabalho escravo

Cristiana Nepomuceno
Advogada, professora de direito administrativo
Estado de Minas: 05/06/2014


Segundo dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), publicados recentemente pelo Estado de Minas, com o aumento recorde da fiscalização, houve uma alta significativa na constatação de trabalho análogo ao de escravo no meio urbano. O curioso é que a agricultura e a pecuária, atividades rurais, ainda lideram as pesquisas sobre esse tipo de evento. Em termos de trabalhadores resgatados nessa situação, Minas Gerais encabeça o ranking nacional.

A triste notícia pode ser lida sob vários ângulos. O aumento do índice de trabalho escravo pode estar associado à maior informalidade da atividade econômica, mais constante em momentos de crise econômica, como o vivenciado pelo Brasil. É possível também que a ação dos fiscais do Grupo Especial de Fiscalização do MTE e dos auditores do Trabalho, que traçaram metas a serem cumpridas, tenha apenas constatado uma realidade existente no país. Mas é possível supor que a participação mais efetiva do Ministério Público do Trabalho na ação governamental de combate ao trabalho escravo, uma interpretação mais incisiva dos juízes e tribunais do Trabalho sobre as normas jurídicas que protegem os trabalhadores e até a edição de normas mais rigorosas possam ter servido de pano de fundo para o quadro constatado.

Tem-se, pois, como importante a atuação dos órgãos de fiscalização e do Ministério Público do Trabalho sobre o tema, ao buscarem, em conjunto, a efetivação dos direitos fundamentais dos trabalhadores previstos na Constituição Federal e nas leis trabalhistas, pois não é mesmo aceitável que em plena Era Digital a sociedade se depare com a vergonhosa situação em que trabalhadores sejam utilizados em situação de escravidão, prática abolida do país há mais de 120 anos, para aferição de maiores lucros pelo capital dito “selvagem”, em detrimento da dignidade daqueles que são responsáveis, em última análise, pelo sucesso dos empreendimentos.

No entanto, os órgãos de fiscalização e o próprio Ministério Público devem avaliar com muito cuidado as situações encontradas. Haverá, tanto um quanto o outro órgão, que separar, nos casos concretos, o joio do trigo, o mal empreendedor do empreendedor de boa-fé. Refiro-me àquele que, com sua ação empresarial bem-intencionada, produz, gera empregos e renda para o país e paga os seus impostos. Uma interpretação errônea dos fatos ou uma ação equivocada da fiscalização pode gerar enormes prejuízos ao Brasil, ao causar danos irreparáveis às empresas, desestimulando-as a investir e produzir, devido às gravíssimas repercussões desse fato nos campos administrativo (multas, suspensão de financiamentos etc.), civil (reparação de danos, inclusive morais) e penal (processo criminal).

Verificada a ocorrência da fiscalização e a autuação da empresa, recomenda a gravidade da situação que o empreendedor de boa-fé busque urgentemente assessoramento jurídico e técnico, tenha acesso aos autos de fiscalização e tente solucionar a questão no início, ainda na esfera administrativa, evitando maiores dissabores à frente. O retardamento da iniciativa do diálogo com os órgãos públicos poderá tornar as coisas irreversíveis. As superintendências regionais do Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério Público do Trabalho, instituições de grande relevância social, no grau de maturidade e aperfeiçoamento em que se encontram, saberão diferenciar as situações de boa-fé e buscar as soluções que sejam mais justas, resguardando os direitos dos trabalhadores e preservando a atividade econômica. Para o empresário de boa-fé, nesse processo, é preciso demonstrar, e não somente ter, boas intenções e estar bem assessorado jurídica e tecnicamente. E, por fim, ter agilidade e desprendimento para que uma questão que possa ser solucionada no âmbito administrativo não se transforme numa enorme dor de cabeça.

Eduardo Almeida Reis - Números‏

Estado de Minas: 05/06/2014





Sou fraco numa porção de coisas, inclusivamente em números, por isso me valho daqueles pesquisados pelos outros. Desta vez, recorro ao jornalista José Casado, da editoria de Opinião do Globo. Em linhas gerais, o articulista informou que 140 milhões de brasileiros dependem totalmente da rede pública de serviços de saúde, que perdeu 11.576 leitos hospitalares entre janeiro de 2011 e agosto do ano passado.

Isso quer dizer que o governo Dilma Vana Rousseff passou os primeiros 30 dos 48 meses de mandato desativando 12 leitos por dia – em média um a cada duas horas. O Tribunal de Contas da União, TCU, constatou: “Houve uma redução da quantidade de todas as especialidades de leitos de internação, com exceção dos leitos localizados em hospitais-dia”. Vale notar que os ministros do TCU não foram escolhidos por mim nem pelo leitor do Estado de Minas. Muitos deles foram indicados pelos governos do PT.

Os técnicos do TCU visitaram 116 hospitais com 27.614 leitos (8% do total disponível no SUS) e concluíram em relatório de 200 páginas: falta governo na saúde. Faltam profissionais, estruturas físicas, medicamentos (entre os 50 mais adquiridos no Brasil, 43 têm preços acima da média internacional). E o negócio vai por aí, diz aqui o degas, com a “presidenta” candidata à reeleição e o ex-ministro da Saúde, Alexandre Rocha Santos Padilha, possivelmente o Pad e o padilha da troca de e-mails entre o deputado André Vargas (PT-PR) e o doleiro Alberto Youssef. Pad é candidatíssimo ao governo de São Paulo.


Voo noturno

Teve como título Vol de nuit (Voo noturno), em 1931, um dos livros de Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe Saint-Exupéry, admirável escritor, ilustrador e piloto francês, terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe.

Em 2014, talvez pela falta de chuvas, o apê em que se esconde um philosopho amigo nosso foi poupado de voos noturnos, que não me agradam depois das 11 malárias. Daí o interesse que me despertou o estudo da Fundação Bill e Melinda Gates, que luta há anos contra a malária e trabalha na erradicação de outras doenças transmitidas pelos mosquitos, como a dengue e a febre amarela veiculadas pelo Aedes aegypti.

Existem mais que 2.500 espécies de mosquitos em todas as regiões do planeta, exceto na Antártica. O estudo financiado por Melinda e Bill revela que os mosquitos afetam os padrões populacionais em grande escala. Várias outras doenças causam muitas mortes, sem chegar perto dos “assassinos voadores”. A esquistossomose responde por 10 mil mortes anuais e é transmitida por pequenos caracóis que vivem nos rios e lagos de regiões tropicais e subtropicais.

A espécie Homo sapiens sapiens, que deve ter 7,5 bilhões de pessoas, mata 475 mil por ano, das quais 56 mil passam desta para a pior graças à variedade brasiliensis da espécie citada. Serpentes matam 50 mil humanos e o vírus da raiva canina cerca de 25 mil. Tubarões só matam 10 pessoas, enquanto leões e elefantes, somados, eliminam 200. Pois muito bem: os mosquitos da malária (Anopheles) matam por ano 725 mil pessoas. Em menos de cinco anos matam um Uruguai inteiro. Ainda bem que o Motta e don Francisco Tomás moram em Belo Horizonte, capital de todos os mineiros.
Friozinho

Tenho ganas de excomungar aquela baiana, apresentadora de tevê, quando fala do friozinho que tem feito por aí. No dia em que escrevo, os termômetros amanheceram marcando 12ºC. Para mim, abaixo de 20ºC é Sibéria. Pelo banho, às onze da matina, observei o seguinte: você pega uma toalha Toulon, branca, sequinha, e põe sobre o blindex do boxe num lugar em que não é alcançada pelos respingos do chuveiro. Terminado o banho rápido, a toalha está encharcada. Só pode ser o vapor, que também se condensa nos azulejos e no espelho.

O mundo é uma bola

5 de junho de 1805: fundação da Imperial Ordem da Coroa de Ferro por Napoleão Bonaparte. Teve seu nome baseado na antiga Coroa de Ferro, joia medieval que tem no seu interior um anel de ferro forjado com supostos cravos, que seriam aqueles usados para crucificar Jesus. A Ordem tinha originalmente três classes: 20 grã-cruzes, 30 chefes e 50 cavaleiros. Napoleão caiu muito no meu conceito. Esta conversa de ordem, de condecoração, de medalha, é coisa de brasileiro.

Em 1915, a Dinamarca altera sua constituição para permitir o sufrágio feminino – e isso há exatos 99 aninhos. Em 1947, na Universidade Harvard, George Marshall apresenta o Plano Marshall de ajuda aos países europeus afetados pela Segunda Guerra Mundial. George Catlett Marshall Jr. era general norte-americano e combateu nas duas grandes guerras. Hoje é o Dia da Ecologia.

Ruminanças
“A partir de certa idade, a glória se chama desforra” (Bernanos, 1888-1948).