terça-feira, 29 de abril de 2014

TeVê

TV paga

Estado de Minas: 29/04/2014



 (André Maceira/Divulgação)

Intrépidos


Dirigido por Roberto Berliner e Beth Martins, o documentário Será que o tempo realmente passa? mergulha na história da Intrépida Trupe (foto), que revolucionou as artes cênicas no Brasil. Criado por artistas da dança, teatro, música e artes plásticas que tinham em comum a paixão pelo circo, o grupo sempre apresentou performances em que a poética de cada integrante se integra em um forte coletivo. Confira às 22h, no canal Curta!.

Dr. Kurtzman volta a  atender no Canal Brasil


O Canal Brasil retoma hoje, às 21h30, a série No divã do dr. Kurtzman, em que o ator Fábio Marcoff entrevista convidados cúmplices num jogo que mistura realidade e ficção, começando esta noite com a atriz e cineasta Lucélia Santos. Outra produção brasileira, Polícia 24h vai ao ar às 20h, no canal A&E, atendendo a ocorrências de roubo, troca de tiros e briga de vizinhos.

Fox fecha a temporada  da série Sleepy Hollow


O canal Fox exibe hoje, às 23h15, o último episódio da primeira temporada de Sleepy Hollow. A série combina ação e aventura em uma versão moderna do clássico de Washington Irving, que tem como um dos personagens centrais o lendário Cavaleiro Sem Cabeça, um assassino feroz que retorna do além para aterrorizar e massacrar os habitantes de Sleepy Hollow. Em “Bad blood”, a batalha entre o bem e o mal chega a um ponto explosivo: sacrifícios precisam ser feitos, mundos estão em colisão e lealdades são testadas.

Futura exibe mais uma  produção universitária

O crescimento como valor absoluto, um dos pilares da economia contemporânea, é apresentado através de três iniciativas empreendedoras que desafiam a lógica organizacional no documentário Menos é mais, atrações de hoje do Sala de notícias, às 14h35, no canal Futura. A direção é de Priscila Pacheco dos Santos, da Universidade Positivo.

Muitas alternativas na  programação de filmes

No pacotão de filmes, estreia às 22h, no Canal Brasil, o drama Trampolim do forte, de João Rodrigo Mattos, com Marcélia Cartaxo, Luiz Miranda e Zéu Britto. Outro destaque é a produção franco-italiana Salvo – Uma história de amor e máfia, às 22h, no Telecine Cult. Na mesma faixa das 22h, o assinante tem mais oito opções: Quando estranhos chegam, no Cinemax; Segurando as pontas, no Studio Universal; As mil palavras, no Telecine Fun; Conspiração Xangai, no Telecine Touch; Moneyball – O homem que mudou o jogo, na HBO; O dia do terror, na HBO 2; Closer – Perto demais, no Max HD; e Rocky Balboa, na MGM. Outras atrações da programação: Os safados, às 21h, no Comedy Central; O gângster, às 22h30, no Megapix; e Os agentes do destino, também às 22h30, no Space.


CARAS & BOCAS » Melhores da TV
Simone Castro
Estado de Minas: 29/04/2014
Carlos Nascimento e Karyn Bravo, ao lado de Silvio Santos, recebem o Troféu Imprensa de Melhor Jornal de TV (Roberto Nemanis/SBT)
Carlos Nascimento e Karyn Bravo, ao lado de Silvio Santos, recebem o Troféu Imprensa de Melhor Jornal de TV

A 56ª edição do Troféu Imprensa, o Oscar da TV brasileira, foi ao ar, anteontem, no SBT/Alterosa, com apresentação de Silvio Santos. O Troféu Imprensa, escolha de jurados especializados em TV, e o Troféu Internet 2014, com a preferência dos internautas, premiaram os melhores do ano de 2013 em diferentes categorias. Como nos anos anteriores, Silvio Santos recebeu no palco alguns artistas que já foram premiados em edições passadas e por algum motivo não puderam receber os troféus. Participaram desta vez: Tony Ramos, Lília Cabral, Danilo Gentilli e sua equipe, Marília Gabriela, Rodrigo Faro, Roberto Cabrini, Jean Paulo Campos, Larissa Manoela, Eliana, Ana Vitória, Matheus Ueta, Carlos Alberto de Nóbrega e o publicitário Theo Rocha. Um dos momentos mais emocionantes foi a entrega do troféu de Melhor Jornal de TV para os apresentadores Carlos Nascimento e Karyn Bravo, que comandam o SBT Brasil. O jornalista está afastado da bancada para o tratamento de um câncer. Confira os ganhadores do Troféu Imprensa desta 56ª edição: Melhor apresentadora de TV: Fátima Bernardes e Patrícia Abravanel; Programa infantil: TV cocoricó; Melhor cantora: Ivete Sangalo e Paula Fernandes; Melhor novela: Amor à vida; Melhor programa de entrevista: De frente com Gabi; Melhor jornal de TV: Jornal nacional e SBT Brasil; Melhor ator: Mateus Solano, pelo Félix de Amor à vida; Melhor programa humorístico: Tapas & beijos; Melhor comercial de TV: Havaianas; Melhor atriz: Vanessa Giácomo, pela Aline de Amor à vida; Melhor programa de auditório: Programa da Eliana. Revelação: Tatá Werneck, pela Valdirene de Amor à vida; Melhor apresentador: Rodrigo Faro; Melhor cantor: Roberto Carlos.

REFORÇO NA EQUIPE DE NARRADORES DA BAND


Oliveira Andrade passa a integrar a equipe de narradores da Band. A estreia foi anteontem, durante a partida entre Corinthians e Flamengo pelo Campeonato Brasileiro 2014. Segundo a emissora, a contratação já estava em andamento antes mesmo do falecimento de Luciano do Valle e não se trata, de acordo com nota oficial, “em hipótese alguma, de uma substituição”. Oliveira Andrade continuará atuando no Bandsports e também fará parte da equipe de narradores da Band na Copa do Mundo 2014 da FIFA, ao lado de Téo José, Nivaldo Prieto e Ulisses Costa.

LAURA CARDOSO ESTARÁ NO PROVOCAÇÕES HOJE


Antônio Abujamra entrevista no Provocações, hoje, às 23h30, na TV Cultura, a atriz Laura Cardoso. Com 86 anos de idade e 72 de carreira, Laura apareceu pela primeira vez na Rádio Cosmo, com seu nome real, Laurinda de Jesus Cardoso. Mas, segundo ela, um colega de trabalho da época disse que Laurinda não era muito fácil de gravar, sugerindo, então, um nome artístico, e foi quando a atriz batizou-se Laura. Ela fala sobre a nova geração de atores, a transição do rádio para a TV e a sua participação em um momento histórico da televisão brasileira. Na condição de uma das grandes damas do teatro, ela dá, ainda, sua opinião sobre os palcos nos dias atuais.

ITAMAR ASSUMPÇÃO É DESTAQUE NO DIVERSO


O músico Itamar Assumpção é destaque no Diverso desta terça-feira, às 22h30, na Rede Minas. O programa vasculha o pensamento e as memórias do artista. Para isso, foram ouvidos o guitarrista Luiz Chagas, da Banda Isca de Polícia, com as integrantes da banda Orquídeas do Brasil Tata Fernandes, Georgia Branco, Nina Blauth e Adriana Sanches, além do amigo Arrigo Barnabé. “A música do Itamar é muito comunicativa, mas ele fazia questão de complicá-la”, brinca Barnabé. O programa produziu clipes com algumas das principais composições do artista e fez uma seleção a partir de sugestões de alguns seguidores da fanpage do Diverso no Facebook.

FÁTIMA EM BH

A Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, foi palco, ontem, da estreia do Encontro com Fátima Bernardes (Globo), versão itinerante. Nada de novo. A atração apenas saiu dos estúdios da Globo, no Rio de Janeiro, e desembarcou na cidade. A pauta continuou a mesma, nomeadamente com temas ligados a comportamento, como o Dia da Sogra e o medo de altura. Com uma plateia já pré-definida, instalada em seus devidos lugares, o programa recebeu a dupla Victor e Léo, mineiros, e nada mais. A cantora Luiza Possi e um psicanalista que já integra a equipe, além do humorista Marcos Veras e o jornalista Lair Rennó, outro mineiro, marcaram presença. Já que será itinerante eventualmente, seria interessante se o Encontro contasse com nomes das cidades visitadas. No mais, não se tem dúvida de que o público quer mesmo é ver o artista de perto. E assim muita gente fez a festa.

VIVA
A nova série do AXN (TV paga), Resurrection. Na trama, pessoas que já morreram retornam a uma cidade dos Estados Unidos. No primeiro caso, um menino, morto há 32 anos, reaparece, em um lugar distante na China, como se nada tivesse ocorrido. Outros mortos vão ressurgindo. Suspense e mistério dos bons!

VAIA
Novo Fantástico? O quê? Onde? Mais do mesmo perde. Um requentado com estampa diferente – o que salvaram foram o tratamento de arte e as inovações tecnológicas –, e ainda mais monótono. Pior: o programa arranha, e muito, a boa imagem da ótima Renata Vasconcellos. Atração ficou boba e muito sonolenta.

CINE PE » Os desafios da história Carolina Braga

CINE PE » Os desafios da história
Carolina Braga*
Estado de Minas: 29/04/2014

João Jardim diz que legislação dificulta o olhar sobre a história do Brasil e seus personagens  (Mariana Guerra/Divulgação)
João Jardim diz que legislação dificulta o olhar sobre a história do Brasil e seus personagens


Recife – Quando terminou a exibição hors-concours de Getúlio, no Cine PE, o diretor João Jardim se posicionou em um canto escuro do Cine Teatro Guararapes para observar a saída da plateia. Não queria ser reconhecido, apenas observar a expressão dos espectadores. Já sabia que não se tratava de filme para reação calorosa. “Ninguém aplaude a mediocridade política do país”, ressalta.

O cineasta de Lixo extraordinário (2010) e Janela da alma (2001) ficou contente com o que viu. “As pessoas estavam do jeito que a gente queria: refletindo sobre nós.” A questão em aberto é quanto Getúlio, o filme, poderá incomodar quem tem relação com alguns dos personagens retratados pelo longa. A estreia nacional está marcada para quinta-feira.

Quando fala sobre a dificuldade de levar fatos para as telas no Brasil – assim como para as páginas dos livros  – João Jardim se emociona. “Perdi muitas noites de sono”, confessou durante a coletiva de imprensa organizada pelo Festival. “É uma ousadia fazer isso, porque tem uma legislação que dificulta o tempo todo. Do ponto de vista jurídico, é muito grave.”

Com Tony Ramos no papel de Getúlio Vargas, o filme se passa nos 20 dias que antecederam a morte do ex-presidente. Como se tratam de personagens reais e dadas as polêmicas relacionadas às biografias, João Jardim assumiu muitos riscos para contar a história. Deixou explícito o peso que ainda sente por isso. “Foi realmente muito difícil. A Ancine exigiu a autorização de todos os herdeiros”, conta. Apenas parte dessa documentação foi providenciada, especialmente a autorização de duas netas de Vargas, que vivem no Rio de Janeiro. É por isso que João Jardim ressalta que ainda é um risco.

“Tive que tomar cuidado de colocar no filme coisas que as pessoas assumiram publicamente”, afirma. Pelo roteiro, assinado por George Moura, passam pelo menos 20 figuras históricas. Além de Getúlio Vargas e Carlos Lacerda, há familiares do ex-presidente, como a filha Alzira, e diversas figuras políticas, como Afonso Arinos e Tancredo Neves, entre outros. Para João Jardim, desde o início o interesse foi falar da história do país, infelizmente ainda pouco comprometido com a ética.

PÚBLICO Além de Getúlio, exibido fora de competição, também passaram pela tela do Cine PE o documentário de Jorge Furtado, O mercado de notícias, e o português 1960, de Rodrigo Areias, que saiu prejudicado. Já era quase meia-noite quando as primeiras cenas em super-8 foram exibidas. Naturalmente, havia muito pouca gente na sala. A imagem do Cine Teatro Guararapes abarrotado de gente já faz parte da história do Cine PE. Não é mais assim.

Embora dados oficiais deem conta de que foram mais de mil espectadores na noite de domingo, o número é menor do que em outros anos. “O mundo, há 10 anos, era outro, tinha menos oportunidades de entretenimento”, minimiza Alfredo Bertini, diretor do festival. “Qual a diferença de ter 2,3 mil pessoas para 1,8 mil? Que outro festival no Brasil que consegue esse número?”, desafia. “O Cine PE é plural. Não sou mostra, não trabalho com tendência. É o festival da pluralidade”, provoca.

* A repórter viajou a convite do Cine PE.

Ausências

Divulgada como a principal novidade desta edição, a internacionalização do Cine PE continua sem prestígio. Depois da ausência da equipe do longa O Grande Hotel Budapeste, do diretor Wes Anderson, o diretor português Rodrigo Areias, do documentário 1960, foi o segundo a não comparecer. “Ele me falou que estaria no Brasil o mês todo, mas deixou de atender celular, não responde aos nossos contatos”, conta Alfredo Bertini. Para o diretor do Cine PE, a internacionalização também deve ser encarada com mais calma. “É o primeiro passo, estamos começando.” 

Tereza Cruvinel-O som das abelhas‏

O som das abelhas 
 
Eduardo Campos irritou o PMDB ao dizer que em seu governo o senador Sarney ficará na oposição. Mas, se eleito, ele também governará com o PMDB. Num país com 34 partidos, nenhum deles elegerá mais que 20% dos deputados 
 
Tereza Cruvinel
Estado de Minas: 29/04/2014

Lula finalmente comentou o julgamento do mensalão, criticou-o e sofreu uma saraivada de críticas, afora uma distorção grosseira do que falou sobre sua relação com os petistas condenados. O PR deixou os outros partidos na toca e oficializou sua defesa do “Volta, Lula”. A colunista Joyce Pascovitch noticiou neste fim de semana que Lula rendeu-se aos apelos para concorrer. Seja “furo” ou “barriga”, que no jargão jornalístico vêm a ser o oposto, a notícia alvoroçou a colmeia financeira e fez subir as ações das estatais, o que significa derrubar a cotação das ações de Dilma, cujo valor atual de face poderá ser conferido hoje na pesquisa CNT/MDA. Os três fatos parecem ser autônomos, mas juntos produzem um certo zumbido, a sensação de algo no ar, afora os aviões e as aves de arribação.

Começando pela fala de Lula à TV pública portuguesa, a RTP. Para quem promete há tanto tempo uma fala sobre o julgamento da Ação Penal 470, Lula foi até lacônico, ao dizer que as decisões do julgamento foram mais políticas do que jurídicas. A medição (as primeiras corresponderiam a 80% e as últimas a 20%), que o ministro Marco Aurélio estranhou, pode carecer de base, mas que o resultado é fruto da combinação de decisões das duas naturezas, os que têm neurônios honestos não podem negar. Basta o fato de que, até hoje, ninguém sabe que fim levou o Inquérito 2.474, que contém muitas contraprovas relacionadas ao caso Visanet, e foi excluído por Joaquim Barbosa da AP 470. Ou a diferença de tratamento dada ao processo do chamado mensalão mineiro e ao ex-presidente Fernando Collor, de alma lavada com a absolvição. Mas por que Lula resolveu falar agora de mensalão? Para ser pragmático (como o PT o foi com André Vargas), o melhor seria ficar longe do assunto e fazer tudo para que seja esquecido. Lula, é verdade, devia uma declaração aos condenados, especialmente a Dirceu e Genoino, mas, agora, ela não tem qualquer serventia a eles. Aqui entra a distorção que alguns veículos fizeram de um aspecto de sua fala à RTP, fazendo muito esforço para entender que ele negou ter tido uma relação de confiança com os condenados. Quem ouvir a entrevista sem apriorismo entenderá que ele interrompeu a pergunta para dizer: não importa se as pessoas eram ou não de sua confiança. Importante é que o julgamento teve um componente político destinado a prejudicar o PT. Ele pode ter se expressado mal, mas houve um esforço para “entender mal” o que ele disse ou quis dizer. Até porque, para renegar os petistas presos, melhor seria continuar calado.


Outro zumbido foi lançado ao ar pelo PR, ao oficializar ontem sua defesa da candidatura de Lula a presidente, embora avisando que continuará na base governista e dizendo nada ter contra a presidente Dilma. É verdade que setores do PR têm birra com ela por causa da demissão do ex-ministro Alfredo Nascimento naquela faxina do início do governo. Mas o PR tem figuras que estão longe de serem consideradas lulistas, como é o caso do deputado Garotinho, que não gostou do manifesto e correu a dizer que só Dilma pode decidir se será ou não candidata. Terá o PR se lançado sozinho nesse movimento, sem articular com mais ninguém, correndo o risco de se dar mal? Pois se Dilma se reelege, jamais esquecerá a desfeita. Agora é ver se o PR deu a senha para outros partidos e grupos governistas lhe fazerem coro.
Por fim, importante na nota de Joyce Pascovicht no blog Glamurama foi seu efeito, não o conteúdo. Pois ainda que Lula tivesse tomado decisão semelhante, ela não vazaria assim. Uma reviravolta de tal magnitude teria (ou terá) que ser construída com extrema habilidade, muita costura e um cuidadoso ritual. Mas pode ele ter dito a alguém que, se o quadro eleitoral apresentar algum risco real para Dilma, ele acabará tendo de se render. O efeito, entretanto, foi mais uma vez revelador da indisposição dos agentes econômicos e financeiros com Dilma. Na Bovespa, o sinal de queda nas ações inverteu-se para o de alta após a publicação da nota. Quem mais subiu, entretanto, foi a taxa de excitação nessas esferas do dinheiro.


Os três eventos podem não ter qualquer relação entre si, mas eles deixaram ontem a sensação de algum zumbido no ar.



Marimbondos de fogo

A declaração do candidato Eduardo Campos (PSB), de que em seu governo o ex-presidente e senador José Sarney passará quatro anos na oposição, agitou o clã maranhense e boa parte do PMDB. Os Sarneys ficaram bravos como os marimbondos de um antigo livro de poesias do senador.

Como retórica, a cutucada de Campos pode até lhe render votos, mas, se ele for o eleito, é certo como dois e dois são quatro que precisará do PMDB para governar. E como já dito aqui, em seu governo, o PMDB pode mandar até mais do que mandou no de Fernando Henrique, no de Lula e no de Dilma. Pois, juntos, PSB/Rede, PPS, PPL, ainda que apoiados pelo PSDB, não terão mais que 100 deputados na base de apoio. E não é porque sejam ruins de voto. Com o sistema de 34 partidos que temos, dificilmente um partido alcançará os 20% das cadeiras da Câmara.


Então, para evitar constrangimentos futuros, candidatos devem evitar frases como essa.

Pesquisa indica que colesterol interfere na infecção do HIV

Colesterol interfere na infecção do HIV Experimento americano indica que a baixa concentração da gordura pode dificultar a ação do vírus da Aids em um pequeno grupo de pacientes 

Bruna Sensêve
Estado de Minas: 29/04/2014


Combatido por 10 entre 10 pessoas que buscam um organismo saudável, o colesterol alto acaba de ganhar pontos na escala das substâncias mais prejudiciais ao corpo humano. Uma pesquisa publicada hoje pela mBio, revista científica da Sociedade Americana de Microbiologia, faz a ligação improvável entre o esteroide das membranas celulares de todos os animais e a progressão da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). Curiosamente, um grupo especial de pessoas infectadas pelo HIV que conta com o privilegiado lento avanço da doença também tem uma menor quantidade de colesterol em um tipo específico de células imunes. A característica seria exclusiva a 2% a 5% da população mundial. No entanto, existe a esperança de que medicamentos responsáveis por diminuir o colesterol das células em geral, conhecidos como estatinas, possam atuar favoravelmente em indivíduos comuns.

A descoberta foi feita por uma equipe de pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, liderada por Giovanna Rappocciolo. Eles usaram um extenso banco de dados do Multicenter Aids Cohort Study (Macs), composto por mais de 30 anos de amostras biológicas recolhidas para um estudo confidencial sobre a história natural do HIV. Entre os exemplares, foi possível recolher células imunes de indivíduos infectados não progressores, progressores normais e voluntários não infectados (que formaram o grupo de controle). O objetivo era comparar a capacidade das células apresentadoras de antígeno (APCs) desses pacientes. Quando o HIV entra no organismo, é tipicamente escolhido pelas células do sistema imunológico com essa função. Podem ser as células dendríticas ou os linfócitos B.

Ao entrar em contato com o vírus, essas estruturas o transportam para os gânglios linfáticos, onde o HIV é repassado a outras células do sistema imunológico, as células T, por meio de um processo conhecido como infecção trans. Nesse novo “endereço”, o micro-organismo encontra o principal local de replicação. O aumento da taxa de HIV sobrecarrega o sistema imunológico, que, exaurido, cede à progressão da doença (veja infografia). A partir do momento em que a pessoa desenvolve a Aids, o corpo já não pode combater infecções e cânceres, por exemplo. Antes do surgimento dos antirretrovirais, diante desse quadro, o paciente não tinha uma prognóstico que ultrapassasse um ou dois anos de vida. Os medicamentos interrompem o processo de replicação viral e podem retardar o aparecimento da Aids por décadas.

No entanto, mesmo sem ingeri-los, uma pequena percentagem de pessoas infectadas pelo HIV não tem a perda persistente de células T. Em uma de cada 20, o aumento nos níveis do vírus da Aids após a infecção inicial não acontece. Elas são conhecidas pela medicina como controladores de elite. Podem passar anos ou mesmo mais de uma década sem que o vírus comprometa o sistema imunológico e sem a ingestão de antirretrovirais. “Saber como esses indivíduos naturalmente controlam a infecção pelo HIV-1 e impedir que o vírus progressivamente destrua as células delas pode ser extremamente importante para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas e de prevenção eficazes”, diz Giovanna.

Ao comparar, em laboratório, a habilidade das APCs em fazer esse transporte e apresentação, os cientistas descobriram que, enquanto as células dos pacientes progressores e as do grupo de controle foram altamente eficazes na mediação da infecção trans, as do não progressores não tinham essa capacidade. O fato foi curioso o suficiente para ser observado ainda mais atentamente. Concluiu-se, então, que as células dos não progressores tinham baixos níveis de colesterol, ainda que os pacientes apresentassem níveis normais da substância no sangue.

O colesterol é um componente usado pelo HIV para se replicar eficientemente em diferentes componentes do organismo humano. Entre os experimentos feitos com as células, os autores relatam que, quando o vírus da Aids foi diretamente misturado com as células T dos não progressores, elas foram infectadas na mesma taxa que as células T dos participantes soropositivos com progressão normal da infecção. Claro, as células T dos progressores tinham níveis normais de colesterol.

“Isso significa que é improvável a perturbação ter surgido devido a um problema com as células T, apoiando ainda mais a nossa conclusão de que a progressão lenta está associada a uma baixa de colesterol nas células dendríticas e nas células B”, acredita a pesquisadora. Segundo ela, a infecção trans pôde ser restaurada com a reconstituição de níveis de colesterol nas células apresentadoras de antígeno de não progressores e, inversamente, pôde ser inibida por meio da redução dos níveis de colesterol nas APCs de progressores.

Hereditária Uma análise em específico das APCs de dois não progressores entre um e quatro anos antes da infecção primária pelo HIV mostra resultados semelhantes. Com esses dados, os pesquisadores sugerem que a característica é geneticamente adquirida. “O que é mais intrigante é que as células dendríticas nos não progressores tiveram esse traço de proteção um ano antes de se tornarem infectadas pelo HIV.” Esse fator sugeriria que a incapacidade das células dendríticas e as células B para passar o HIV para suas células T é herdada geneticamente por uma pequena porcentagem de pessoas. “Esse ‘defeito’ no metabolismo do colesterol não é uma consequência direta da infecção pelo vírus, mas é provável que esteja presente como uma característica hereditária em uma baixa percentagem de indivíduos. Entender como isso funciona pode ser uma pista importante no desenvolvimento de novas abordagens para prevenir a progressão da infecção por HIV”, acredita Giovanna Rappocciolo.

Segundo o infectologista Artur Timerman, do Hospital Israelita Albert Einstein, existe um espectro importante da infecção por HIV a ser considerado, desde os que não são infectados mesmo em contato com o vírus até aqueles que, ao entrar em contato com o patógeno, sofrem um efeito fulminante da doença. Para Timerman, é importante considerar que a condição dos controladores de elite é bastante diferente do grupo de expostos não infectados.

“Hoje, sabe-se que existe um grupo de pessoas que são expostas ao vírus e nem mesmo se infectam. O mecanismo mais atribuído a essa resistência natural é a ausência de um receptor na parede da célula chamado de CCR5, essencial para o vírus interagir com a célula e entrar no interior dela. Essas pessoas são os expostos não infectados.” Ele explica que os não progressores têm a infecção, mas o desenvolvimento da doença é mais lento.

“O que o estudo conseguiu mostrar muito bem é que os controladores de elite captam menos colesterol, as dendríticas deles têm menos colesterol e, por isso, são menos suscetíveis ao HIV. Na verdade, elas têm maior dificuldade de transmitir o HIV para outras células.” Timerman pondera, porém, que se fala muito mal do colesterol, e essa questão precisa ser vista com maior cuidado, pois ele é essencial na membrana da célula. “Estudos mostram, inclusive, que níveis muito baixos (de colesterol) estão associados à incidência de câncer de cólon e do intestino grosso.” O ideal, segundo o infectologista, é ter o colesterol nos níveis normais. “Não é bom que seja alto, mas muito baixo também não é normal.”

Imunidade celular

A Aids mata 2 milhões de pessoas no mundo, mas há quem não pegue a doença mesmo após numerosas exposições ao vírus. A resposta a esse enigma está na proteína CCR5. Ela fica na superfície de células do sistema imunológico e é usada como “porta de entrada” para que o HIV penetre as células. A partir de um estudo com ratos, pesquisadores da Universidade de Carolina do Sul (EUA) descobriram que as CCR5 de alguns organismos têm imunidade ao HIV, uma trava que impede a penetração do vírus da Aids. 

Células-tronco contra o diabetes 1‏

TERAPIA PERSONALIZADA » Células-tronco contra o diabetes 1
Estado de Minas: 29/04/2014


Usando a técnica da clonagem, cientistas de Nova York criaram as primeiras células-tronco embrionárias com dois pares de cromossomos destinadas ao tratamento de diabetes 1. A equipe de Dieter Egli e Mark Sauer, da Universidade de Columbia, descreveu a metodologia na edição on-line da revista Nature. Eles retiraram o núcleo de células adultas da pele e o adicionaram a oócitos não fertilizados, em um processo chamado transferência nuclear de células somáticas. As células-tronco embrionárias foram criadas a partir do material doado por uma paciente de diabetes 1 e um indivíduo saudável.

Em 2011, a mesma equipe anunciou a primeira linhagem de células embrionárias feitas a partir do tecido da pele, usando a transferência celular, com objetivo de produzir estruturas capazes de produzir insulina. Contudo, as células eram triploides, ou seja, tinham três pares de cromossomos, e não podiam ser usadas para novos tratamentos. “Desde o começo, o objetivo desse trabalho é usar a célula do paciente de diabetes 1 para produzir células-tronco que corrijam a doença”, disse, em nota, Dieter Egli.

Passados três anos do primeiro experimento, os cientistas conseguiram, agora, obter estruturas diploides. “Ao reprogramar as células para que atinjam um estado pluripotente e comecem a fabricar células beta, estamos um passo mais perto de tratar pacientes diabéticos com as próprias células produtoras de insulina”, disse.

Cura Pacientes com diabetes tipo 1 têm deficiência de células beta, as fabricantes de insulina, o que resulta na falta da substância e, consequentemente, em altos índices de açúcar no sangue. Portanto, o método descrito na Nature pode significar não só o tratamento, mas a cura do diabetes 1 no futuro. Como as células-tronco são feitas com o tecido epitelial do próprio paciente, não haveria risco de rejeição.

Os cientistas esclareceram, contudo, que gerar células beta a partir da técnica da transferência somática é apenas um passo para o tratamento. Também é necessário desenvolver estratégias que protejam o organismo dos pacientes contra o mecanismo pelo qual o sistema imunológico destrói essas estruturas por entender, erroneamente, que elas são um agente externo, como um vírus ou uma bactéria.

De acordo com os pesquisadores, a técnica poderá ajudar no desenvolvimento de terapias personalizadas para muitas outras doenças, como Parkinson, degeneração macular, esclerose múltipla e doenças do fígado. Também tem potencial para reparar ossos danificados. “O resultado técnico e científico traz para mais perto da realidade a promessa da reposição celular no tratamento de um amplo espectro de doenças e condições médicas”, avaliou Rudolph Leibnel, diretor do Centro de Diabetes Naomi Berrie e coautor do estudo. 

Riscos digitais corporativos - Lúcio Marcos do Bom Conselho

Riscos digitais corporativos 
 
Brasil é o 8º país entre os que mais têm ataques cibernéticos 

Lúcio Marcos do Bom ConselhoProfessor de direito digital da Faculdade Cotemig
Estado de Minas: 29/04/2014

Um levantamento divulgado pela empresa de segurança digital Symantec revelou os países que mais tiveram ataques cibernéticos no mundo, registrando o Brasil na 8ª posição. As polêmicas envolvendo a segurança de dados e a difusão de informações sigilosas armazenadas na rede brasileira estimularam a preocupação das empresas com a segurança no ambiente virtual. É muito importante manter uma política de uso das ferramentas tecnológicas corporativas para garantir a segurança de dados estratégicos, informações sobre clientes, parceiros e fornecedores. Os hackers buscam um acesso para demonstrar uma falha de segurança, para furtarem uma informação ou, ainda, para destruir, apagar ou alterar um dado disponível. Para as empresas, a situação pode gerar perda de clientes, responsabilidade civil por prejuízos causados pelo vazamento de informações estratégicas etc. Uma das maiores falhas de segurança da informação está em permitir que um usuário, funcionário ou colaborador tenha acesso irrestrito e utilize senhas frágeis.

Como ainda há uma restrita legislação específica em vigor, as empresas, por meio de suas próprias políticas, podem criar normas internas de uso das ferramentas tecnológicas. Sob a perspectiva externa, as corporações devem se preparar para incluir cláusulas em seus contratos, prevendo responsabilidades e obrigações em questões, envolvendo tecnologia e a privacidade dos dados. Neste ano, acompanhamos a notícia sobre o vazamento de vários dados cadastrais de clientes da empresa ingressos.com. Quando os contratos têm cláusulas prevendo essa situação e a consequente responsabilidade dos envolvidos, o esforço em preservar os dados é maior. Uma alternativa relevante é o uso da criptografia, processo que codifica a informação e da assinatura digital para os projetos estratégicos e sigilosos das empresas, por meio do uso de senhas e certificados que garantem a autenticidade e a integralidade da informação. Outra sugestão é realizar treinamento com os funcionários para o bom uso das ferramentas tecnológicas, assim como das redes sociais, para que evitem misturar o que é trabalho com o lado pessoal do colaborador, o que pode acarretar prejuízo à imagem e à vida de ambos. É importante as empresas investirem em equipamentos de segurança e em pessoal especializado. Deve-se considerar como medidas básicas na segurança da informação empresarial manter ferramentas tecnológicas adequadas, como firewall, antivírus, backup's, espelhamento de dados, sistemas de redundância elétrica. Também é importante manter um código de ética digital aplicável a todos os funcionários, com regras claras e objetivas sobre o uso ético e responsável da rede interna, e-mail corporativo e demais tecnologias ligadas à empresa.

O que percebemos é que não devemos esperar da legislação a única solução para as questões digitais, mas, sim, buscar, na prevenção, minimizar os riscos decorrentes do mau uso das novas tecnologias. O Congresso Nacional aprovou e a presidente da República sancionou o Marco Civil da Internet, o que nos trouxe mais uma boa legislação sobre o tema. Mas as empresas devem, em verdade, formular cenários, simulando incidentes envolvendo a quebra de privacidade, a violação de segurança e a divulgação não autorizada de informações, a fim de se preparar para incidentes digitais que exijam maior segurança da informação corporativa e, por que não dizer, um plano de contingência para reduzir os seus impactos.

As novas gerações e a leitura - Marco Silva

As novas gerações e a leitura
Marco Silva
Professor da Faculdade de Minas (Faminas), consultor e autor de livros educacionais
Eswtado de Minas: 29/04/2014


Devido a sua importância, no decorrer da história, os homens construíram diversos suportes que possibilitaram a escrita e a leitura. Antes de Cristo, os registros escritos eram feitos em barro, na Suméria. No Egito, e em parte da Europa, os escritos eram dispostos em papiros e, mais tarde, em tábuas revestidas de cera. No oriente os chineses escreviam em rolos de seda, e os indianos, em folhas de palmeiras.

A partir do século I da Era Cristã, o pergaminho tornou-se comum em todo Império Romano. Com a invenção da imprensa no século 15, houve uma aceleração do processo de produção, barateamento e melhoria da qualidade dos materiais impressos. À mesma época, astecas e maias registravam seus textos sobre suportes de madeira revestidos com um material retirado da casca das árvores.

Durante boa parte da história, eram comuns os encontros para leitura coletiva e debates para além da leitura individual, diga-se de passagem, bastante aprofundada. O leitor costumava ler várias vezes uma mesma obra. Encontrar a resposta para um trabalho escolar, uma questão de interesse pessoal ou mesmo uma leitura de lazer exigia um debruçar maior sobre as fontes, uma leitura mais verticalizada dos livros ou textos disponíveis. Comparado aos nossos dias, não havia uma extensa diversidade de fontes sobre um mesmo assunto. Talvez por isso, o aproveitamento das que existiam era bastante profundo.

Atualmente, o leitor encontra uma variedade de suportes para os textos, que engloba dos papéis de diferentes composições, texturas e acabamentos aos diversos tipos de recursos digitais. O universo digital é, sem dúvida, o mais utilizado pela chamada geração ciborgue, ou seja, as crianças e jovens que nasceram num mundo em que a informática já predominava em todos os setores e, por isso, conhecem e operam com naturalidade essas tecnologias.

Entretanto, a leitura no ciberespaço não é linear e, muitas vezes, pode ocorrer de forma bastante superficial. Apenas um clique é suficiente para acessar uma nova página ou um site de busca onde estão os links para centenas ou milhares de respostas para o que se procura. O leitor não precisa se debruçar sobre um texto mais complexo. As informações estão sempre acessíveis e dispostas de forma bastante cômoda com a resposta que se procura. Isso quando um pequeno sinal não convida o leitor a abrir uma janela de “bate-papo” ou um novo email desviando sua atenção da leitura em curso.

No universo da internet, as pesquisas escolares muitas vezes já estão prontas. A tarefa do leitor, via de regra, é apenas a de encontrá-las, copiar, colar, imprimir e entregar ao professor. Não há uma reflexão crítica sobre o que se lê, para a construção das próprias conclusões. Responsável pelo amadurecimento cognitivo, o processo reflexivo em busca de respostas e soluções foi substituído por pequenas buscas superficiais.

Os ciborgues têm acesso a muitas informações, mas, geralmente, não sabem lidar de forma crítica e seletiva com elas. Além disso, a maior parte possui grandes dificuldades para escrever satisfatoriamente. E isto não é sem razão. Aquele que escreve bem precisa ser um bom leitor.

Diante desse quadro, cabe aos pais limitar o acesso ao mundo digital e exigir a volta ao bom e velho livro, aos jornais e revistas impressas, para contribuir com a formação de hábitos de leitura verticalizada. Não se trata de impedir o acesso às tecnologias da informação e comunicação. Em nosso tempo é indispensável que elas sejam bem utilizadas. O que se preconiza aqui é a busca do equilíbrio necessário para se garantir um desenvolvimento crítico, reflexivo das novas gerações.