quarta-feira, 23 de abril de 2014

Macacos já fazem contas

O Globo - 23/04/2014


Pesquisadores americanos revelaram que nossos antepassados têm a capacidade de somar números
simples; eles acertaram mais da metade dos cálculos em troca de recompensas



Macacos rhesus conseguem
fazer contas. A revelação
é de um estudo
americano divulgado
ontem. Treinados para reconhecer
26 diferentes símbolos — correspondentes
aos números de 0 a 25 — e associá-
los a recompensas, os animais
demonstraram não apenas a capacidade
de diferenciar essas imagens,
mas também de somar os valores. O
trabalho foi divulgado na revista científica
“Proceedings”, da Academia
Nacional de Ciências dos EUA
(PNAS).

No experimento, os macacos
aprenderam, inicialmente, a reconhecer
o conjunto de símbolos que
representam os números. Eles conseguem
reconhecer os algarismos
com uma precisão que varia de 70%
a 90%, dependendo da duração do
treinamento. Os testes foram aplicados
pela pesquisadora Margaret Livingstone,
do Departamento de
Neurobiologia da Escola Médica da
Universidade de Harvard.

Após essa etapa, os pesquisadores
apresentaram aos macacos uma tela
sensível ao toque. Nela, foram estimulados
a fazer escolhas entre dois símbolos.
Para qualquer número tocado,
era oferecida uma recompensa. Com
o tempo, os animais aprenderam a escolher
os valores mais elevados,
quando eram apresentados a dois números,
já que, assim, recebiam mais
recompensas. As escolhas eram certeiras
em 90% dos casos.

No passo seguinte, os animais
aprenderam a somar. Os autores
passaram a introduzir pares de símbolos
que carregavam uma recompensa
igual ao valor da adição desses
símbolos. As escolhas certas, neste
caso, foram superiores a 50%.

NADA DE DECOREBA

Para confirmar que os macacos estavam
realizando o cálculo, em vez de
memorizar o valor da recompensa de
todas as possíveis combinações, os
autores treinaram os animais a reconhecer
um segundo conjunto números.
O resultado foi o mesmo: os macacos
foram capazes de fazer contas
com os novos símbolos imediatamente.
Um estudo anterior já havia mostrado
que esses animais podem adicionar
valores (testados como conjuntos de
pontos), mas este é o primeiro trabalho
científico que descarta totalmente a memorização.

Os seres humanos e os macacos não são
os únicos representantes da cadeia animal
que podem contar. Na verdade, há várias
pesquisas que exploram habilidades matemáticas
em diversos bichos.

De acordo com um trabalho realizado
em 2008, por exemplo, os peixes
são capazes de contar até quatro.
Na pesquisa, os cientistas mostraram
que esses animais preferem nadar
em grupos de quatro do que de
três ou dois. Isso significa que os peixes
têm a capacidade de perceber a
diferença entre esses numerais.

ANIMAIS PROTAGONISTAS

Estudos que estimulem o desenvolvimento
de aptidões de animais também
não são novidade no meio. Entre
os macacos, uma pesquisa da área foi
divulgada em fevereiro também por
Harvard. Nela, um grupo de pesquisadores
conseguiu fazer com que um
macaco fosse capaz de controlar os
movimentos de outro animal semelhante
apenas com o pensamento,
como numa espécie de avatar. Isso foi
possível pela conexão do cérebro do
animal principal à espinha do outro
através de uma prótese. A descoberta
pode levar a implantes que ajudem
pacientes a superar a paralisia, afirmaram
cientistas americanos.

O neurobiólogo Miguel Nicolelis
tem um estudo semelhante com
macacos e, com ele, espera fazer um
paraplégico dar o pontapé inicial
nesta Copa do Mundo, no Rio. Além
dele, Nicolelis também publicou em
2013 uma pesquisa que implantou
uma prótese no cérebro de ratos para
que as cobaias pudessem ter uma
espécie de sexto sentido. A inovação,
que lembrou ficção científica, consistia
em adaptar um sensor de luz
infravermelha — cor que mamíferos
não conseguem ver naturalmente —
em uma região do cérebro do animal
conhecida como córtex táctil. Na
prática, os roedores usaram neurônios
responsáveis pelo tato dos pelos
do bigode para sentir o infravermelho
e “enxergar” a luz como se
pudessem tocá-la.

Os ratos passaram a se comportar
com movimentos semelhantes aos de
morcegos, movendo a cabeça mais
rapidamente para perceber de onde
vinha a luz. Com o trabalho, ele espera
criar próteses ou recuperar uma
deficiência visual, por exemplo


MARTHA MEDEIROS - A loucura mora ao lado

Zero Hora - 23/04/2014

Por muitos anos, minha mãe morou num prédio que ficava ao lado de uma clínica dermatológica. O médico responsável morava com a família no andar de cima da clínica. Uma tranquilidade: no caso de um imprevisto, era só bater na porta desse vizinho providencial e o atendimento seria imediato e eficaz. Minha mãe nunca precisou, mas certa vez levou lá minha filha, ainda pequena, durante uma ocasião em que eu estava viajando. E o atendimento foi realmente imediato e eficaz. Um luxo.

Passado um tempo, a esposa e o filhinho do médico evaporaram. A clientela diminuiu. Até que a clínica fechou de vez. O médico passou a ser visto raramente. Barba por fazer, roupas desleixadas. Minha mãe e eu chegamos a comentar sobre a esquisitice da situação, mas não imaginamos que fosse algo grave, até que um dia nos deparamos com a foto dele estampada na página policial do jornal, sendo acusado do assassinato da mulher e do filho. Durante algumas semanas, muitas reportagens foram feitas, mas os corpos nunca foram encontrados e o aparente crime ficou sem solução. A casa foi vendida, o cara sumiu, o mistério venceu.

Lembrei desse episódio quando soube da tragédia de Três Passos. Todo crime é chocante, mas ficamos ainda mais chocados quando os prováveis assassinos são os chamados cidadãos acima de qualquer suspeita – como se dinheiro, beleza e classe social imunizassem contra a violência e a patologia. Não imunizam nem evitam nada, apenas nos colocam todos na mesma calçada. Talvez estejamos cumprimentando todo dia alguém que mataria uma criança, confiantes de que a vizinhança é gentil e que é uma sorte não vivermos entre marginais.

De forma objetiva, Bernardo foi vítima da ganância da madrasta e da amiga desta, mas necessitamos de uma explicação mais profunda e para isso recorremos ao nosso vasto cardápio de acusações. Há quem responsabilize o ateísmo, a televisão, os games, os filmes de ação, a liberalidade dos costumes, a decadência do império, a revolução feminista, a corrupção, os distúrbios psíquicos, o consumismo, a internet, o narcotráfico, o individualismo etc., etc., etc., até compor uma lista apocalíptica de fatores que justifique o saudosismo: “A vida já foi mais valorizada”.

Foi mesmo? Conforta pensar que somos vítimas de uma era, mas o fato é que a vida sempre foi trágica. Nosso susto é apenas proporcional à proximidade com que a tragédia se manifesta. Lá nos cafundós do judas, onde crianças também morrem pelas mãos de parentes, tudo parece mais fácil de deglutir: elas não se parecem com nossos filhos e nós não parecemos com seus pais. Mas, quando acontece na casa ao lado, aí a gente se embaralha e só nos resta entregar os pontos e reconhecer que não há explicação que console. Simplesmente o mundo é e sempre foi um hospício.

Frei Betto -O editado e o inédito‏

O editado e o inédito
Uns apostam tudo no sistema no qual acreditam, os outros empenham suas vidas na busca de outro mundo possível
Frei Betto

Estado de Minas: 23/04/2014


Meu amigo Alfredo não entende por que continuo frade, crítico ao capitalismo e convencido de que verdade e palavra de Jesus coincidem.

Não cabe na cabeça dele minha opção de não formar uma família e ter “desperdiçado” as oportunidades que a vida me ofereceu de sucesso profissional como leigo.

Aos 22 anos, fui assistente de direção de José Celso Martinez Corrêa na montagem de O rei da vela, peça de Oswald de Andrade. Aprendi o ofício e fiquei tentado a dedicar-me de corpo e alma à direção teatral.

Aos 23, trabalhei como chefe de reportagem da Folha da Tarde, em São Paulo. E em 2004 renunciei à função de assessor especial da Presidência da República. Segundo Alfredo, “tivesse cabeça, você não estaria enfiado em uma cela de convento, vivendo de minguados direitos autorais e eventuais palestras remuneradas”.

Embora Alfredo e eu sejamos amigos, há entre nós enorme diferença no modo de encarar a vida. Ele é alto executivo de uma empresa multinacional, tem um casal de filhos, possui fazenda e casa de praia e adora passar temporadas em Nova York.

Em matéria de religião, ele cultiva um agnosticismo que não o impede de ser devoto de São Judas Tadeu e trazer no pescoço um cordão de ouro com a medalha de Nossa Senhora das Graças.

Repito sempre a Alfredo: “Você é um homem editado”. Devidamente moldado, como um boneco de gesso, pela cultura capitalista-consumista que respiramos.

Ele gosta de exibir roupas de grife, frequentar clubes sofisticados e restaurantes da moda e trocar de carro a cada 15 mil quilômetros rodados.

Prefiro ser um homem inédito. Não invejo o estilo de vida de Alfredo, nem duvido de que ele seja feliz assim. Recuso-me, porém, a submeter-me aos “valores” do sistema que exalta a competividade, e não a solidariedade, e gera tanta desigualdade social.

Minha felicidade estaria em risco se eu me deixasse possuir por bens materiais que me exigiriam cuidados constantes. Minha existência não é norteada por status, finanças ou patrimônio. É o sentido solidário que imprimo à vida que me faz feliz. Nem me considero mais feliz que a média. Felicidade não se compara.

O poço no qual sacio a minha sede é aberto ao transcendente. E me faz muito feliz não ter que me preocupar com bens materiais, pois nada possuo, exceto as roupas que visto, os livros que coleciono e um carro Fox básico que me foi presenteado.

Quem muito possui, muito tem a perder. Não é o meu caso. Meu bem mais precioso é também o de Alfredo e de todos nós – a vida. Sei que um dia haverei de perdê-la, como ocorre a todos. Alfredo fica horrorizado quando se toca neste tema. Ele quase se julga imortal. Porque terá muito a perder quando a morte chegar.

Essa diferença é marcante entre nós: o sentido que imprimo à minha vida justifica a minha morte. Não é o caso de meu amigo nem de homens e mulheres editados. Eles nutrem sempre a ambição de terem mais e mais. O necessário jamais é suficiente para eles. Não suportam a ideia de terem um futuro de quem mora de aluguel, anda de ônibus e vai ao shopping apenas para ver as vitrines e tomar sorvete.

O homem e a mulher editados são aqueles que apostam tudo no sistema no qual vivem e acreditam. O homem e a mulher inéditos olham além do próprio umbigo e ficam indignados com tanta miséria e injustiça. Empenham suas vidas na busca de outros mundos possíveis. Acreditam em ideais e utopia. E são felizes justamente por se sentirem como a cortiça na água, que nunca submerge. Por isso, raramente sofrem desilusões, temem o fracasso ou se enchem de medicamentos para evitar a baixa autoestima.

O homem inédito é apenas alguém que não se deixa editar por nenhuma força – política, econômica, religiosa – que insiste em fazer dele o que não é. O homem e a mulher editados apreciam autoajuda. O homem e a mulher inéditos preferem o outroajuda.

A cura da corrupção

A cura da corrupção
Consciência política e melhoria da educação podem ser a saída

Sinval de Deus Vieira
Mestre em administração pública, professor universitário, titular da Diretoria de Apoio Técnico ao Combate à Corrupção, da Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais (CGE)

Estado de Minas: 23/04/2014


Ao falarmos de corrupção, a primeira questão com que nos deparamos vem da grande dificuldade em conceituarmos tal tema e delimitarmos a sua abrangência. Considerando que a sua concretude deriva, principalmente, das relações negociais perniciosas entre agentes econômicos, não pode ser caracterizada como um fenômeno adstrito ao setor público. A sua ocorrência no setor privado leva a anomalias nos mercados, com o aumento do risco da atividade econômica e majoração dos custos de produção. Porém, no setor público adquire maior relevância, pois, a partir do momento em que leva à apropriação indevida de recursos, traz malefícios para toda a sociedade. No intuito de elaborar um indicador que melhor mostrasse os níveis de corrupção entre os países e possibilitasse um ranqueamento desse fenômeno, a Transparency International (organização não governamental com sede em Berlim, Alemanha) tem elaborado nos últimos anos um índice denominado Corruption perceptions index, ou Índice de Percepção de Corrupção (IPC).

Tal indicador, apesar de críticas quanto à sua metodologia, pode ser considerado como a mais conhecida e utilizada medição de corrupção em nível mundial. Nesse contexto, foi publicado, no final de 2013, o Índice de Percepção de Corrupção daquele ano para 177 países pesquisados. Olhando mais acuradamente o ranqueamento do IPC, nota-se claramente, ao considerar uma série histórica, que existe uma relativa perenidade do ordenamento, com poucas variações na classificação dos países, seja entre os primeiros ou entre os últimos colocados. Assim, fica a pergunta: por que algumas nações são condenadas a ter sempre altos níveis de corrupção, ao contrário de outras que sempre possuem baixos patamares? Considerando a grande dificuldade ou mesmo a impossibilidade de se mensurar os níveis de corrupção de cada país, podemos tomar o Índice de Percepção de Corrupção, como uma variável proxy (variável utilizada para substituir outra de difícil mensuração) do grau de corrupção. Tomando ainda como referência o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), também de 2013, podemos analisar as variações ocorridas simultaneamente no IDH e IPC. Tais indicadores mostram que existe uma forte correlação entre níveis de corrupção e grau de desenvolvimento humano das populações relacionadas. O Brasil possui classificação mediana em ambos os indicadores, e países como Noruega, Holanda, Suécia e Suíça possuem altos níveis de IDH e baixos índices de percepção de corrupção. Na outra ponta, verifica-se que países com baixos níveis de IDH possuem, quase sempre, altos indicadores de percepção de corrupção.

Nesse contexto, vale a pena reproduzir as palavras do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim: “A corrupção rouba dos pobres”. Portanto, não restam dúvidas de que a diminuição dos níveis de corrupção das nações somente será possível a partir de melhoria de seus indicadores sociais, principalmente a melhoria dos padrões de escolaridade e conscientização política. Talvez aí esteja uma explicação por que vários governantes não se interessem em aumentar o nível de educação dos seus compatriotas. Ele perceberam, racionalmente, que o baixo nível de IDH de seus compatrícios e a consequente ausência de consciência política são o alicerce que os mantém no poder. 

TeVê

TV PAGA » A chapa vai esquentar



Estado de Minas: 23/04/2014


 (Lakeshore Entertainment/Divulgação)


O pacote de cinema da TV por assinatura reserva diferentes atrações para variados públicos. Para quem curte filmes de ação, a pedida desta noite é a sessão dupla com Jason Statham (foto) em Adrenalina e Adrenalina 2 – Alta voltagem, a partir das 21h45, no Megapix. Outro destaque da programação é o drama Ponto final, de Marcelo Taranto, com Roberto Bomtempo, Hermila Guedes e Othon Bastos, às 22h, no Canal Brasil.

Glitz exibe suspense do
mestre Stanley Kubrick

Na mesma faixa das 22h, o assinante tem mais seis alternativas, a começar pelo suspense De olhos bem fechados, de Stanley Kubrick, no Glitz. As outras opções são Os candidatos, na HBO; Amostras grátis, na HBO HD; A menina no país das maravilhas, no Telecine Touch; Além da escuridão – Star trek, no Telecine Pipoca; e O sétimo selo, no Telecine Cult. E mais: Alex & Emma – Escrevendo sua história de amor, às 20h10, na MGM; Snatch – Porcos e diamantes, às 21h, no Cinemax; Clube da comédia, às 21h, no Comedy Central; A flor do meu segredo, às 21h40, no Arte 1; Motoqueiro Fantasma, às 22h10, no Universal Channel; e Minority report – A nova lei, às 22h15, no Syfy.

O bom cinema pode vir
em pequenos formatos


No canal Curta!, às 20h, a sessão A vida é curta! traz quatro curtas-metragens protagonizados por personagens femininas: Várias vidas de Joana, de Abelardo de Carvalho e Cavi Borges; A fábrica, de Aly Muritiba; Cartão vermelho, de Lais Bodanzky; e Julie, agosto, setembro, de Jarleo Barbosa. Mais tarde, às 22h45, a emissora exibe mais um curta, o documentário O guru e os guris, de Jairo Ferreira. Para fechar, às 23h, Filmes que marcaram época focaliza hoje O império dos sentidos, de Nagisa Oshima.

Discovery mostra como
é dura a vida do boleiro


Estreia hoje, às 18h, no Discovery Channel, a série Geração de craques, que mostra a rotina de seis jovens com idades entre 13 e 20 anos, que estão em busca do sonho do estrelato nos campos de futebol. Dividida em 13 episódios semanais com meia hora de duração, a série registra as alegrias e frustrações dos garotos das categorias de base de times brasileiros.

Casais encaram o desafio
de dormir com os sogros


Novidade também na MTV, com a estreia de Dormindo com os sogros, às 21h45. Como o título sugere, a produção acompanha jovens casais que dividem o mesmo teto com os pais. A mudança na verdade é temporária, dura duas semanas, o suficiente para testar o relacionamento. Será que o amor sobrevive?

Série Videografias do VH1
valoriza o rhythm’n’blues

Por fim, a música. Ganhador de nove Grammys e uma estrela no Songwriters Hall of Fame, John Legend é um dos cantores de r&b mais conceituados da atualidade. Ele é também o primeiro artista de hoje na série Videografias, às 23h, no VH1. No segundo episódio, às 23h30, brilha a estrela de Mary J. Blige, também vencedora de nove Grammys.



CARAS & BOCAS » Madrugadas animadas

Simone Castro

Otávio Mesquita e a equipe de seu programa, Okay pessoal, que estreia dia 28, no SBT/Alterosa   (Lourival Ribeiro/SBT)
Otávio Mesquita e a equipe de seu programa, Okay pessoal, que estreia dia 28, no SBT/Alterosa


Cultura, tecnologia e informação. A trinca promete ser o mote do Okay pessoal, novo programa de Otávio Mesquita que estreia dia 28, no SBT/Alterosa, depois do Jornal do SBT – Edição noite. Ou seja, lá pela madrugada. O título é um velho bordão do apresentador. O conceito visual do programa será inspirado na Street Art, com uma cara urbana e cheia de cores refletida em seu cenário, que contará com a moderna projeção mapeada. Três projetores farão o video mapping no estúdio, lançando conteúdo exclusivo, imagens das redes sociais, entre outras informações, tudo comandado pelo apresentador por meio de um tablet. Para completar, o cenário terá um grande painel, exclusivo, pintado por um dos muralistas mais conceituados da atualidade, Eduardo Kobra, além de uma eventual miniplateia formada por universitários e casualmente com foco temático.

A atração terá entre as novidades a volta da lendária personagem vivida por Otávio Mesquita, “Tábata, a mais abusada”, que fará o papel de “ombudsgay” para comentar tudo que acontece na programação da emissora e no mundo das celebridades. Outros destaques: o Tuc-Tuc, típico carro indiano onde o apresentador estará sempre a bordo e buscará semanalmente uma grande celebridade para ser seu copiloto, bater um papo e levá-la a uma situação inusitada; o Drone – mascote oficial, um helicóptero guiado por controle remoto, participará ativamente das matérias fora e dentro do estúdio e também conversará com o apresentador. No quadro “Toque de chef”, a gastronomia brasileira, considerada uma das melhores do mundo, é dona do espaço. Toda semana, grandes chefs do país participarão de um VT preparando uma receita exclusivamente para o programa. O Okay pessoal terá um time especial de repórteres e especialistas para trazer conteúdos ainda mais exclusivos ao programa. Além disso, o SBT na web apresenta o conteúdo produzido pelo site do SBT, com a apresentação de Nadja Haddad.
O elenco do Okay pessoal contará, ainda, com Vanessa Hadi (repórter especial), Alexandre Taleb (consultor de estilo masculino), Carla Cecarello (sexóloga), Tati Pilão (colunista de life style) e Júnior Nannetti (Geek master e colunista de tecnologia).

NILSON VAI DESCOBRIR
QUEM SÃO OS SEUS PAIS

Em Além do horizonte (Globo), Nilson (J. P. Rufino) vai descobrir, na reta final da novela, qual o destino de seus pais. A esperta criança sairá em busca do seu passado, depois de ver uma foto ainda bebê mostrada por Klaus (Isaac Bardavid), o pescador com quem vivia. Ele mostrará a foto para Marlon (Rodrigo Simas), William (Thiago Rodrigues) e Celina (Mariana Rios). E Marlon reconhecerá a foto, identificando que os pais de Nilson eram cientistas da tal comunidade, liderada por LC (Antônio Calloni). Celina prometerá ajudá-lo a encontrar seus pais.

BONEQUINHA DA NOVELA
VAI ENFRENTAR CORONEL

Epaminondas (Osmar Prado) não sabe o quão geniosa é sua filha Pituca (Geytsa Garcia). Esta semana em Meu pedacinho de chão (Globo), a menina vai enfrentar o pai por causa de Serelepe (Tomás Sampaio) e fará greve de fome. Nem a mãe, Catarina (Juliana Paes), e nem o irmão, Ferdinando (Johnny Massaro), conseguirão fazê-la mudar de ideia. E o coronel Epa ficará sem saber como agir e, talvez, para salvar a filha de um problema maior terá que tirar Serelepe do orfanato.

PADRINHO
DA CORRIDA

O ator Reynaldo Gianecchini será o padrinho da 14ª Corrida e Caminhada GRAACC – Combatendo e Vencendo o Câncer Infantil, que será realizada em 11 de maio, nas imediações do Parque do Ibirapuera. O objetivo do evento é mobilizar e conscientizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce, além de arrecadar recursos para a manutenção dos tratamentos oferecidos às crianças e adolescentes no Hospital do GRAACC. A expectativa é receber mais de 10 mil participantes engajados no combate ao câncer infantil. A prova, com largada às 7h30, terá dois percursos: 10 quilômetros para corredores e 3,1 quilômetros para os caminhantes.

viva

Série Game of thrones (HBO), que voltou com tudo em sua quarta temporada.

vaia

Horário da série O caçador (Globo), às sextas-feiras, depois do Globo repórter não ajuda.


simone.castro@uai.com.br

"Estou cada vez mais doido" [Hermeto Pascoal] - Ailton Magioli

"Estou cada vez mais doido" 
 
O compositor Hermeto Pascoal participa de dois encontros com o público de BH. Aos 77 anos, músico não perde o pique e chega a criar até cinco canções por dia 

Ailton Magioli
Estado de Minas: 23/04/2014


Multi-instrumentista e arranjador, o alagoano Hermeto Pascoal diz que a arte tem como destino acordar o homem do sono da mesmice     (Rudi Bodanese/Divulgação)
Multi-instrumentista e arranjador, o alagoano Hermeto Pascoal diz que a arte tem como destino acordar o homem do sono da mesmice


Em Belo Horizonte para dois compromissos em um só dia, Hermeto Pascoal, de 77 anos, vai hoje à tarde na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa falar sobre experimentalismo musical, em bate-papo aberto à participação de deficientes visuais, seguindo, à noite, para o Espaço 104, onde será a atração do projeto Retratos de artista: Molduras do pensamento, com direito a entrevista pública.

“Antigamente, havia muito bate-papo entre artista e público. Muitas vezes eu ia à TV para falar de música. Tinha audiência”, recorda o multi-instrumentista, arranjador e compositor, reconhecendo que o público é a razão do artista, esteja ele assistindo a um show ou participando de um bate-papo.

Longe de querer premeditar algo, em busca da verdade, o músico diz deixar o ouvido (musical) dele ir para onde quiser, sem procurar saber se está melhor ou pior. “Vejo gente como Edu Lobo passar por problemas de saúde e, às vezes, mesmo ouvindo tão bem, chega a hora de a gente fazer um teste de audição. Fico apreensivo depois que o médico me manda sair da sala. O que será que é?”, relata Hermeto, admitindo estar escutando demais.

 “Só que agora não paro de escrever. Conversando com você ao telefone, por exemplo, o som que surgir eu registro”, prossegue o músico, lembrando que a perda da audição é normal no decorrer dos anos, ainda que ele, aos 77, esteja ótimo. “Sinto-me cada vez mais doido, no bom sentido”, declara, sem querer parecer arrogante. Segundo diz, musicalmente ele não para nem dormindo. “Quem não cria é quem não espia.”

“Sou 100% intuitivo”, reconhece o músico autodidata, que diz escrever para qualquer tipo de orquestra. “Não tenho dificuldade de escrever o que penso. Não tenho professor, vivo por dedução”, acrescenta Hermeto Pascoal, salientando que o ser humano veio à Terra sonhar. “E estamos dormindo”, pondera o artista, admitindo que a religião dele é a música. “No fundo, no fundo tudo é imaginação”, garante o multi-instrumentista, lembrando que vivemos no mundo da interrogação. “Ainda bem”, salienta.

Hermeto Pascoal diz que já quebrou muito rádio em busca da boa música. “Não foi jogando no chão, mas torcendo o botão”, esclarece o artista. “O coitado do público que gosta sofre como eu”, acrescenta Hermeto, lamentando a existência atual de músicos dominados pelo dinheiro. “O dinheiro é o câncer do mundo”, garante o músico, lembrando que a música universal, que ele faz, não toca mais em rádio.

Com no mínimo 6 mil músicas compostas, revela que há dias em que faz até cinco temas. “Em geral, no entanto, são duas, três músicas por dia”, contabiliza Hermeto, cujo último disco data de 2011. Por enquanto, garante, ele não pensa em voltar a estúdio. Dedica-se a divulgar o trabalho da namorada, Aline Morena, com a quem vive há 11 anos, que vai chegar às lojas no formato CD e DVD.


HERMETO PASCOAL
. Hoje, às 16h30, na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa – Praça da Liberdade, Funcionários. Bate-papo com o público. Vagas limitadas. Informações: (31) 3269-1201. . Às 19h30, o músico volta a conversar com o público depois de entrevistado, no Espaço Cento e Quatro – Praça da Estação, 104, Centro. Acesso limitado a 430 lugares. Informações: (31) 3037-8691.


Fala Hermeto!
“Em termos de instrumento, só regredimos. A criatividade foi embora. Estou sempre advertindo os estudantes para que eles não se deixem ser usados pelo computador. Não fizeram um computador que tenha inversão do outro, como se fosse azul-claro e azul-escuro. É dinheiro fácil.”

“O último disco é de 2011. É para dar tempo para as pessoas curtirem. Reconheço que ele só toca na casa das pessoas, já que elas não têm prazer de ligar rádio para ouvir o que está tocando hoje. A música universal que eu faço é uma mistura de tudo.”

Palavra de especialista
Marcelo Dolabela
poeta, compositor e pesquisador

O emérito eremita
Hermeto é uma sinédoque. Uma parte pelo todo. O todo em múltiplas partes. Um movimento que ele mesmo não faz parte. Hermetismo – os tais dos “hermetismos pascoais”, cantado por Caetano Veloso –, sem automimetismo nenhum. Siamês de si mesmo. Como: Erik Satie, John Cage, Frank Zappa, Yoko Ono, Walter Smetak, Tom Zé e Marco Antônio Guimarães “Uakti”. Rotulagem não define e nem determina a transalquimia do “horse power” de HP. Experimentais são os outros. Hermeto é um outro de sua própria fábrica. Matriz-motriz que dá xeque, sem martírio, sem matar. Brinca e indica pulsações e pulsões. Miles Davis virou um fugaz figurante diante de sua usina antropofágica e sonora. Mito reverso, rito ao avesso. HP é um demiurgo do ouvido orquestrador da grande música que se chama invenção. Ou melhor, que se chama “vida”. 

Invalidez vem da mente

Invalidez vem da mente
Problemas psicoemotivos, como a depressão, são a bola da vez dos casos de afastamento do trabalho. Ergonomia do cérebro, e não apenas do mobiliário, é essencial para o ser humano


Carolina Cotta
Estado de Minas: 23/04/2014


A depressão já é a segunda maior causa de invalidez em todo o mundo, atrás apenas das dores nas costas. No Brasil, segundo dados da Previdência Social, depressão e ansiedade ocupam o terceiro posto e afastaram, em 2013, 105 mil pessoas dos postos produtivos. Essa realidade tem mudado o foco das medidas de prevenção e cuidados adotadas pelas empresas. Mais do que as condições das estações de trabalho, as atenções precisam se voltar para os aspectos mental e psicossocial que estão colaborando para o adoecimento profissional. A cabeça é a bola da vez.

Segundo o médico do trabalho Hudson de Araújo Couto, vice-presidente da Associação Mineira de Medicina do Trabalho (Amimt), mais de 80% das pessoas em sua na vida produtiva serão acometidas por dores fortes nas costas, em função das condições de trabalho inadequadas. Já os distúrbios osteomusculares, como artrites e artroses, relacionados com o trabalho correspondem a 65% das aposentadorias prematuras. Mas os afastamentos psicoemotivos, como a depressão oriunda das excessivas cargas de trabalhos, já somam 5% dos afastamentos previdenciários e estão crescendo.

Para o especialista, a ergonomia é a principal ferramenta de prevenção dos adoecimentos e acidentes de trabalho, mas é importante valorizar, além das questões físicas, a realidade de carga e saúde mental, como memória, foco, simultaneidade, vigília, fadiga e qualidade de vida no trabalho. O assunto é tema do livro Ergonomia do corpo e do cérebro no trabalho (Editora Ergo), que o professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais acaba de lançar em parceria com a Academia Mineira de Medicina (AMM) e a Associação Mineira de Medicina do Trabalho (Amimt).

Isso porque a ergonomia vai muito além da aquisição de cadeiras e móveis adequados. Trata-se de um conjunto de conceitos e tecnologias para o ajuste mútuo entre o ser humano e seu ambiente de trabalho de forma confortável, produtiva e segura; sempre procurando adaptar a atividade profissional às pessoas. Ela se volta, portanto, para o aspecto físico, mental e psicossocial, sendo esses dois últimos os que mais demandam atenção na atual realidade das organizações e relações de trabalho.

De acordo com Frederico Gasperin, médico do trabalho da Contrei – Gestão em Segurança e Saúde Ocupacional, a depressão é uma doença que requer tratamento, pois prejudica o cotidiano do paciente e interfere, ativamente, em sua vida social e profissional. “Uma pessoa depressiva tem a capacidade laboral prejudicada e a produtividade reduzida, sobrecarregando a equipe de trabalho. O trabalhador fica mais suscetível a sofrer e a causar acidentes, sendo que, em alguns casos, o problema pode ganhar dimensão de epidemia e a situação tende a piorar”, explica.

O bem-estar físico e mental tem ganhado importância nos últimos anos. Isso está intimamente relacionado à ampliação do antigo conceito de saúde: antes tratado como ausência de doença. Um novo olhar nasce exatamente no trabalho, quando o estado mental e psicológico dos profissionais passa a afetar a produtividade e a média de dias trabalhados. A depressão já é, também, a terceira maior causa de perda de dias de trabalho no Brasil. Só em 2013, os transtornos de humor afastaram 105 mil trabalhadores, 10 mil a mais que em 2012.

Um dos problemas é o preconceito. A depressão, a ansiedade e o estresse não têm uma lesão à vista, algo paupável, visível. Isso deixa não só o diagnóstico mais difícil, mas também a crença na existência do problema. “Muitas vezes, essas doenças são vistas como uma fraqueza de caráter, até uma frescura, e isso dificulta ainda mais o paciente procurar tratamento. Ele tem medo de ser rejeitado e das pessoas de seu convívio não saberem lidar com a situação”, acredita Gasperin.

Na saúde mental, até 2007 a depressão só era considerada doença ocupacional quando estava exposta a fatores químicos. Ou seja, a doença existia e estava relacionada a riscos no trabalho, mas para ser considerada uma doença ocupacional precisava estar atrelada a esses fatores. Só com a mudança dessa regra a depressão foi percebida como uma doença de alta prevalência em vários profissionais. “Hoje, a cada seis mil afastados por depressão, mais ou menos 400 têm depressão relacionada ao trabalho”, alerta.

O outro problema é a falta de investimento. Como a depressão é uma realidade mais recente nas organizações, se comparada a outras doenças do trabalho, só agora elas começam a se adaptar para diminuir sua incidência. Daí a importância da ergonomia, que prevê um ambiente saudável, com condições de higiene, controle de temperatura e ruído, além da flexibilização das relações de trabalho. O tipo de gestão e perfil da liderança têm forte relação com o problema.

Personagem da notícia
NELMA BORGES MACHADO,
de 44 ANOS, OFICIAL DE APOIO JUDICIAL

"Bloqueei, fiquei amedrontada"

Uma decisão polêmica e uma carreira transformada. Em 2004, Nelma era uma escrivã realizada com seu trabalho até que uma série de acontecimentos levaram-na a um quadro de depressão com o qual luta desde então. Na época, o juiz com quem trabalhava foi afastado e sua secretaria ficou sem movimentação, o que rendeu a Nelma um processo administrativo e muita pressão no trabalho. O novo juiz cobrava resultados no mesmo momento em que sua equipe, na época composta por 22 funcionários, foi reduzida a quatro concursados: todos eles sem experiência. O que parecia não poder piorar ficou ainda mais difícil e, em 2005, o corpo apresentou a conta. Às recentes dores de cabeça somaram-se a falta de ar e o medo de ir para o trabalho. O diagnóstico confirmou a depressão. Nelma viveu, então, seu primeiro afastamento do trabalho, e, quando conseguiu voltar, já não tinha condições de assumir o antigo cargo. “Mesmo tendo esse direito, não consigo sequer substituir um escrivão de férias. Bloqueei, fiquei amedrontada. Tenho medo até de lidar com um juiz. Sempre gostei do meu trabalho, mas hoje vou quase que empurrada. As pessoas acham que é moleza, que estou é querendo aposentar, mas não é fácil o que sinto.”

MAIS FALTAS

Estudo publicado pela revista científica PLOS Medicine revelou que a depressão é a segunda maior causa mundial de invalidez. A pesquisa comparou a enfermidade com outros 200 tipos de doenças e lesões apontadas como causas de afastamento do trabalho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema está associado ainda ao maior índice de faltas no trabalho. Enquanto a média geral é uma falta mensal, o índice sobe para sete nos casos de depressão.

Um mal de origem variada

As causas da depressão são diversas e controversas. Acredita-se que genética, alimentação, estresse, pressão no trabalho com metas quase impossíveis, problemas financeiros, estilo de vida e rejeição, entre outros problemas pessoais, estejam relacionados com o surgimento ou agravamento da depressão. O problema também é associado a um desequilíbrio de substâncias químicas do cérebro, os neurotransmissores. É no restabelecimento dos níveis normais dessas substâncias que está a ação dos principais medicamentos antidepressivos.

Estudos na área da psicopatologia do trabalho revelam que a depressão atinge todas as raças, idades e profissões, tanto profissionais que trabalham direto com o contato humano, como aqueles com atribuições rotineiras, extremamente responsáveis. A atual realidade profissional – com um ambiente corporativo mais competitivo e baseado em tecnologias que demandam ainda mais rigor dos funcionários – é uma das fontes dessa sobrecarga mental que tem aumentado os casos de depressão.

“O volume de informação com o qual precisam lidar é muito maior. Um mesmo serviço feito por 10 pessoas no passado hoje é de responsabilidade de um único profissional. A cobrança é cada vez maior e isso está incapacitando essa força produtiva”, alerta Frederico Gasperin, médico do trabalho da Contrei – Gestão em Segurança e Saúde Ocupacional, segundo o qual essa adaptação às novas tecnologias é um dos focos do problema. Com 39 anos de experiência na área e várias publicações sobre o tema, Hudson Couto também não tem dúvidas sobre como essa exigência de fazer mais coisas ao mesmo tempo estaria atrapalhando os profissionais.

De fato, há menos pessoas em trabalho pesado e repetitivo, o que diminuiu algumas doenças, caso da lesão do esforço repetivivo (LER), tão temida no passado. Por outro lado, há muitas pessoas trabalhando com tecnologias. “A tendinite do digitador é rara hoje. O problema agora é o tempo de fixação visual na tela do computador, que leva à fadiga, pesada carga mental e ao teletrabalho. Temos, hoje, o Homo conectus, o profissional conectado que é cobrado de trabalhar de onde estiver, a qualquer hora”, alerta Couto.

Daí a necessidade da garantia de boas condições e um ambiente de trabalho saudável para que as empresas evitem maiores prejuízos com afastamento por depressão. “É importante que a doença seja tratada assim que diagnosticada, extinguindo qualquer prejuízo ao profissional ou à empresa. A boa notícia é que o tratamento tem bons resultados e, atualmente, existem muitas opções de terapias eficazes, permitindo que o indivíduo se sinta melhor e volte a ter uma vida normal”, observa Gasperin.

CUIDE DE VOCÊ

Os exercícios ou cuidados para o cérebro estão relacionados, principalmente, à redução do nível excessivo de tensão e à prevenção pessoal do estresse

» Trace para sua vida uma espécie de “plano de voo” de tal forma que a relação entre exigências psíquicas e sua estrutura psicológica se mantenha equilibrada;

» Diante de situações de tensão ou de estresse, utilize o princípio do controle cognitivo: procure conhecer bem o problema para adquirir controle sobre ele, reduzindo as exigências e aumentando sua estrutura;

» Procure identificar seus “sinais vermelhos no painel”, procurando trabalhar sobre as situações causadoras de sobrecarga. Os principais sinais são dores nos músculos do pescoço e ombros, “brancos”, esquecimentos, respiração profunda e suspirosa, fadiga à tarde e perda do bom humor, nervosismo e irritabilidade;

» Na existência desses sinais, renegocie prazos, prioridades e recursos necessários para a obtenção de resultados;

» Procure conhecer e respeitar os seus limites (técnicos, físicos, psicológicos, de tempo e financeiros), evitando assumir compromissos bem acima deles – um pouco acima é fator de desenvolvimento, muito acima é causa de estresse e adoecimento;

» Controle o seu senso de ampla responsabilidade sobre tudo; deixe com as outras pessoas as responsabilidades que lhes são próprias;

» Aprenda técnicas de administração de tempo;

» Se você se identifica com o estilo de vida de estar sempre com pressa e obcecado por fazer cada vez mais em cada vez menos tempo, pare de correr contra o relógio, controle sua impetuosidade verbal, não leve tudo “a ferro e fogo” e controle a hostilidade em sua fala;

» Pratique alguma técnica para diminuir a tensão físico-mental sempre que perceber sinais de sobrecarga;

» Mantenha atividade física regular;

» Cumpra o descanso semanal e goze férias regularmente;

» Procure trabalhar sua atitude mental diante das questões da vida, especialmente, aprendendo a definir a real magnitude dos problemas.

1) É preciso entender a diferença entre contratempos, questões, problemas, problemas graves e tragédias (para muitas pessoas, simples contratempos são tratados como algo muito mais grave);

2) Aprenda a focar o problema e encarar a solução;

3) Redefina mentalmente a forma com que se encara o trabalho;

4) Tenha postura de simpatia diante de conflitos, encarando o conflito como energia de mudança;

5) Não aceite transferências de responsabilidade.

QUEM TEM A SAÚDE MENTAL AFETADA PELO TRABALHO


» PROFISSIONAIS MENOS RESISTENTES

Personalidade tensa
Insegurança
Perfil psicológico emotivo
Alto nível intelectual
Expectativa diferente entre o que podem fazer e as possibilidades oferecidas pelo trabalho
Desequilibrados financeiramente
Sem suporte social
Desajustados socialmente
Responsabilidade bem acima de seus limites
Faz uso de ansiolíticos, antidepressivos, álcool ou drogas ilícitas.

» PROFISSIONAIS MAIS RESISTENTES

Personalidade calma, seguros de si e pouco emotivos
Forte ética de trabalho
Expectativa profissional relativamente equilibrada com o que o trabalho pode
lhes oferecer
Responsabilidades dentro de seus limites
Bom equilíbrio financeiro
Praticantes de atividade física
Bom suporte social 

Eduardo Almeida Reis - Republiqueta‏

Republiqueta 
 
Não pense o leitor que vou gastar tinta e papel com a ignorância de muitos advogados e políticos


Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 23/04/2014

Gleise Helena Hoffmann, nascida em Curitiba no ano de 1965, advogada e política brasileira, é senadora e foi ministra-chefe da Casa Civil desta republiqueta de bananas. Fisicamente não é figura repugnante, mas pronuncia “repuguina” em discurso lido, onde só podia haver “repugna” do verbo repugnar, que entrou em nosso idioma no século 14.

Não pense o leitor que vou gastar tinta e papel com a ignorância de muitos advogados e políticos, porque me sentei diante do computador para falar de assunto mais sério. Sei que os jornais não foram inventados para fazer terrorismo; prefiro cuidar de coisas amenas. “Repuguina-me”, como diz a senadora, assustar o leitor, mas os números pedem exame urgente.

Vejamos. Esta republiqueta deve ter 200 milhões de habitantes e o planeta, ao que se diz, 7,5 bilhões. Ora, 10% de 7,5 bilhões são 750 milhões, mas que três vezes a população brasileira. Enquanto isso, das 50 cidades mais violentas do mundo, 16 são brasileiras. Compete ao leitor, craque em matemática, descobrir a percentagem de 16 em 50 para calcular a “cordialidade” dos 200 milhões de brasileiros no universo de 7,5 bilhões de pessoas.

A ignorância de uma advogada e política deixa de ter sentido diante da gravidade dos números. Um jornalista pernambucano listou, em sua coluna de 31 de março, os nomes dos 362 mortos e desaparecidos durante os 21 anos de chumbo (sic) do regime militar. Admitamos que os desaparecidos tenham sido sumidos pelos militares, quando é sabido que muitos fogem da família e passam a viver noutros lugares com outras famílias.

Grosso modo, 21 anos são 7.665 dias, pelo que tivemos um morto ou desaparecido a cada 21 dias. Nunca imaginei que o tal jornalista fosse capaz de louvar o regime militar com tamanho entusiasmo, considerando que só no último carnaval, na Grande Fortaleza, 70 pessoas foram despachadas desta para a pior, 14 mortos por dia – no entorno da capital do estado pertencente aos irmãos Gomes. No Brasil atual mata-se mais gente do que na guerra civil da Síria. Ainda quando seja possível tentar ensinar português a certas políticas e advogadas, penso que é mais importante pensar na violência que vai por aí para ver se ainda há tempo de sair dela.

Aeroportos

Circulam na internet as fotos dos 10 maiores aeroportos do mundo, numa faixa de 66 a 97 milhões de passageiros/ano. Pelo mais movimentado circulam 8 milhões de passageiros/mês ou 266 mil/dia, número expressivo de pessoas.

Sou do tempo em que os aviões do Lloyd Aéreo Boliviano não conseguiam decolar de Corumbá nos dias quentes. Parece que nos dias muito quentes, normais naquela cidade, certos aeroplanos não têm sustentação para decolar. Correm pela pista, o piloto sente que não têm sustentação e aborta a decolagem. Descem todos os heróis esperando que uma chuvinha refresque o aeroporto ou que o clima do final da tarde permita a decolagem.

A propósito dos aeroportos brasileiros, Confins, Galeão, Guarulhos & Cia., que estão sendo enfeitados para a Copa, philosophemos. Grosso modo, um aeroporto se divide de duas áreas: técnica e social. A social inclui acessos, transportes, estacionamento, banheiros, refrigeração, restaurantes, lojas, escadas rolantes etc. A técnica diz respeito às pistas, torres de controle dos voos, sistemas de pouso por instrumentos, apoio em terra e tudo mais necessário para os pousos e as decolagens.

Como andará a área técnica dos nossos aeroportos? A social, sabemos todos, não tem jeito mesmo. Repugna-me (ou “repuguina-me” como diz a senadora Gleise Hoffmann) escrever certas palavras, mas jornalistas cultos, educados e respeitados têm dito que o Galeão é um “aeroporto de merda”. A sinonímia serve para os demais aeroportos: abessi, badalhoca, barro, borradela, boseira, bosta, bozerra, caca, cacá, cagalhão, cascarria, cíbalo, cocô, coprólito, cultivo, cunca, curuzu, dejeção, dejeto, esterco, estrabo, estrume, feitio, fezes, frago, marinheiro, sorete, sujidade, tapagem, titica, tolete, trampa, troçulho, vidro-mole.

O mundo é uma bola 

23 de abril de 1936: abertura do campo de concentração português do Tarrafal, em Cabo Verde. A Colónia Penal do Tarrafal, situado no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal da Ilha de Santiago, em Cabo Verde, foi o tipo do campo de concentração à portuguesa, onde, ao que presumo, não faltaram bacalhoada e vinhaça. Pelas fotos do Google tem ótimo aspecto.

Em 18 de outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais os participantes do 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande e alguns dos participantes da Revolta dos Marinheiros, que ocorreu a bordo de navios de guerra no Tejo em 8 de setembro de 1936.

Ditador exemplar, culto, incorruptível, António de Oliveira Salazar (1889-1970) fez o que era possível fazer na Europa daquele tempo. Morreram 32 presos políticos no Tarrafal, mas é a tal história: morre gente a montões, todos os dias, no mundo inteiro. Em Manaus, ainda agora em março um só desastre de ônibus matou 16 pessoas. No dia 23 de abril de 1616 morreram Shakespeare e Cervantes, figuras solares da literatura universal. Hoje é o Dia do Choro, do Escoteiro e do Serralheiro.

Ruminanças
“Mirabeau, capaz de tudo por dinheiro, até de uma boa ação” (Rivarol, 1753-1801).

Não dê para o Leão, faça doação - Tereza Guimarães Paes

Não dê para o Leão, faça doação
Tereza Guimarães Paes
Diretora-presidente da Fundação Benjamin Guimarães


Estado de Minas: 23/04/2014


Prestes a completar 70 anos de vida, o Hospital da Baleia tem muitos motivos para festejar: a tradição e excelência alcançadas ao longo do tempo; a credibilidade conquistada, que permite à instituição se renovar com o auxílio de centenas de parceiros que acreditam em uma saúde pública de acesso a todos; e o reconhecimento do governo e da sociedade civil de que é preciso incrementar e expandir as fontes de complementação de recursos daqueles que se dedicam a cuidar da saúde de tantos cidadãos brasileiros.

Essa longa jornada vem sendo traduzida em prêmios expressivos que o Baleia acumula, comprovando sua expertise não só na saúde, mas também na gestão de negócios e pessoas. O mais recente deles, o Prêmio Internacional Smile Train, conquistado em março desse ano, reconhece o Centro de Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais do Hospital da Baleia (Centrare) como um dos maiores do mundo nessa especialidade e com uma ação de grande impacto social para cidadãos brasileiros que experimentam, desde o primeiro dia de vida, a dura realidade da busca pela saúde e a superação dos preconceitos. Mais do que recuperação fisiológica e funcional, o Centrare contribui para a reinserção social de pacientes vindos de todo o país em busca de tratamento para uma patologia ainda pouco conhecida por muitos.

Pela grandeza do benefício gerado, em especial ao público infantil, o Hospital da Baleia desenvolveu projetos para 2014/2015 inteiramente financiados com recursos advindos de renúncia fiscal do governo ao Imposto de Renda a pagar. Seu objetivo é a recuperação e suporte ao tratamento de patologias naturalmente segregadoras: a fissura lábio-palatal e as inúmeras patologias neuro-motoras.

Esses projetos, juntamente a ações de apoio ao suporte nutricional complementar necessário para pacientes em ambiente hospitalar, podem ser desenvolvidos com a ajuda de pessoas como você, que anualmente paga imposto sobre os lucros auferidos com seu trabalho.

Hoje, uma importante fonte de mobilização de recursos da Fundação Benjamin Guimarães/Hospital da Baleia é o Fundo da Infância e da Adolescência (FIA). Por meio dele, contribuintes físicos ou jurídicos (estes últimos tributados pelo lucro real) podem fazer uma importante ação social, sem qualquer ônus para sua economia pessoal, destinando de 1% (pessoa jurídica) a 6% (pessoa física) do imposto de renda a pagar a projetos previamente aprovados nos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente.

A novidade no processo, que permitiu e incentivou uma maior participação dos contribuintes individuais, deu-se em 2012, quando passou a ser permitido às pessoas físicas efetuar sua doação (no limite de 3% do imposto total a pagar) até o último dia da declaração do imposto de renda - 30 de abril - e deduzir o aporte no mesmo ano, ou seja, no ano da doação.

Em nosso site (www.hospitaldabaleia.org.br) você encontra informações sobre todos os projetos e como proceder para efetivar sua doação. Pelo e-mail institucional@hospitaldabaleia.org.br e pelo telefone 3489-1589, você pode solicitar esclarecimentos dar apoio ao processo.

É com orgulho que, ao olharmos para trás, vemos o Hospital da Baleia continuar a missão idealizada por seu fundador, Benjamin Guimarães: ser uma instituição voltada ao apoio à população carente com atendimento de qualidade, preservando valores como ética, transparência e respeito ao ser humano. Certamente, esse é um caminho seguro para a promoção das transformações sociais que a população brasileira almeja e tanto precisa.

Ao atuar em favor das crianças e jovens em risco social, estamos garantindo-lhes a cidadania com reflexo direto no seu futuro e no de nosso país. Convidamos você a participar dessa causa. Sua contribuição pode ampliar o número de pacientes atendidos com o conforto e dignidade que merecem, nos momentos em que eles mais precisam.