quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

TeVê

Estado de Minas: 12/02/2014 

tv paga

 (Fox Life/Divulgação)


Água na boca

Muita gente estava com saudade de Palmirinha Onofre e seu boneco Guinho. Pois hoje vai ao ar um episódio inédito do programa da vovó mais simpática da TV, com a participação especial do jornalista Celso Zucatelli (foto). Para receber o convidado, Palmirinha prepara coxas de frango com gergelim. Para retribuir, Celso vai para a cozinha fazer uma de suas especialidades: a tapioca. Às 21h45, na Fox Life.

Documentário mostra a fé em Nossa Senhora

Durante oito dias, homens, mulheres, jovens e idosos percorreram 335 quilômetros em estradas de chão, antigas trilhas e cidades do interior, cumprindo uma tradição: a cavalgada rumo à casa da padroeira do Brasil. De Lima Duarte, em Minas, a Aparecida, em São Paulo, a tropa dá provas de sua união e fé, como mostra o documentário Cavalgadas, de Marcus Martins, no Sala de notícias do Canal Futura, às 14h35. No mesmo canal, hoje, amanhã e depois, às 17h, o Jornal Futura exibe a série de reportagens “Empregos na floresta”, destacando o desenvolvimento sustentável em Mato Grosso.

Fox faz maratona com  o desenho Os Simpsons

Para os fãs do desenho Os Simpsons, a Fox reservou para hoje o especial ‘‘De volta ao passado’’, com cinco episódios temáticos, exibidos em sequência, a partir das 22h30. Anote aí os episódios dessa maratona amarela: “O mistério da pedreira assombrada”, “Em pratos limpos”, “A cor amarela”, “Como encontrei sua mãe” e “Para um vira-lata, com amor”.

Arte 1 cria alternativa  ao cinemão comercial

Vencedor do prêmio de melhor roteiro em Cannes em 2010, o filme Poesia traz a atriz YoonHee-Jeong como Mija, uma senhora que começa a sofrer do mal de Alzheimer. Para fugir dos acontecimentos sombrios de sua vida, como o envolvimento do neto em um estupro, Mija entra em um curso de poesia e busca um novo olhar para sua existência. O longa foi escrito e dirigido pelo sul-coreano Lee Chang-Dong. Confira hoje, às 21h30, no canal Arte 1.

Canal Brasil exibe hoje o drama O sal da terra

Longa-metragem de estreia do diretor curitibano Eloi Pires Ferreira, O sal da terra faz um retrato da rotina nas rodovias brasileiras seguindo um recorte religioso. O filme é destaque hoje, às 22h, no Canal Brasil. No mesmo horário, o assinante tem mais oito opções: Regras da atração, no Glitz; Sombras da noite, no Max HD; O segredo de Charlie, na MGM; Paixão obsessiva, na HBO; Viagem sem volta, na HBO 2; A dama de ferro, no Telecine Touch; Almas à venda, no Telecine Cult; e Amargo regresso, no TCM. Outras atrações da programação: Corisco e Dadá, às 21h, no Cine Brasil; Lembranças de Hollywood, às 21h, no Comedy Central; Ruas de sangue, às 21h45, no Megapix; Distrito 9, às 22h30,
no Universal; e O justiceiro – Zona de guerra, também
22h30, no FX.

Três curtas que podem  dar um grande prazer

Por fim, uma curtinha. Aliás, do canal Curta!. A emissora programou para hoje, às 20h, na sessão A vida é curta!, os filmes Julie, agosto, setembro, de Jarleo Barbosa; A amiga americana, de Ivo Lopes Araújo e Ricardo Pretti; e Tarabatara, de Julia Zakia.


CARAS E BOCAS » Prêmio merecido



Pedro (Giovanni Gallo) e Bianca (Heslaine Vieira) são irmãos gêmeos em série da Cultura (Jair Magri/Divulgação-5/11/12)
Pedro (Giovanni Gallo) e Bianca (Heslaine Vieira) são irmãos gêmeos em série da Cultura


Programa Pedro & Bianca, da TV Cultura, levou o prêmio de Melhor série de 2013 do International Emmy Kids Awards, em cerimônia realizada anteontem, em Nova York (EUA). Estavam presentes ao evento Marcos Mendonça, diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta, e Cao Hamburger, criador da série. A atração concorreu com produções da Irlanda (Beat girl), da Dinamarca (Limbo) e do Japão (Junior High School Diaries). Pedro & Bianca é um programa sobre adolescentes, com direção geral de Fábio Mendonça e Roberto Moreira. Os personagens principais, adolescentes, Pedro (Giovanni Gallo) e Bianca (Heslaine Vieira), são irmãos gêmeos bivitelinos: Bianca é negra e Pedro, branco. Por meio deles o público enxerga o mundo de quem vive essa realidade nessa fase da vida.

O programa é sobre adolescentes e leva em consideração a complexidade dessa etapa e aborda com diversão e seriedade os diversos aspectos da juventude, especialmente o mundo dos jovens que estudam numa escola pública. O prêmio é mais do que merecido, pois coroa um produto de grande qualidade. O International Emmy Kids Awards é realizado anualmente pela Academia Internacional de Artes & Ciências Televisivas como demonstração de reconhecimento da excelência em televisão de companhias e indivíduos que criam, produzem e realizam programas de televisão fora dos Estados Unidos.


FRED MELO PAIVA ENTRA
PARA A TURMA DO CQC

O jornalista Fred Melo Paiva, colunista de esportes do Estado de Minas, vai compor a equipe do programa CQC da Bandeirantes. Ele será um dos novos repórteres da atração. Fred protagoniza a série O Infiltrado, exibida no History Channel (TV paga), em que vive situações extremas. A segunda temporada já está garantida no segundo semestre. Depois da série, a participação no CQC será a segunda experiência do jornalista na telinha. Ele já trabalhou, por exemplo, nas revistas Playboy, Veja, Trip e TPM, entre outros veículos de comunicação.

GUIZÉ PODE GANHAR SEU
PRIMEIRO PROTAGONISTA

Sérgio Guizé pode ser o protagonista da novela Búu, trama na lista das próximas novelas do horário das 19h, na Globo. Ele foi destaque na série Sessão de terapia, do GNT, e como João Gibão no remake de Saramandaia.

SBT PREPARA VERSÃO DE
UM NOVO REALITY SHOW

Já são do SBT os direitos de produção de uma versão do reality show Your face sounds familiar, com formato da Endemol. Oito cantores brasileiros, divididos em grupos de quatro homens e quatro mulheres, terão que cantar e dançar, se for o caso, caracterizando-se como estrelas da música mundial, como Michael Jackson, Fred Mercury, John Lennon, entre outros. As gravações serão realizadas na Argentina, a partir do mês que vem. Ainda não foi divulgado quem será o apresentador.


TESTE DE NOVELA

O ator Mateus Solano,
que acabou de deixar a cena no papel do inesquecível Félix de Amor à vida (Globo), vai dar o ar da graça em breve na telinha. Ele gravou participação, ao lado do humorista Fernando Caruso (foto), no programa Estranha mente, do Multishow (TV paga). Mateus interpreta ele mesmo em um teste de novela em que tem que fazer papeis absurdos. A terceira temporada estreia em 9 de abril, às 22h. 

VIVA

Com duas horas de duração, capítulo de anteontem de Em família fechou  bem a segunda fase e estreou, em grande estilo, a terceira fase, com a última Helena, vivida por Julia Lemmertz.

VAIA

Quanto aos novos atores que assumiram os personagens da trama
20 anos depois, fica muito difícil nos convencer de que Helena é mais nova do que sua tia, Juliana,
de Vanessa Gerbelli. 

FERNANDO BRANT » Nervos à flor da pele‏

FERNANDO BRANT » Nervos à flor da pele

Excesso policial deve ser repelido. Também a violência gratuita de jovens bandidos que escondem os rostos 
 
Fernando Brant
Estado de Minas: 12/02/2014


O mundo anda nervoso e o Brasil também. Sente-se no ar que algo não vai bem. Ou que há um desmoronamento social e individual que tende a crescer e, quando isso ocorrer, não se imagina quando pode parar ou ser contido. São vários pequenos e médios fatos que inundam os noticiários todos os dias. Faíscas de incompreensão e violência nos rodeiam. As pequenas ondas se acumulam e eu temo que elas se juntem e formem um movimento incontrolável. Vivendo sob um governo que exalta as qualidades da intervenção em tudo que nos diz respeito, vemos que ele não é capaz de perceber o perigo que corremos e nem demonstra talento e competência para lidar com o nosso cotidiano nem com o médio e o longo prazos.

Diante da série de assaltos e crimes praticados no Aterro, no Rio, jovens de classe média do bairro do Flamengo se investem na função de justiceiros e prendem com corrente de bicicleta um bandido no poste. Erram na ação, mas escancaram a desproteção do cidadão diante da inércia das autoridades. Motoristas e trocadores denunciam que sofrem, diariamente, uma média de quatro agressões físicas ou verbais da população a que servem.

A polícia, que deveria ser a nossa guarda, tortura e mata um suspeito de traficar drogas e o caso, Amarildo, ganha a ruas e bocas do fino Rio de Janeiro e artistas se movem, protestam, fazem vaquinhas para colaborar com a família da vítima. Há um lado performático, mas tudo estaria muito bom se o mesmo empenho fosse demonstrado com a soldada Alda, assassinada por traficantes. Nenhuma palavra, nenhuma canção, reclama a mãe da moça morta.

Os direitos humanos são gerais, sua busca deve servir a todos, seja qual for a classe social, a ideologia ou a nacionalidade dos que sofrem. O mal cometido nos Estados Unidos ou no Brasil deve ser condenado da mesma forma que aquele praticado na Rússia ou em Cuba. Democracia não pode ser um conceito oco e variável a ser utilizado de acordo com a vontade mental de cada um. Se o black bloc é que jogou o artefato que matou o repórter da rede televisão, não adianta mascarar a verdade e dizer que o que houve foi abuso da polícia. A Ordem dos Advogados do Brasil, tão notável nos tempos da ditadura, tem manifestado opiniões muito partidárias ultimamente. Está fugindo de assumir um papel fundamental próprio das associações profissionais isentas.

Excesso policial deve ser repelido. Também a violência gratuita de jovens bandidos que escondem os rostos para não ser identificados e saem pelas ruas assustando o povo e botando fogo em propriedades particulares e públicas, agredindo a integridade de todos nós.

A sociedade brasileira tem de se mover e exigir que os poderes do Estado ajam, para que as marolinhas não virem um maremoto.

Frei Betto - Educação e senso crítico‏

Educação e senso crítico
 
É dever de todos que se consideram de esquerda se perguntar quais as causas do desaparecimento do socialismo na Europa

Frei Betto

Estado de Minas: 12/02/2014



O bloco socialista se desintegrou antes de completar um século. A União Soviética se esfacelou e os países que a integravam adotaram o capitalismo como sistema econômico e sinônimo de democracia.

Tudo aquilo que o socialismo pretendia e que, em certa medida, alcançara – redução da desigualdade social, garantia do pleno emprego, saúde e educação gratuitos e de qualidade, controle da inflação etc. – desapareceu para dar lugar a todas as características desumanas do neoliberalismo capitalista: a pessoa encarada não como cidadã, e sim como consumista; o ideal de vida reduzido ao hedonismo; a exploração da força de trabalho e a apropriação privada da mais-valia; a especulação financeira; a degradação da condição humana por meio da prostituição, da indústria pornográfica, da criminalidade e do consumo de álcool e drogas.

É dever de todos que se consideram de esquerda se perguntar quais as causas do desaparecimento do socialismo na Europa. Há um amplo leque de causas, que vão da conjuntura econômica de um mundo bipolar hegemonizado pelo capitalismo às pressões bélicas em decorrência da Guerra Fria. Entre tantas causas destaco uma de caráter subjetivo, ideológico: o papel do educador na formação de seus alunos. Devo dizer que, antes da queda do Muro de Berlim, tive a oportunidade de visitar China, Tchecoslováquia, duas vezes a Polônia e a Alemanha Oriental, e três a União Soviética.

O socialismo europeu cometeu o erro de supor que seriam naturalmente socialistas pessoas nascidas em uma sociedade socialista. Esqueceu-se da afirmação de Marx de que a consciência reflete as condições materiais de existência, mas também influi e modifica essas condições. Há uma interação dialética entre sujeito e realidade na qual ele se insere.

Em primeira instância, e não em última, nascemos todos autocentrados. “O amor é um produto cultural”, teria dito Lênin. Resulta do desdobramento de nosso ego, o que se obtém por práticas que infundam valores altruístas, gestos solidários, ideais coletivos pelos quais a vida ganha sentido e a morte deixa de ser encarada como fracasso ou derrota.

Segundo Lyotard, o que caracteriza a pós-modernidade é não saber responder à questão do sentido da vida. Este é o papel do educador: não apenas transmitir conhecimentos, facilitar pedagogicamente o acesso ao patrimônio cultural da nação e da humanidade, mas também suscitar no educando o espírito crítico, a atitude ética, a busca do homem e da mulher novos em um mundo verdadeiramente humanizado.

Ora, isso jamais será possível se não se propicia ao magistério um processo de formação permanente. É um equívoco julgar que professores são todos imbuídos de valores nobres. Nenhum de nós é totalmente invulnerável às seduções capitalistas, aos atrativos do individualismo, à tentação de acomodamento e indiferença frente ao sofrimento alheio e às carências coletivas. Estamos todos permanentemente sujeitos às influências nocivas que satisfazem o nosso ego e tendem a nos imobilizar quando se trata de correr riscos e abrir mão de prestígio, poder e dinheiro. A corrupção é uma erva daninha inerente ao capitalismo e ao socialismo. Jamais haverá um sistema social no qual a ética se destaque como virtude inerente a todos que nele vivem e trabalham.

Se não é possível alcançar a utopia de ética na política, é preciso conquistar a ética da política. Daí a importância de uma profunda reforma política. Criar uma institucionalidade política que nos impeça “cair em tentação” quanto à falta de ética. Isso só será possível em um sistema no qual inexista a impunidade e o desejo de ser corruptor ou corrompido não seja alcançado. Tal objetivo não se atinge por meio de repressão e penalidades, embora elas sejam necessárias. O mais importante é o trabalho pedagógico, a emulação moral, tarefa na qual os professores desempenham papel preponderante por lidarem com a formação da consciência das novas gerações.

O professor deve ter atitudes pautadas pela construção de uma identidade humana na qual haja adequação entre essência e existência. Saber ministrar sua disciplina escolar contextualizando-a na conjuntura histórica em que se insere. O papel número um do educador não é formar mão de obra especializada ou qualificada para o mercado de trabalho. É formar seres humanos felizes, dignos, dotados de consciência crítica, participantes ativos no desafio permanente de aprimorar a sociedade e o mundo em que vivemos. 

Eduardo Almeida Reis-Comerciais‏

Comerciais
 
A maioria dos comerciais não tem a criatividade, o punch, o brilho da publicidade brasileira de outros tempos

Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 12/02/2014



Alguma coisa existe para que a propaganda brasileira tenha caído tanto nos últimos anos em termos de criatividade. E uma coisa é certa: é quase um sacrifício assistir ao horário comercial. As 31 palavras que você acaba de ler não foram escritas por mim, mas por Agnelo Pacheco, publicitário famoso, e publicadas na edição de 17 de janeiro do Estado de Minas num texto intitulado “Difícil ver os comerciais na TV”.

Nele, Agnelo conta que sempre assiste, uma vez por mês, ao horário chamado “supernobre” da Rede Globo, que começa com o Jornal Nacional e vai até o início do Jornal da Globo. E diz que em pleno século 21 é preciso ver mais de 15 comerciais para encontrar um com linguagem própria, criativo.

“A publicidade brasileira, definitivamente, passa por um momento ruim” afirma o conhecido publicitário e não faz mais do que confirmar o que venho escrevendo nesta coluna. Pergunto sempre se os clientes não têm funcionários que avaliem os comerciais propostos pelas agências, para impedir aquelas imbecilidades sob a forma de comerciais.

Agnelo aventa a hipótese de a imbecilidade partir do cliente e a agência aceitar para não perder a conta. É possível, porque a maioria dos comerciais não tem a criatividade, o punch, o brilho da publicidade brasileira de outros tempos. Não dá para entender que uma agência associe a marca de um automóvel à capacidade do veículo de escapar dos tiros de metralhadora disparados de um helicóptero, ou recorra à figura de um polvo, o tipo do animal nojento, para informar que determinado automóvel “agarra” bem nas curvas e nos pisos molhados. E aqui as constatações são minhas, com as credenciais de ex-advogado do Sindicato dos Padeiros da Guanabara durante quatro longos dias. Nunca fui publicitário, nada entendo de publicidade, mas sou consumidor. Importante, no texto de Agnelo Pacheco, é ter sido escrito por publicitário famoso.


Osteoporose
A notícia de que os maiorais do regime chinês procuram defender-se guardando milhões em nome de parentes nos paraísos fiscais, com ênfase para as Ilhas Virgens Britânicas, cujo lema em latim é Vigilate (Sê cauteloso), me recorda episódio de que tive notícia há mais de meio século.

As Ilhas Virgens Britânicas, capital Road Town, são territórios britânicos ultramarinos nas Caraíbas, correspondentes à metade oriental das Ilhas Virgens. A Oeste, o território faz fronteira com as Ilhas Virgens Americanas e a Leste com outro território britânico: Anguilla.

Área 153 km2, população em torno de 27 mil. Moeda: dólar americano. Vejo no mapa que lá perto há uma ilha chamada Virgem Gorda, capital Spanish Town, que deve ter continuado virgem pela obesidade. A Wikipédia não explica a virgindade das outras ilhas caribenhas.

Onde a relação entre os depósitos chineses e a osteoporose, que deve ser a aceleração da osteopenia devida a um desequilíbrio entre a atividade dos osteoblastos e a dos osteoclastos. Com essa, vosso philosopho acaba de corrigir o Houaiss, que fala em “aceleração da osteopenia devido a um desequilíbrio”, que mudei para aceleração devida, porque me soa melhor. Em matéria de pretensão e água benta, é sabido que cada um tem quanto quer, mas essa de corrigir o Houaiss, salvo melhor juízo, passou da conta.

No tal episódio, um maluco sessentão desconfiou de que estava com osteoporose, com seus ossos cheios de buraquinhos, e importou comprimidos norte-americanos, mais que um dólar por comprimido, uma fortuna há 50 anos. Tomou o primeiro, deitou-se e teve a impressão de que os buraquinhos dos seus ossos se enchiam dos pés à cabeça. Emocionado, gritou: “É tudo!” e o grito virou sinônimo de loucura em sua família.

Se os chineses estão utilizando o paraíso fiscal britânico, é sinal de que a roubalheira alcançou até o Império do Meio, o que nos permite gritar feito o maluco da osteoporose: “É tudo!”.


O mundo é uma bola
12 de fevereiro de 881: coroação de Carlos III, o Gordo, como imperador do Sacro Império Romano-Germânico. O Gordo (839-888) nasceu em Neidingen e morreu em Reichenau. Casou-se em 862 com Richarda da Suábia (845-900), que, como sabe o leitor ou devia saber, se perdesse tempo com essas bobagens, era filha do conde Erchander. Tiveram dois filhos. Sem-vergonha como todo imperador gordo, Carlos III teve ainda Bernardo da Germânia, filho bastardo. Desconhecendo a cirurgia bariátrica – e a bariatria é o ramo da medicina que estuda as causas e consequências da obesidade e o seu tratamento – o Gordo bateu o pacau aos 49 aninhos.

Em 1541 Pedro de Valdivia, militar e conquistador espanhol, funda Santiago do Chile. Hoje, o Palmeiras tem um jogador chamado Valdívia, acho que chileno, muito bom quando não está machucado. Em 1870, as mulheres de Utah recebem o direito de voto. Utah foi um dos primeiros estados ou territórios a conceder esse direito às mulheres. Salvo engano, é a região dos mórmons, que concediam ou concedem ainda às mulheres o direito de dividir um marido (poliginia). De repente, um marido dividido por quatro ou mais mulheres fica menos chato do que o deus do lar monogâmico.

Hoje é o Dia do Orgulho Ateu.


Ruminanças
“Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano” (Voltaire, 1694-1778).

FUNED » Jararacas reforçam produção de soro‏

FUNED » Jararacas reforçam produção de soro

Estado de Minas: 12/02/2014


Cobra capturada em janeiro teve 14 filhotes, mas dois morreram (TALLES CABRAL/DIVULGAÇÃO  )
Cobra capturada em janeiro teve 14 filhotes, mas dois morreram

 A Fundação Ezequiel Dias (Funed) anunciou ontem o nascimento de 12 filhotes de jararaca (Bothrops jararaca), o que permitirá o aumento da produção de soro. Eles foram gerados pela cobra capturada em Pouso Alegre, no Sul de Minas, em janeiro. Foi a segunda ninhada do ano na instituição, já que em janeiro nasceram sete filhotes de jararaca pintada (Bothrops neuwiedi). Os animais são mantidos em compartimentos separados até por até três anos, na fase adulta, quando já podem ser incluídos no processo de extração do veneno para fabricação do medicamento.

O técnico em animais peçonhentos da Funed, Elias Martins, informou que a jararaca é a maior responsável pela produção do soro. “Ela é agente de quase 50% do volume de veneno usado na geração do antibotrópico. O veneno da jararaca pintada, por exemplo, corresponde a 12%”, informou. Por ano, a Funed produz 100 mil ampolas do soro, além de usar o veneno no auxílio à identificação de alguma substância nova. Toda a produção é exclusiva ao Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde, responsável pela distribuição em todo o território nacional.

A produção do soro antibotrópico tem a mesma urgência de um processo de doação de sangue. É o que defende Rômulo Antônio Righi, chefe do Serviço de Animal Peçonhento. De acordo com ele, a população tem de trabalhar junto à fundação para a fabricação do remédio. “Ao invés de o cidadão matar o animal, deveria doar a fundação. Essa iniciativa será revertida em conhecimento, promovendo o acesso ao medicamento”, alerta.

Pesquisadores desenvolvem espectrômetro de ressonância magnética

Análise detalhada e diversificada 
 
Cientistas da USP desenvolvem espectrômetro de ressonância magnética que pode ser adaptado a diferentes áreas, da saúde à aviação 

Roberta Machado
Estado de Minas: 12/02/2014


Brasília – Pesquisadores brasileiros desenvolveram um aparelho de análise de materiais que chama a atenção por sua versatilidade, podendo ser programado de acordo com a aplicação desejada. O novo espectrômetro de ressonância magnética digital, criado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), tem funcionamento mais amigável e eficiente que outros equipamentos do tipo e pode mudar de função para uso em áreas como aeronáutica, agronomia, medicina, pecuária e ciências dos materiais.

Os espectrômetros são uma espécie de leitores das propriedades físico-químicas dos objetos. A possibilidade de uso do equipamento é, portanto, imensa. Em um laboratório de química, por exemplo, funciona como um instrumento analítico de ressonância magnética. Já uma instituição especializada em agricultura pode usar o mesmo aparelho para buscar danos em sementes ou medir a quantidade de açúcares em frutas. E uma empresa de aviação, por sua vez, consegue detectar contaminações por óleo ou querosene em asas de aeronaves. O dispositivo pode, ainda, fazer o papel de um relaxômetro, usado pela indústria petrolífera para analisar o estado de amostras ou a porosidade de rochas.

De acordo com os responsáveis pelo projeto, no entanto, a maioria dos espectrômetros produzidos atualmente tem funcionalidade limitada a hospitais e laboratórios médicos. O setor com uma necessidade diferente precisa investir grandes quantias para adaptar um aparelho tradicional. No caso do dispositivo da USP, a plataforma pode ser modificada rapidamente e sem dificuldades. “O sistema é capaz de desempenhar diferentes funções de maneira mais amigável e eficiente que um espectrômetro convencional. Além disso, um mesmo conceito de hardware poderá ter diferentes aplicações, customizadas segundo a necessidade, sem perder a generalização”, compara Alberto Tannús, líder do projeto e coordenador do Centro de Imagens e Espectroscopia in vivo por Ressonância Magnética (CIERMag) do IFSC.

Os cientistas recorreram à tecnologia de lógicas programáveis (FPGA, do inglês Field Programmable Gate Arrays) para criar o aparelho de funcionalidade dinâmica. Assim como o cérebro de um recém-nascido, um chip de FPGA é constituído por várias portas lógicas, que podem ser conectadas de acordo com sua funcionalidade. No dispositivo de análise, essas “sinapses” eletrônicas podem ser reprogramadas várias vezes, de acordo com a necessidade do usuário. “No nosso caso, transformamos um chip com configuração genérica em um dispositivo capaz de atender a diferentes funcionalidades para aplicações de RM”, explica Tannús.

Cada renascimento da máquina como um novo tipo de aparelho exige somente um pequeno trabalho de adaptação. Depois que a nova funcionalidade é estabelecida, o usuário recebe um mapa das interconexões recém-criadas, que serve de guia para a programação do hardware com base em ferramentas disponíveis na internet. As metodologias de ressonância são desenvolvidas pelo usuário, de acordo com a função desejada.

O segredo do espectrômetro está na sua capacidade de “ler” o núcleo de átomos. Para isso, o aparelho usa um poderoso campo magnético e uma radiação de radiofrequência para analisar as chamadas transições de spins de núcleos atômicos, que podem ser detectadas em alguns tipos especiais de átomos. “A partir do perfil dos espectros obtidos com as análises de RMN, é possível determinar substâncias presentes em materiais, extratos de plantas, alimentos ou material biológico”, explica o professor Jarbas Magalhães Resende, do Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Não invasivo A versatilidade do dispositivo ganha ainda mais possibilidades graças à própria tecnologia de espectrometria de ressonância, que, ao contrário da espectrometria de massas, pode analisar uma amostra sem destruí-la. “Ele pode analisar uma semente inteira e apontar o teor do óleo ou de umidade sem precisar destruir a amostra”, explica Fábio Neves dos Santos, estudante de doutorado e pesquisador do Laboratório ThoMSon de Espectrometria de Massas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para o diagnóstico de uma árvore, por exemplo, o ideal seria usar a tecnologia não invasiva. Obviamente, esse também é o caso de um exame in vivo, seja em pacientes humanos ou em animais.

O aparelho brasileiro também tem a vantagem de fornecer os resultados da análise de forma mais simplificada. Enquanto os sistemas convencionais precisam ser interpretados e processados, a interface criada pela USP extrai os dados diretamente do processo e usa algoritmos de análise semântica para fornecer a informação estrutural diretamente ao usuário.

O CIERMag trabalha com sistemas de ressonância magnética desde os anos 1990, quando desenvolveu metodologias de imagens para operação clínica de um hardware usado em um hospital. O projeto mais ambicioso de criar um aparelho multiuso teve início em 2008 e, desde então, contou com a colaboração de uma dezena de alunos. Atualmente, a equipe trabalha no desenvolvimento das suítes de metodologias para as diferentes aplicações que podem ser atendidas pelo aparelho. O dispositivo já recebeu propostas e deve atender a parcerias nas áreas de equipamentos médicos, relaxometria e espectroscopia analítica.