quinta-feira, 11 de setembro de 2014

COLUNA DO JAECI » Dia inesquecível‏

COLUNA DO JAECI » Dia inesquecível

Para um recomeço depois do vexame no Mundial, está de bom tamanho, mas é preciso evoluir muito para chegar ao estágio da Argentina, do Chile e da própria Colômbia

Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 11/09/2014

Nova York – Hoje é 11 de setembro. Pela quarta vez, passo a data macabra na cidade que não dorme, conforme a música de Frank Sinatra. Não é fácil relembrar aquele 11 de setembro de 2001. Recém-casados, minha mulher e eu víamos as cenas da primeira torre do World Trade Center em chamas, quando, de repente, um avião entrou na segunda, com transmissão ao vivo pela CNN. Parecia filme, mas era real. Nem o melhor dos diretores e produtores imaginaria escrever história tão cruel e desumana. Um louco como Bin Laden, determinou a um grupo de xiitas que sequestrasse aviões e os jogasse contra prédios, matando civis. O corpo dele jamais foi mostrado, por não interessar aos norte-americanos que ele se tornasse um mártir para os seguidores. De qualquer forma, o mundo se viu livre do principal responsável pelas quase 3 mil vidas perdidas.

Mas Nova York superou o drama, apesar de não esquecê-lo. A vida segue e a cidade conserva seus encantos. Gosto muito dela. Sempre que a Seleção joga em Nova Jersey, aqui ao lado, me hospedo Manhattan. É bom caminhar pela Quinta Avenida, correr no Central Park, andar pela Broadway. Como fiz no dia seguinte à vitória do Brasil sobre o Equador por 1 a 0, em bela jogada finalizada por Willian. Há tempos não via o time em jogada ensaiada de cobrança de falta.

O primeiro tempo foi fraco. O segundo, eletrizante. Porque Dunga tirou o “água de salsicha” Oscar e Willian e pôs, juntos, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart. Eles pareciam vestir a camisa do Cruzeiro, tamanho o entrosamento e a qualidade de ambos. O primeiro fez jogadas sensacionais, soltou-se e mostrou que chegou para ficar. Sorte do técnico, que tem agora um autêntico camisa 10. Um, não, tem dois e, se quiser, até três, com Philippe Coutinho e Paulo Henrique Ganso, que deverá ser chamado nos próximos jogos. Oscar não fará falta. Lento, medíocre, parece não ter empolgação e é apático do início ao fim.

Outro que tem se esforçado e jogado bem é Diego Tardelli. Só acho que está cumprindo muito uma função tática, ficando longe da área adversária. Muitas vezes o vi na própria área, marcando, dando carrinho, pondo a bola para escanteio. Numa necessidade, tudo bem, mas o tempo todo, não. Ele tem de ficar lá na frente, fazendo gols, dando passes. Mas tem sido útil e mostrado vontade incomum. Está em ótima fase. Acho que esses ingredientes levaram o Brasil às duas vitórias, que dão tranquilidade a Dunga para prosseguir com o trabalho.

Para um recomeço depois do vexame no Mundial, está de bom tamanho, mas é preciso evoluir muito para chegar ao estágio da Argentina, do Chile e da própria Colômbia. Os Estados Unidos sempre deram sorte ao Brasil quando ele joga por aqui. Desta vez, foi melhor do que a encomenda.

Se Dunga perceber que deve manter Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart juntos e pode ainda ter Philippe Coutinho ao lado dos dois, a Seleção vai começar a recuperar seu futebol de toque de bola, de jogadas bonitas, sem deixar de ser competitivo. Aos poucos, ela vai achando o time ideal. Esse zagueiro Marquinhos é excelente. Não entendo como o Paris Saint-Germain, dispondo dele, contratou o fraco David Luiz, que também é titular do Brasil. Há coisas que a gente não entende. Mas o destino às vezes joga a favor e a contusão de David Luiz abriu espaço para esse jovem de 21 anos, revelado pelo Corinthians e com boa passagem pela Roma.

Amanhã, embarco de volta rumo ao Brasil. Missão cumprida, tchau, Nova York. Até qualquer dia.

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