terça-feira, 1 de julho de 2014

Prática esportiva em ano de Copa‏

Prática esportiva em ano de Copa
Ildeu Almeida
Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia- Regional MG (Sbot-MG)

Daniel Baumfeld
Membro do Comitê de Ensino e Treinamento da Sbot-MG
Estado de Minas: 01/07/2014


O grande interesse pelo esporte nos últimos anos tornou a atividade física um dos pilares da nossa sociedade moderna. A prática de atividade física exerce poder preventivo, curativo e é de suma importância na reabilitação de pacientes. Entretanto, em tempos de Copa do Mundo, uma reflexão sobre a prática de esportes é muito positiva, pois as pessoas estimuladas pelo momento podem exagerar e ficar com sequelas. Dados epidemiológicos evidenciam que as atividades esportivas mais comuns são futebol, corrida, basquete e exercícios em academias. Mas qualquer atividade, quando praticada sem preparo ou de forma incorreta, pode levar a lesões, principalmente nos membros inferiores.

Desde a antiguidade, os grandes eventos esportivos nos estimulam e ensinam sobre a melhor forma de exercitar o nosso corpo. Estamos em época de um grande evento esportivo, que apresenta uma grandeza singular para nós, brasileiros. Sem dúvida, com os jogos da Copa, há também um aumento da prática esportiva. Os estímulos visuais que nos são apresentados estão relacionados à exposição constante de atletas de alta performance e muito bem preparados.

Todos esses estímulos visuais se transformam em estímulos físicos, nosso corpo pede por atividade. Os riscos relacionados à prática esportiva são uma consequência natural dos esforços a que nosso corpo é submetido. O reconhecimento e o controle dos fatores de risco de cada atividade são importantes para diminuir o número de acidentes esportivos.

Para qualquer tipo de atividade, devemos seguir um check list universal: saber das nossas limitações, estar em dia com os exames médicos, alongar e aquecer a musculatura e vestir a armadura correta para a atividade. Devemos escolher, com cuidado, o tênis esportivo, as meias, o short e a blusa. Tudo deve estar adequado para a boa prática. Falando tudo isso, pode até dar preguiça de começar a se exercitar, mas uma atividade bem feita é mais prazerosa e menos arriscada.

A idade também está relacionada com o tipo de cuidado que devemos tomar para realizar exercícios. Crianças sofrem quedas mais frequentes, portanto, as fraturas e traumas nos membros superiores são mais comuns que nos adultos. Já os adultos apresentam uma distribuição de lesões relacionadas ao tipo de atividade praticada. Corredores têm maior incidência de fraturas por estresse dos membros inferiores e fascite plantar.

Praticantes de atividades esportivas com mudança de direção como basquete e futebol são mais susceptíveis a entorses de joelho e tornozelo e lesões musculares. Outras lesões mais graves, como rupturas ligamentares do joelho e tornozelo, ruptura do tendão calcâneo e fraturas, estão relacionadas a um evento específico e apresentam uma incidência menor.

Hoje, a medicina esportiva apresenta uma abrangência global e não está relacionada somente ao tratamento das lesões dos atletas. De uma forma geral, a abordagem é preventiva e terapêutica. Para prevenção, podemos utilizar exames de sangue e testes de força e fadiga muscular com o objetivo de identificar os fatores de risco responsáveis pelas lesões e atuar antes que elas aconteçam. A abordagem terapêutica é direcionada para um evento específico, e com o auxílio dos exames de imagem atuais, abordagem artroscópica das articulações e tratamentos minimamente invasivos, o retorno para as atividades dos atletas ocorre de forma precoce e segura. Para esse período de intensa atividade, é importante ficarmos atentos para não exagerar. Pratique atividade esportiva dentro dos seus limites e evite as lesões. 

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