sábado, 28 de junho de 2014

Zona Mista

ZONA MISTA » Felipão superstar

Kelen Cristina
Estado de Minas: 28/06/2014


 (VANDERLEI ALMEIDA/AFP)

Não bastasse ser uma personalidade no mundo do futebol, o técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari é um grande personagem no planeta bola. Suas caras e bocas, as expressões essencialmente gaúchas, as tiradas irônicas que volta e meia solta no meio de uma declaração e o inabalável carisma fazem do treinador uma figura marcante. Às vésperas do decisivo jogo contra o Chile, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, aquele caracterizado sob a pesada alcunha de “matar ou morrer”, Felipão, mais uma vez, foi Felipão.

No último encontro com jornalistas no Mineirão, palco do jogo desta tarde, ele foi bem light. Não perdeu a linha nem quando algum repórter lançou uma pergunta mais polêmica. Sorriu, fez graça. Questionado inúmeras vezes pelos argentinos sobre a comparação Messi-Neymar, escapou pela tangente: “Tenho a minha opinião, mas não tem necessidade de falar agora. Só revelarei daqui a uns 10, 15 anos”. Quando um chileno tentou arrancar dele a tática brasileira, soltou um “Vamos atacar     e defender”.

Felipão mostrou todo o seu lado humano. Admitiu a ansiedade e o nervosismo, derreteu-se em elogios ao adversário (mais tarde, o colega chileno Jorge Sampaoli até foi indagado pela imprensa de seu país se acreditava tratar-se de estratégia do brasileiro) e reconheceu que o fim pode não ser tão feliz como sonha o torcedor.

No ápice da descontração, empurrou para o capitão Thiago Silva a responsabilidade de comentar o imbróglio entre Neymar e uma suposta “ficante”, que pousou nua para uma revista masculina no embalo da Copa – o atacante pediu na Justiça a suspensão da venda da publicação, por citar indevidamente seu nome. “Playboy não é comigo, não. Já estou velho, cara. Playboy é com o Thiago”, disse, arrancando risos da plateia e deixando o capitão visivelmente desconcertado.

Depois de 40 minutos de entrevista, Felipão comprovou toda a sua popularidade. Ao levantar-se da cadeira, foi cercado por jornalistas estrangeiros, e ficou quase cinco minutos a mais na sala do centro de imprensa distribuindo autógrafos e tirando fotos. O técnico da Seleção Brasileira, então, deu lugar ao superstar. E Felipão não perdeu a pose.

 (Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Elogio ao vinho
Mesmo com o Atlético em excursão pela China, o armador Ronaldinho Gaúcho não está alheio à Copa. Pelas redes sociais, ele sempre comenta os jogos e ontem resolveu meter a colher, de forma bem-humorada, no confronto Brasil x Chile. “Amanhã (hoje) é o dia! O time e os vinhos do Chile são bom (sic) demais, mas amanhã é dia de Brasil.” R10 não é o único atleticano que não demonstra ressentimento por ter ficado fora do grupo de Felipão. O zagueiro Réver, que chegou a ser cogitado na lista, mas se machucou e teve de operar o tornozelo esquerdo no início do ano, foi ao hotel (foto) onde a delegação brasileira está hospedada na capital mineira.


Sangue argentino
O técnico da Seleção Chilena, Jorge Sampaoli, recorreu às origens para descrever o sentimento na véspera do confronto decisivo. E a diplomacia passou longe. Ele admitiu motivação especial para enfrentar o Brasil justamente por ser argentino, numa referência à rivalidade histórica entre os dois países no futebol: “Para mim, é um clássico, pois me remete à minha infância. Por ser argentino, sempre gostei dos jogos contra o Brasil”.


Rei do futevôlei
Aos 64 anos, Arsène Wenger entrou mesmo no espírito carioca. Entre um mergulho e outro em Ipanema – flagrado numa sunga azul, até foi comparado pela imprensa inglesa a Daniel Craig, ator da série James Bond –, o técnico do Arsenal tirou fotos ao lado de garotas e desfilou seu talento no futevôlei nas areias da badalada praia. Jogando ao lado do compatriota Karembeu, campeão mundial com a França em 1998, ele mostrou muita habilidade, com direito a ajeitada de bola no peito (foto) e peixinho à la Van Persie. O vídeo com a grande atuação de Wenger correu o mundo ontem. O jornal inglês Daily Mail até apelidou o francês de Rei do Futevôlei. De fazer inveja a Renato Gaúcho e Romário!


BOMBANDO

“Senhor, abençoe o nosso dia e treino! BH bão dimais da conta”
Fred (@fredgol9), atacante da Seleção Brasileira, gastando todo o seu mineirês

“Superamos a batalha na água mesmo sem boias”
Özil (@mesutozil1088), armador alemão sobre o jogo Alemanha x EUA, disputado debaixo de muita chuva na Arena Pernambuco


BONS FLUIDOS
O Mineirão, em BH, e o Castelão, em Fortaleza, já dividem um título na Copa: o de estádios pés-quentes. Todas as arenas receberam quatro confrontos na primeira fase do Mundial, e das oito seleções que atuaram na capital mineira e na cearense, seis carimbaram o passaporte para as oitavas de final. Na lista das sedes que deram sorte às equipes aparecem, na sequência, Itaquerão e Beira-Rio – com cinco times avançando para o mata-mata. Na lanterna está a Arena Amazônia, que teve apenas dois classificados para a próxima fase.

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