segunda-feira, 23 de junho de 2014

UM SONHO REAL

UM SONHO REAL
 
Costa-riquenhos chegam a BH embalados pela boa campanha da sua seleção, querendo mais e já fazendo amizade. enquanto isso, presença do príncipe harry desperta fantasias


Marcelo da Fonseca e Mateus Parreiras
Publicação: 23/06/2014

Marco Hernandez, Alejandro Kuhn e Gabriel Gonzales já estão em BH e elogiam clima de confraternização (Tulio Santos/EM/D.APRESS )
Marco Hernandez, Alejandro Kuhn e Gabriel Gonzales já estão em BH e elogiam clima de confraternização

Todd (camisa vermelha e preta) e Danny (de camisa vermelha) se juntaram a outros torcedores em BH (TÚLIO SANTOS/EM/D.APRESS)
Todd (camisa vermelha e preta) e Danny (de camisa vermelha) se juntaram a outros torcedores em BH

O torcedor inglês Todd Wilde, de 23 anos, planejou sua viagem ao Brasil há quatro meses e uma grande festa em BH para celebrar a classificação da Inglaterra à próxima fase da Copa do Mundo. Já o costa-riquenho Alejandro Kuhn, de 32, tinha expectativa humilde para a competição e programou sua vinda à capital mineira para uma despedida honrosa do Mundial, no chamado “grupo da morte”, que inclui ainda Itália e Uruguai. O futebol, no entanto, driblou os planos dos dois torcedores que chegaram sábado à cidade e se divertiram na Savassi, a poucos metros um do outro. Enquanto o britânico irá ao Mineirão amanhã apenas para ver sua seleção cumprir tabela, o costa-riquenho viverá mais um capítulo do que definiu como “sonho brasileiro”. Na verdade, um sonho real, embora, ironicamente, a realeza seja britânica, inclusive, o príncipe Harry desembarca amanhã em BH para assistir à partida Inglaterra x Costa Rica, no Mineirão.

Acompanhado dos amigos compatriotas Gabriel Gonzales e Marco Hernandes, que aproveitaram a noite de sábado para participar da festa argentina na Savassi, o costa-riquenho aprovou a estrutura montada na cidade para a Copa. “O clima é da mais pura amizade. Tanto os argentinos, como os brasileiros estão muito contentes em fazer parte desse evento. Esperamos fechar com chave de ouro este sonho brasileiro e surpreender também os ingleses”, disse o torcedor, que momentos antes trocou uma camisa da Costa Rica por uma da Argentina.

Para os súditos da rainha Elizabeth II, o encerramento do Mundial em BH terá um gosto amargo. Mas a animação dos torcedores mineiros contagiou Todd e Danny, fanáticos pelo Leeds United, time da segunda divisão do futebol inglês. Já enturmados com um grupo de brasileiros, eles preferem esquecer o desempenho ruim do time. “O plano inicial era fechar uma ótima primeira fase aqui. De todo jeito, vamos em peso (ao Mineirão) e terminar de forma honrada”, afirmou Todd.

Outros ingleses pensam assim também. Mesmo com a eliminação precoce na competição, os ingleses começaram a marcar presença na festa desde sábado. “Já que não vamos bem em campo, vamos aproveitar para curtir a celebração dos brasileiros”, brincou o britânico Ben Whitmore, que ficará na capital até quarta-feira. Ele veio com o amigo Luke Wheatley da cidade de Leicester e ambos aprovaram também a organização do evento em BH. “Foi muito fácil chegar ao hotel e conhecer alguns pontos da cidade, sem nenhum problema. Talvez o que falta por aqui sejam mais pessoas que falem outras línguas”, comentou Ben.

Michael (com a bandeira do Brasil) está em BH há três dias e foi a Confins receber Joel (E), Will e Paul  (GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.APRESS )
Michael (com a bandeira do Brasil) está em BH há três dias e foi a Confins receber Joel (E), Will e Paul


RICHA HISTÓRICA Ao saber que os torcedores argentinos haviam invadido a praça da Savassi, o inglês Michael Rowan, de 40 anos, ficou apavorado e pediu para que o taxista desse meia volta. As torcidas dos dois países costumam se estranhar mundo afora numa rivalidade que se sucedeu à Guerra das Malvinas, em 1982. “Há muita apreensão sobre a hostilidade dos argentinos. Como meu hotel fica justamente na Savassi, não tive como evitar o encontro com eles”, conta Michael. Mas, em vez de violência, o inglês se surpreendeu ao ver que os argentinos eram amigáveis e acabou festejando com os rivais. “Acho que a Copa é sobre amizade, não sobre rivalidade. Todos que vêm para o Brasil ,querem ver um bom futebol e confraternizar, conhecer as cidades e a cultura”, definiu.

Michael está na capital mineira há dois dias e ontem foi a Confins buscar três amigos que vieram de Londres. Em comum, nutriam dúvida sobre a hostilidade dos argentinos. “Soubemos pela internet que os torcedores da Argentina promoveram muita bagunça. Vimos imagens deles atirando garrafas na Savassi, onde vamos nos hospedar. É preocupante,”, disse um deles, o empresário Will Doans, de 56, ao lado de, Joel Holmes, de 26, o mais novo do grupo.

O príncipe em BH

Junia Oliveira
Estado de Minas: 23/06/2014


Harry vai ao minas Tênis e ao mineirão (SUZANNE PLUNKETT/REUTERS %u2013 19/6/2014)
Harry vai ao minas Tênis e ao mineirão

A Seleção Inglesa joga amanhã no Mineirão com as malas prontas para voltar para casa, já eliminada da Copa. Caberá à realeza britânica a tarefa de sacudir a passagem do time de Sua Majestade por BH. O príncipe Harry desembarca amanhã com a missão de apoiar os jogadores e conhecer as instalações do Minas Tênis, local de treinamento da equipe inglesa Olímpica e Paralímpica em 2016. Na cidade e no clube, o clima é de euforia para receber o filho de Charles e Diana. Entre as garotas, a expectativa é se tornar a mais nova princesa do Reino Unido. E para as crianças, o sonho de conhecer um príncipe de verdade tem levado o imaginário para outro continente.

Harry chega a BH vindo de Brasília, onde assiste hoje ao jogo Brasil x Camarões. Ele entrará no Minas pela Rua Espírito Santo, às 9h, onde será recebido pelo presidente do clube, Luiz Gustavo Lage. Tudo será absolutamente cronometrado. A primeira parada será na piscina, onde o campeão olímpico César Cielo estará com as crianças. De acordo com a programação divulgada pelo clube, o príncipe dará o tiro de largada para os pequenos nadadores se jogarem na água e, no fim da demonstração, ele e Cielo premiarão os campeões.

Na sequência, ele passará pelo espaço da criança, onde 200 meninos e meninas estarão participando das clínicas de esporte. Em seguida, vai para a Arena JK, onde interagirá com a garotada em três espaços: tatame de judô, basquete e rugby. Para a decepção de muitos, a agenda oficial não inclui pronunciamento do príncipe. A última passagem de Harry será pelo Teatro Bradesco, onde haverá um evento de negócios.

Trinta e oito policiais federais farão a segurança de Harry. As quatro ruas do entorno do clube (Antônio de Albuquerque, Espírito Santo, Bahia e Antônio Aleixo) estarão bloqueadas ao trânsito a partir das 4h de amanhã. Só será permitido o tráfego de veículos de moradores e de sócios que deverão, obrigatoriamente, parar os carros no estacionamento do Minas. Todas as ruas ficarão vazias.

O clube está convocando os frequentadores a participar e a levar os filhos para as clínicas de esporte. A advogada Mônica Arreguy, de 36, pensa em ir com a filha Maria Luísa, de 4. “É uma outra cultura que se apresenta a nós. Será interessante”, diz. A menina vibra com a ideia de ver um príncipe de perto. A pequena nem titubeia quando a mãe pergunta se ela se mudaria para um castelo na Inglaterra. Sorridente, ela diz sim. A engenheira eletricista Júlia de Castro Johnsson, de 34, e o marido dela, o sueco Bjorn Johnsson, de 35, também se animaram com a notícia. A pequena Laura, de 1 ano e 1 mês, é praticamente presença confirmada. “O pessoal todo está comentando sobre isso. Será bem diferente, diz Júlia.

César Cielo também está na expectativa. “Acho que será muito interessante para meu treinador, que é australiano e ligado a essas tradições. Ainda não sei qual será meu papel nem se chegarei perto do príncipe, mas será legal poder participar”, disse, antes de ser informado sobre sua participação no evento.


Maria Luísa, de 4, ao lado da mãe, Mônica, vibra com a ideia de ver um príncipe bem de perto (BETO MAGALHÃES/EM/D.APRESS )
Maria Luísa, de 4, ao lado da mãe, Mônica, vibra com a ideia de ver um príncipe bem de perto

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