domingo, 15 de junho de 2014

Real e mágico: BH em dia de Macondo‏

Real e mágico: BH em dia de Macondo
Carlos Marcelo
Estado de Minas: 15/06/2014


Que pena: Gabriel García Márquez não viveu para contar a história de um povo que saiu de seu país para tingir de uma só cor o maior estádio de um dos maiores estados do maior país da América do Sul. Foi real. Foi mágico. Não foi em Macondo,  foi em Belo Horizonte. Por um dia, a capital mineira foi também a capital da Colômbia: BHogotá.

Logo após a convincente vitória da seleção de seu país em cima da Grécia, o jornal colombiano El Tiempo cravou, com orgulho, no site: “El himno nacional retumbó en Brasil”. Exato: o brado retumbante colombiano foi entoado no volume máximo e iniciou uma festa que, reforçada pelos brasileiros, balançou o Mineirão como nos grandes momentos da história do estádio.

A reverência aos ídolos do país – camisas com o nome de Falcao García, perucas de Valderrama – foi o primeiro aspecto observado na Savassi, Pampulha e outros locais por onde os colombianos circularam, sorridentes e simpáticos. Mas o ponto alto da “invasão” ocorreu nas arquibancadas, em um espetáculo tão arrebatador quanto o peixinho do holandês Van Persie na Fonte Nova. Como reconheceu o técnico argentino José Pékerman, “são fatos que ficam anotados para a história”. Por enquanto, no placar da animação das camisas amarelas, ficou assim: Mineirão 1 x 0 Itaquerão. Será que o Brasil vai conseguir virar o jogo? Se ficar no chocho e repetitivo “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”, fica difícil. Mas há tempo para reverter. Enquanto isso não acontece, vale o registro: no dia 14 de junho de 2014, em Belo Horizonte, a expressão “amarelar”, antes depreciativa, ganhou outro – e poderoso – significado.

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