sexta-feira, 21 de junho de 2013

Quadrinhos

folha de são paulo
CHICLETE COM BANANA      ANGELI
ANGELI
PIRATAS DO TIETÊ      LAERTE
LAERTE
DAIQUIRI      CACO GALHARDO
CACO GALHARDO
NÍQUEL NÁUSEA      FERNANDO GONSALES
FERNANDO GONSALES
MUNDO MONSTRO      ADÃO ITURRUSGARAI
ADÃO ITURRUSGARAI
BIFALAND, A CIDADE MALDITA      ALLAN SIEBER
ALLAN SIEBER
MALVADOS      DIK BROWNE
DIK BROWNE
GARFIELD      JIM DAVIS
JIM DAVIS

HORA DO CAFÉ      ALVES
ALVES

Bahia de todos os times - Jose Roberto Torero

folha de são paulo
TORERO NA CATIVA
Bahia de todos os times
A camisa mais comum era a do Bahia, mas havia até de times da África, como a Costa do Marfim
JOSÉ ROBERTO TOREROESPECIAL PARA A FOLHA, EM SALVADORO jogo na nova Fonte Nova foi ecumênico. Os torcedores vestiam uniformes de vários times
O jogo ontem na nova Fonte Nova foi ecumênico.
Os torcedores vestiam camisas de várias equipes. Muitas eram da África, como Costa do Marfim, Camarões e a própria Nigéria.
Mas a mais comum era a do Bahia, que estava, por exemplo, no corpo de Alexandre Matos, 19, estudante de geografia. Para ele, "tudo está melhor na nova Fonte Nova, menos os preços".
Havia também representantes do inimigo Vitória, como José Borges, bancário de 51 anos que veio de Olindina, no norte da Bahia.
O que ele mais gostou no novo estádio foi da cobertura: "Agora a gente não pega nem chuva nem sol".
Procurando por outras camisas, avistei um inesperado gremista: Guilherme Salies, 47, advogado em Rio Grande.
Ele achou o estádio um tanto apertado. E também reclamou das informações desencontradas. "Cada pessoa me mandava para um lugar diferente."
Guilherme honrou aquela frase do hino de seu clube: "Até a pé nós iremos...", porque alguns torcedores tiveram que caminhar muito para chegar ao estádio.
Foi o caso de Marco Aurélio Xavier, 31, que usava uma camisa do Corinthians. Ele teve que andar 2 km para chegar ao jogo. "E com ladeira!"
À direita de Marco havia um torcedor adversário: Thierry Batista, 24, é de Salvador, mas torce pelo São Paulo. E gosta mais da camisa celeste que da canarinha.
"No Brasil tem muita coisa errada. Como pode o Hulk ser titular? Tem coisa aí." Ele foi um dos únicos brasileiros a torcer pelos hermanos.
A maioria absoluta queria a vitória da Nigéria, inclusive Rogéria Rossi e seus dois filhos, Davi, 8, e Thiago, 10. Este, que vai ser engenheiro, gostou da Fonte Nova porque é "bem grande". Aquele, que sonha em ser zagueiro, gostou mais do gramado.
Enquanto isso, lá fora do estádio, um monte de gente fardada e um monte de gente sem camisa brigava.
Mas vamos ao que interessa, que não é a boa visibilidade nem o cheiro ruim do banheiro. É a comida.
A Fonte Nova provavelmente é o estádio em que melhor se poderá comer nesta Copa das Confederações, pois havia duas barracas vendendo abarás, acarajés e outras guloseimas locais.
Como eu já tinha almoçado caruru e vatapá, achei melhor partir para a sobremesa. Escolhi pé de moleque e um bolinho de estudante (que não merecia o diminutivo).
Os dois acepipes estavam bem bons, muito mais saborosos e nutritivos que as comidas oficiais, ou, melhor, "ofifiais".
As lanchonetes da Fonte Nova oferecem apenas salgadinhos industrializados e cachorros-quentes (não consigo imaginar do que são feitas as salsichas, mas acho melhor nem tentar).
Apesar da superioridade da comida baiana sobre a multinacional, ela só podia ser encontrada pelos torcedores na parte de fora do estádio, no grande pátio onde ficam os patrocinadores.
O acarajé e o abará não puderam entrar na nova Fonte Nova. Assim como o pessoal sem camisa.

    'It's revolution, baby', anunciam cartazes na avenida Paulista

    folha de são paulo
    OPINIÃO
    MARCELO COELHOCOLUNISTA DA FOLHANo estacionamento, perto da estação Vila Madalena, o manobrista foi avisando. "Hoje ficamos abertos até as nove da noite." Acrescentou sorrindo, com sotaque bem nordestino: "É por causa da revolução".
    Na Paulista, alguns manifestantes pareciam concordar. Só que o cartaz era em inglês: "It's revolution, baby". Imagino que não tenha sido por acaso, também, que um garoto estivesse de camiseta preta, com o célebre lema da Nike: "Just do it".
    Bandeiras do Brasil, entretanto, predominavam, e como nos velhos tempos, muito estudante pintou a cara de verde e amarelo.
    Cantou-se o hino nacional. Hino nacional? A passeata prosseguia, e os cartazes mudavam de tom. "O hino nacional não me representa. Representa a burguesia, os coxinistas e a violência."
    Enquanto eu me perguntava o que serão os "coxinistas", outro cartaz, já no meio do bloco dos trotskistas (acho), ia mais longe.
    "Nacionalismo é o caralho, este país é violento e sanguinário." As palavras do cartaz eram gritadas por vários manifestantes.
    Mais difícil de ser gritado era o lema de outro cartaz, agora em sentido inverso.
    "A política de importação está acabando com as indústrias do Brasil."
    Será isso um exemplo de "coxinismo"? Se a palavra tem a ver com "coxinha", o que no meu tempo queria dizer "mauricinho", havia poucos engravatados, apesar de alguns idosos e crianças, na manifestação.
    Duas senhoras de moletom pink esperavam instruções. Outra, mais ousada, apareceu com seus dois cachorrinhos brancos, não sei se poodles ou lulus. O agasalho dos "pets" eram duas pequenas bandeiras nacionais.
    Ainda no capítulo mais comportado do evento, uma estudante postou-se em cima do canteiro, com um cartaz bem elaborado. "Direitos constitucionais com qualidade. Precisamos de líderes competentes e honestos." Arrém, arrém. "O jovem neste país está sendo levado a sério!" Arrém, de novo. No outro extremo, havia lemas mais concisos. "Meu cu é laico."
    PEC 37
    Tanto quanto Dilma, Alckmin e Haddad, um dos grandes vilões da passeata foi o pastor Feliciano. Também Renan Calheiros e, especialmente, a PEC 37 (que tira poderes do Ministério Público) estavam entre os alvos mais frequentes. Havia o convite para que o país parasse se a emenda constitucional for aprovada. Será possível? Tudo é possível, atualmente, com a mobilização facilitada pela internet.
    "Saímos do Facebook", orgulhavam-se diversos cartazes. "Corruptos, vocês se preparem, vão cair um por um." De forma mais visual, um grupo apareceu de guarda-chuvas abertos: "está chovendo porco".
    Contra a corrupção, pela reforma política, contra o capitalismo, não faltaram generalidades desse tipo. Solitário, um manifestante foi mais específico: "Voto distrital". E ponto final.
    Para comentaristas mais idosos, como eu, isso até que era fácil de compreender. Menos clara foi esta mensagem: "O inibidor do MID já caiu". Explicaram-me que é referência a um videogame.
    Do lado libertário, gritou-se muito que "o povo unido não precisa de partido". E também se pediu "um país sem catracas".
    Enquanto outros manifestantes diziam "eu SEI por que protesto", um homem sozinho carregava um vasto cartaz de papelão, dizendo apenas uma palavra. "Lost".
    Perdido? Havia palavras contra muita coisa, mas não é culpa de ninguém se, da Copa à conta de luz, há tanta coisa para ser contra. Todo manifestante, afinal, quer se manifestar. Mesmo que seja apenas para dizer, como em outro cartaz: "Mãe, não me espera para a janta".

    Entrevista - Celso Amorim

    folha de são paulo
    Achei que meus telefones estavam sendo gravados
    MINISTRO DA DEFESA SUSPEITA TER SIDO MONITORADO NOS ESTADOS UNIDOS E DIZ QUE SISTEMA AMERICANO DE ESPIONAGEM PREOCUPA
    ELEONORA DE LUCENADE SÃO PAULOA descoberta de um megasistema de espionagem nos Estados Unidos preocupa o Brasil e é preciso investir em "defesa cibernética". Quem faz o alerta é o ministro da Defesa, Celso Amorim. Ele próprio desconfia que possa ter sido alvo de escutas telefônicas no passado.
    O ministro advoga o desenvolvimento de um pensamento de defesa para a região, que priorize os recursos naturais. "O Brasil é um país muito rico, tem muitas reservas naturais. Esses recursos podem ser objeto de cobiça." Para ele, é necessário criar uma base industrial de defesa comum na América do Sul.
    Nesta entrevista, concedida na última terça-feira em São Paulo, Amorim, 71, também comenta as manifestações pelo país --que, na sua visão, refletem o distanciamento entre as estruturas de governo e a população.
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    Folha - O que está acontecendo no Brasil?
    Celso Amorim - Não é só no Brasil. É um enigma que temos que decifrar. Não temos problema de desemprego entre os jovens como ocorre na Europa. Há, talvez, um desejo de maior participação. Não é nesse governo ou no anterior. É uma coisa genérica que aflora de tempos em tempos. É preciso entender as razões desse mal-estar. As estruturas de governo em geral acabam levando a um certo distanciamento entre a população e o poder, qualquer que seja o poder. As razões podem ser difusas. Talvez isso acentue a necessidade de uma reforma política que aproxime as estruturas de poder dos cidadãos em geral.
    Como o sr. analisa essa megaespionagem envolvendo governo e empresas privadas descoberta nos EUA?
    Vou fazer uma brincadeirinha. Fiquei até decepcionado que, em 2009, eles se interessaram pela Turquia, África do Sul, Rússia e não se interessaram pelo Brasil [risos]. É porque falamos tudo com muita clareza, talvez. Em 2009, tive uma reunião com o ministro das Relações Exteriores inglês. Não sei se a nossa reunião não foi gravada também [risos].
    Como isso afeta o Brasil?
    Isso faz parte desse mal-estar não só no Brasil, mas no mundo. Essa ideia de que há um controle total sobre a vida dos cidadãos, que a liberdade é permanentemente cerceada. No Brasil, que eu saiba, não ocorre nada parecido.
    Mas os brasileiros conectados às redes sociais estrangeiras não podem estar sendo espionados por esse esquema?
    Podem também, é óbvio. Mas o que se conhece é mais das agências norte-americanas. Não me consta que nada tenha saído sobre as agências brasileiras. Mas brasileiros podem ser, sim. É uma coisa especulativa. Pessoas que estão em posições-chave podem ser objeto de uma vigilância mais constante. Vou dizer francamente: em dois momentos achei que os meus telefones estavam sendo gravados. Um, quando eu morava nos EUA e era embaixador na ONU. Cuidava de três comissões sobre a questão do Iraque. Meu telefone começou a fazer um ruído muito estranho e, quando acabou a comissão sobre o Iraque, acabou o ruído também. Ali havia um foco óbvio.
    O sr. pediu investigação?
    Não, porque o que eu falava lá falava em público. Curiosamente, quando saí do governo Lula, continuei com muitas atividades, participei de simpósios sobre a questão nuclear, a questão do Irã, e recebia telefonemas de embaixadas. Também achei estranho meu telefone particular aqui no Brasil, no Rio. Mas também já sumiu. Descobriram que sou ministro da Defesa, ficaram mais... Eu não sei quem. Foram duas situações que eu suspeito, mas nem tenho certeza. Nem de onde partiu, nem o que foi. Pode ter sido coincidência, mas a gente desconfia das coincidências.
    Do ponto de vista da defesa, isso preocupa o Brasil?
    Claro, por isso temos que ter a defesa cibernética. Para evitar que entrem nos nossos sistemas, que saibam o que a gente está planejando. Por isso criamos um centro de defesa cibernética no Exército, com recursos que não se comparam com o que eu acho que seria necessário. Deve ser mais ou menos um terço do que gasta a Inglaterra em defesa cibernética, cerca de R$ 70 milhões.
    O sr. falou de recursos insuficientes. É preciso aumentar os gastos em defesa?
    A área de defesa tem sido razoavelmente bem tratada dentro desse contexto de dificuldades. É razoável pretendermos um aumento progressivo. Hoje em dia temos 1,5% do PIB em gastos com defesa. A média dos Brics é 2,5%. Em dez anos, deveríamos chegar a 2%.
    Quando se pensa em defesa, se pensa em novas ameaças: pirataria, narcotráfico, terrorismo. Mas não podemos estar seguros de que as chamadas velhas ameaças não se reproduzirão. O Brasil é um país muito rico, tem muitas reservas naturais. Esses recursos podem ser objeto de cobiça.

      Moisés Naím

      folha de são paulo
      Os protestos: seis surpresas
      A principal surpresa das manifestações é que tenham acontecido em países bem sucedidos
      Primeiro veio a Tunísia, depois Chile e Turquia e agora o Brasil. O que têm em comum os protestos de rua em países tão diferentes? Várias coisas --e todas surpreendentes.
      1-) Pequenos incidentes que se tornam grandes. Em todos os casos, os protestos começaram com acontecimentos localizados que, inesperadamente, se transformaram em movimento nacional. Na Tunísia, tudo começou quando um vendedor de frutas farto dos abusos das autoridades se imolou, ateando fogo às roupas. No Chile, foram estudantes protestando contra o alto custo das universidades. Na Turquia o motivo foi um parque, e no Brasil as tarifas de ônibus. Essas queixas específicas encontraram eco na população e se transformaram em protesto nacional sobre problemas maiores: corrupção, desigualdade, inflação ou arbitrariedades do governo.
      2-) Os governos reagiram mal. Nenhum dos governos de países onde surgiram protestos foi capaz de antecipá-los, entender sua natureza ou de estar preparado para enfrentá-los eficazmente. A reação comum foi enviar a polícia de choque para acabar com os protestos. Os excessos repressivos inevitáveis exacerbam os protestos.
      3-) Os protestos não têm líder e nem cadeia de comando. Raras vezes têm estrutura organizacional ou líderes claramente definidos.
      4-) Não há com quem negociar --e a quem encarcerar. A estrutura, informal, espontânea, coletiva e caótica dos protestos confunde os governos --com quem negociar?
      5-) É impossível prognosticar as consequências. Assim como não se soube por que nem quando começaram os protestos, não se sabe como e quando terminarão. Em alguns países eles não tiveram grandes efeitos ou resultaram apenas em reformas menores. Em outros, os protestos derrubaram governos. Não há dúvida de que o mapa político desses países não será o mesmo.
      6-) Prosperidade não compra estabilidade. A principal surpresa desses protestos é que tenham acontecido em países bem sucedidos economicamente.
      A economia da Tunísia tem o melhor desempenho da África do Norte. O Chile é um exemplo mundial de desenvolvimento. Nos últimos anos, tornou-se lugar comum definir a Turquia como "milagre econômico". E o Brasil tirou milhões de pessoas da pobreza e reduziu a desigualdade.
      Todos têm hoje uma classe média muito mais numerosa do que no passado. E então? Por que sair à rua para protestar em vez de celebrar?
      A resposta está em um livro que Samuel Huntington publicou em 1968: "A Ordem Política das Sociedades em Mutação". A tese dele era a de que, nas sociedades que experimentam mudanças rápidas, a demanda por serviços públicos cresce mais rápido que a capacidade dos governos para satisfazê-la.
      É essa a brecha que leva as pessoas à rua e dá energia a outros protestos muito justificados. O custo proibitivo da educação no Chile, o autoritarismo de Erdogan na Turquia ou a impunidade dos corruptos no Brasil. Os protestos de rua certamente se amainarão. Mas isso não quer dizer que suas causas vão desaparecer.

      Bola cantada - Painel - Vera Magalhães

      folha de são paulo
      Bola cantada
      A decisão de Rui Falcão de convocar militantes do PT às ruas ontem preocupou o governo federal antes mesmo da explosão de violência em protestos em várias cidades do país. Segundo relatos, o presidente do partido não discutiu a ideia com o Palácio do Planalto, que desde cedo temia que um eventual confronto entre petistas e outros grupos das passeatas respingasse em Dilma Rousseff. "Se der errado, a culpa é de quem?", questionava um membro da equipe presidencial.
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      Liquidação Enquanto participantes da passeata em São Paulo relatavam nas redes sociais casos de agressão a militantes de vários partidos, o perfil do PT paulista no Twitter anunciava: "Lojinha do PT-SP: bandeiras oficiais com 10% de desconto".
      Que ano é? Na reunião em que Dilma ouviu de Lula conselhos sobre a condução do governo, anteontem em São Paulo, estavam presentes Antonio Palocci e Franklin Martins. Os dois foram ministros de Lula, e Palocci, também do governo de Dilma.
      Curso O ex-presidente recebeu ontem em seu instituto Pablo Capile, da Casa Fora do Eixo, coletivo que reúne movimentos sociais. Eles discutiram sobre os protestos generalizados pelo país e sobre cultura. Ele integra o grupo que transmite em vídeo as manifestações de São Paulo.
      Mal-me-quer Numa reunião recente entre parlamentares petistas, um deputado questionou os demais sobre se tinham certeza de que Dilma gostava de alguém ali. Ninguém se pronunciou.
      Ressaca Dilma ligou para Fernando Haddad depois do anúncio da redução da tarifa. Ontem, o prefeito telefonou para um pequeno grupo do PT para desabafar: disse ter ficado aborrecido com a pressão que sofreu dela e de Lula e reclamou que os dois não entendiam o efeito que o recuo teria sobre sua imagem.
      Deixa estar A irritação de Haddad se estende até a membros de seu primeiro escalão que não lhe deram suporte. Passada a crise, o prefeito deve mexer na equipe para tirar os quinta-coluna''.
      Debate O secretário de Segurança de São Paulo, Fernando Grella, almoçou ontem com o ex-governador José Serra no restaurante A Bela Sintra, nos Jardins, na capital. Os dois fizeram um balanço da onda de protestos.
      Lentes Grella, em determinado momento, comentou o fato de as manifestações terem desviado o foco das cobranças ao governo paulista pela escalada de casos de roubo e latrocínio em São Paulo.
      Mapa... Nas 24 horas depois de governo e prefeitura de São Paulo anunciarem a volta do preço das passagens para R$ 3,00, o ativismo nas redes sociais atingiu 36,8 milhões de pessoas. Os dados são de levantamento do grupo Máquina/Brandviewer.
      ... digital Dos usuários que postaram sobre os protestos, 59,9% são homens, e o Twitter é a rede favorita (62,8%), seguido por Facebook (23,5%) e Google+ (8,4%). A hashtag mais usada foi #vemprarua (2,4 milhões de menções). São Paulo responde por 38,4% dos posts.
      Sem clima 1 O bloco governista no Senado já enxerga sinais claros de que o projeto que dificulta a criação de novos partidos deve ser derrubado quando o STF julgar o mérito, caso seja aprovado.
      Sem clima 2 Os parlamentares, no entanto, pretendem levar a votação adiante no Congresso e esperam aval do Palácio do Planalto para dar nova redação à proposta, retirando do texto pontos que podem ser considerados inconstitucionais.
      com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
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      TIROTEIO
      "O governo federal deveria desistir desse projeto maluco do trem-bala e investir o dinheiro em metrô e trem nas cidades."
      DO SENADOR ALOYSIO NUNES FERREIRA (PSDB-SP), criticando a defesa, por ministros, da desoneração de transportes feita pela presidente Dilma Rousseff.
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      CONTRAPONTO
      Conversa de botequim
      A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado discutia projeto de Lindbergh Farias (PT) que regulamenta o rateio das gorjetas em bares e restaurantes. Roberto Requião (PMDB) ironizou a defesa dos garçons pelo petista.
      --Vou sugerir aos meus amigos e companheiros do Bar Cervantes, em Copacabana, que coloquem uma fotografia do Lindbergh na sala, como patrono dos garçons.
      Após cochichar com Pedro Taques (PDT), acrescentou:
      --E o senador Taques faz uma sugestão bem brasileira: que, diante da foto do Lindbergh, o cliente peça uma pinga e jogue um pouco no chão para o santo.

        Folha de são paulo Feliz

        Em um ano, paywall agrega audiência e assinaturas à Folha
        Número de visitantes do site aumentou 4%, de páginas vistas subiu 15% e de assinantes digitais cresceu 189%
        Onda de protestos leva site a sequência recorde de audiência: 61 milhões de páginas vistas em três dias
        DE SÃO PAULOO paywall (muro de pagamento) poroso do site da Folha completa hoje um ano.
        Nesse período, o número de visitantes do site cresceu 4%, o de páginas vistas subiu 15% e o de assinantes totalmente digitais da Folha aumentou 189%.
        Folha foi o primeiro jornal brasileiro a adotar esse sistema. Desde então, mais e mais diários vêm encontrando no paywall poroso uma maneira de financiar o jornalismo de qualidade sem impedir a leitura do internauta eventual.
        "Nossa experiência com o paywall mostra que esse é um modelo interessante e sustentável", afirma o diretor-superintendente da Folha, Antonio Manuel Teixeira Mendes. Para Sérgio Dávila, editor-executivo do jornal, "o internauta mostra estar disposto a pagar por acesso a informação confiável e de qualidade".
        Entre os diários nacionais que já tomaram tal caminho estão o "Zero Hora", do Rio Grande do Sul, e a "Gazeta do Povo", do Paraná. Outros, como "O Estado de S. Paulo" e "O Globo", passaram a exigir cadastros de seus leitores após determinado número de cliques.
        No exterior, o caso de referência para esse modelo é o jornal americano "The New York Times", que passou a utilizá-lo em 2011.
        Segundo instituto de pesquisas Pew, no final do ano passado um terço dos jornais americanos já tinha adotado algum formato de paywall.
        No modelo escolhido pela Folha, o internauta pode ler até 20 textos gratuitamente por mês, sendo que após o décimo clique ele é convidado a fazer um cadastro simples. Algumas partes do site, como a Homepage, não entram nessa contagem.
        A partir do paywall, o jornal ampliou a oferta de conteúdo em seu endereço na internet. Textos antes exclusivos da versão impressa passaram a ser editados no site, o que contribuiu para o aumento de audiência.
        A assinatura digital dá acesso ao conteúdo completo da Folha não só no site, mas também em tablets e celulares, para os quais o jornal conta com um aplicativo em tecnologia HTML5, adaptável a diferentes modelos.
        PROTESTOS
        Por causa das manifestações contra a tarifa de transporte público, o site da Folha teve nesta semana a melhor série de três dias de audiência de sua história: 61 milhões de páginas foram vistas de segunda a quarta-feira.
        O aplicativo para tablets e celulares também alcançou um recorde. Teve 97 mil visitantes únicos na terça-feira.
        Durante os protestos, as versões digitais da Folha trouxeram vídeos exclusivos mostrando os saques no centro de São Paulo, os bastidores da Prefeitura de São Paulo durante a manifestação de terça e um vídeo aéreo, feito com robô, na concentração paulistana de segunda-feira, no largo da Batata.
        Publicou também artes interativas com as manifestações pelo mundo e com o perfil dos manifestantes, fruto de pesquisa do Datafolha. A Folha foi também o primeiro veículo a noticiar em sua Home a queda da tarifa em São Paulo, na tarde de quarta.

          Tv Paga


          Estado de Minas: 21/06/2013 


          Ednardo canta sucessos


          No Sarau, às 23h30, na Globonews, Chico Pinheiro recebe o cantor Ednardo, autor da música Pavão misterioso, que foi tema de abertura da novela Saramandaia, na versão original de 1976, e volta no remake. Ednardo, que comemora 40 anos de carreira, fala sobre sua trajetória e canta seus maiores sucessos. O cantor faz parte da turma que invadiu a cena musical ainda nos anos 1970 e espalhou pelo Brasil todo o lirismo e alegria das regiões Norte e Nordeste.

          A obra do mestre
          dos quadrinhos


          O Diverso, às 17h30, na TV Brasil, rec1ebe a atriz e cantora Clarice Falcão para falar sobre virais. O programa mostra as informações que repercutem rápido e se disseminam na internet. Um pouco mais tarde, às 20h, a série Profissão cartunista destaca a obra de Will Eisner, papa da história em quadrinhos.

          História de redenção
          no interior do Brasil


          Dois filhos de Francisco é a atração das 20h no FX. No filme, Francisco Camargo (Ângelo Antônio) é um lavrador do interior de Goiás que tem um sonho aparentemente impossível: transformar dois de seus nove filhos em dupla sertaneja. O sonho se torna realidade com Zezé di Camargo & Luciano.

          Acidente muda o
          destino de homem


           Ohio (EUA), 23 de maio de 2004. Começa um típico dia de primavera para o cidadão Dayton Scott Tegtmeyer, que caminha em direção ao Centro da cidade. De repente, algo terrível ocorre. Dois veículos se chocam em um cruzamento e um deles voa na direção dele. Sem tempo para escapar, Scott se torna alvo do carro de mais de uma tonelada. Esse é o tema do documentário que o Nat Geo exibe às 19h.

          Um tema que não
          pode ser esquecido


          O trauma da Segunda Guerra colocou os direitos humanos como questão fundamental, a partir da metade do século 20. E a Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1948, foi um marco. Apesar dos avanços, guerras, diásporas, injustiças, violência, desigualdades sociais, questões étnicas e ligadas aos direitos políticos ainda mantêm o tema na agenda, como destaca hoje, às 14h35, o Sala de notícias, do Futura.

          Amigos decidem
          formar uma milícia


          Ben Stiller, Vince Vaughn, Jonah Hill e Richard Ayoade são os amigos que formam uma milícia para descobrir quem é o autor dos assassinatos que vitimam a vizinhança. A comédia tem Seth Rogen e Evan Goldberg como roteiristas. Vizinhos imediatos de terceiro grau vai ao ar às 22h, no Telecine Premium. 

          João Paulo - Um brado retumbante‏


          Estado de Minas: 21/06/2013 


          O movimento não tem um líder. As passeatas não têm itinerário preciso. As reivindicações mudam de acordo com cada grupo. Os protestos lançam palavras de ordem aos quatro ventos. Tudo parece múltiplo, diverso, plural. Esse foi o primeiro susto dos que não entenderam as mudanças, criticaram o ativismo espontâneo e cobraram que as manifestações seguissem o modelo tradicional e hierárquico, exatamente o mesmo que foi para o espaço com a mobilização da juventude.

          Há, no entanto, lógica em tudo isso. Houve o tempo de esperar a ação dos governos, de criticar as formas viciadas de fazer política, de apostar que o crescimento se traduziria em melhoria das condições de vida de todos, de acreditar na apuração legítima dos casos de corrupção. Houve até a esperança de que os megaeventos esportivos e religiosos deixassem sua cota de méritos na vida das cidades. Para piorar, à primeira movimentação, a incapacidade de a polícia separar democracia de baderna mostrou que não se podia esperar nada vindo das instâncias formais de poder. A paciência se esgotou. A moçada foi para as ruas, passou a se comunicar em linha direta, sem intermediários midiáticos, cortou caminho.

          Se tudo parece apontar para a multiplicidade – de lideranças, propósitos e estratégias –, há no entanto um campo em que a unidade é forte: um país está surgindo das ruas. Um sentimento que, ao buscar seus símbolos, foi capaz de ver na bandeira verde e amarela e ouvir nas velhas notas e versos do Hino Nacional signos que traduziam o mesmo sentimento. Sem pieguice, sem a memória da obrigatoriedade dos juramentos à bandeira ou da música tocada por obrigação em solenidades chatas. Hino e bandeira sem proprietários. Como as ruas, que não são mais as mesmas.

          A família Souza, dos irmãos Herbert, Henfil e Chico Mário, homens que lutaram contra a ditadura civil-militar com arte e inteligência, costumava comemorar os aniversários em casa substituindo o Parabéns pra você pelo Hino Nacional. A cena era tão bonita como verdadeira, como se a fraternidade de sangue ganhasse o tamanho de um país que sofria pela falta de liberdade e se tornasse irmandade pública, que também atende pelo nome de cidadania. Cada festa era uma celebração.

          O povo heroico agora não está nas margens nem do Ipiranga, nem da política, nem da vida. Está soltando seu brado retumbante. E bota retumbante nisso.

          O violonista e compositor Alexandre Gismonti segue a trilha do pai, Egberto, e se prepara para gravar disco pela alemã ECM‏

          O violonista e compositor Alexandre Gismonti segue a trilha do pai, Egberto, e se prepara para gravar disco pela alemã ECM, um dos selos de maior prestígio na cena instrumental 


          Eduardo Tristão Girão

          Estado de Minas: 21/06/2013 

          O violonista e compositor carioca Alexandre Gismonti vai gravar seu primeiro disco solo pela prestigiada gravadora alemã ECM, referência em música instrumental desde os anos 1970. Inegavelmente, contribuiu para esse feito o fato de ser filho de um dos maiores compositores brasileiros vivos, Egberto Gismonti, mas é preciso levar em conta que Manfred Eicher, fundador da empresa, não é um executivo qualquer: se envolve pessoalmente em cada produção e só trabalha com artistas nos quais realmente acredita, tendo forjado a estética conhecida como “ECM sound”.

          Não é pouco. O artista de 32 anos se juntará, no catálogo da gravadora, a lendas internacionais como Anouar Brahem, Pat Metheny, Keith Jarrett, Chick Corea e o próprio Egberto (que tem mais de 30 discos lá), para ficar em apenas cinco nomes. Na verdade, o nome de Alexandre já figura por lá em razão do álbum Saudações (2009): duplo, tem um disco gravado por Egberto com a orquestra Camerata Romeu e outro com pai e filho tocando violão juntos, incluindo uma peça de Alexandre, Chora Antônio.

          “Por causa do disco Saudações, tive contato com a equipe toda da ECM. Em 2009, eu e meu pai fomos fazer concerto na Alemanha, dedicado ao Manfred, que convidou os artistas que mais representavam o gosto dele. Conheci toda a equipe pessoalmente, o que é muito diferente”, conta Alexandre. No ano seguinte, ele saiu em turnê pelo exterior com outros três violonistas pelo projeto International Guitar Night (IGN), tocando praticamente todo dia suas próprias músicas por mais de um mês – o que nunca fez no Brasil.

          Como resultado, três músicas suas foram lançadas no quinto disco do IGN, em 2010, sucedendo Baião de domingo (2009), seu álbum de estreia gravado com Mayo Pamplona (baixo) e Felipe Cotta (percussão). “Ao final desse processo, tinha material enorme e comecei o bate-bola com a ECM. Mandei umas músicas minhas para o Manfred, que é uma ‘espécie em extinção’ pela forma como trabalha. Foi uma proeza ter tocado o gosto dele e motivado a criarmos juntos. Com certeza, muito será transformado com esse trabalho em conjunto”, afirma.

          Será um disco só de violão – ou melhor, violões, todos tocados por Alexandre. Ainda sem título, o trabalho terá 10 ou 12 faixas, com solos, duos, trios e quartetos de violão. O artista viajará este ano para a cidade alemã de Mannheim para iniciar a gravação. “Essa coisa de colocar mais violões é para expressar o que quero, pois as ideias algumas vezes são muitas. Na maioria das vezes, a música que penso já vem acompanhada por outras ideias. É um pensamento mais polifônico, mais grandioso”, justifica.

          Entre as referências do disco, conta ele, estão violonistas do IGN, como o italiano Pino Forastiere, o inglês Clive Carroll e o norte-americano Brian Gore, com quem gravou o disco do projeto. “Muitos deles tocam violão com cordas de aço, que representa outra linguagem, com outras harmonias e afinações, além de técnicas como tapping. Influenciaram-me bastante”, explica. Nas gravações, ele usará exclusivamente cordas de náilon.

          Caminhos

          Um dos seus sonhos, revela Alexandre, é escrever para orquestra: “O trabalho de composição é o que mais gosto de fazer e, para o compositor, um instrumento só é pouco”. Além disso, o violonista também tem admiração pela música popular e, inclusive, tem feito canções com parceiros como Moyseis Marques e Marcos Campelo – não descarta a ideia de lançar um disco com essas músicas. Ele já soltou a voz em alguns de seus shows e, desde o ano passado, estuda canto.

          “Sou apaixonado pela variedade da música brasileira. Tenho composições inspiradas no choro, que já estudei muito. Tenho ascendência nordestina pelo lado da minha mãe e a música de lá também é muito rica. Já fui ouvir choro e chula, por exemplo, e como são estilos que vêm da percussão, adaptar isso para o violão é muito interessante. Cada grande artista é como uma universidade. Gilberto Gil, Baden Powell, Dorival Caymmi, Egberto, Guinga. A lista é interminável”, elogia. Fã do violão mineiro, Alexandre revela uma curiosidade: sua mulher, a atriz Alice Steinbruck, é prima do violonista Thiago Delegado.

          ALEXANDRE EM TRÊS MOMENTOS

          Saudações (2009)
          Intitulado Duetos de violões, o segundo disco de Saudações registra encontro de Egberto e Alexandre no Rio de Janeiro entre abril e maio de 2007. Performances inspiradas dão o tom das 10 faixas. Dos principais trabalhos do pai veio a maioria delas: Lundu, Mestiço & caboclo, Dois violões, Palhaço (solo de Alexandre), Dança dos escravos, Zig zag e Carmen. Inéditas ficam por conta de Chora Antônio (composta pelo jovem violonista) e da faixa-título, que encerra o álbum.

          Baião de domingo (2009)
          Gravado com Mayo Pamplona (baixo) e Felipe Cotta (percussão), o disco expõe a admiração de Alexandre pela música nordestina. De sua autoria, apresenta Arrasta-pé e Forrozinho; entre as reinterpretações há Asa branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e Feira de Mangaio (Sivuca e Glorinha Gadelha). A sonoridade de seu violão reflete a sua formação clássica ao instrumento.
           (Fina Flor/Pacific music marketing/reprodução)


          International Guitar Night V (2010)
          Criado pelo violonista norte-americano Brian Gore, o International Guitar Night promove encontros entre músicos que se dedicam ao instrumento pelo mundo. Convidados por Gore, os músicos se apresentam em diferentes formações, privilegiando a diversidade e o virtuosismo. Este volume conta com Pino Forastiere, Clive Carroll, Alexandre Gismonti e o anfitrião.

          EM FAMÍLIA
          Além da carreira solo, Alexandre Gismonti segue trabalhando com o pai, acompanhando-o em apresentações internacionais. Egberto tem sido procurado para ser tema de documentário e está com vários lançamentos de disco em vista, entre eles um registro de apresentação no Japão que poderá ser seu primeiro DVD. Já a pianista Bianca, irmã de Alexandre, continua trabalhando com a também pianista Claudia Castelo Branco e ultimamente as duas têm trabalhado em torno de canções de Chico César.