quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Raul Juste Lores

folha de são paulo

O elitismo da "compra" do Belas Artes

A campanha dos órfãos do cinema Belas Artes parece que funcionou. A prefeitura estuda desapropriar o velho cinema e transformá-lo em "centro cultural".
O edifício tem a fachada (!!!) tombada, o que dificultava a transformação em espaço comercial.
Certamente é uma campanha impulsionada por cinéfilos muito bem intencionados. Eu mesmo ia lá quase toda semana --e raramente via uma sessão cheia, mesmo nos finais de semana.
Aliás, mesmo depois do seu fechamento, não houve uma superlotação dos diversos outros cinemas "alternativos" na mesma área da cidade. Quem frequenta o Cinesesc, o Cine Livraria Cultura, as dez salas de Reserva Cultural e Espaço Itaú, todas na mesma região do Belas Artes, sabe que a ocupação durante a semana chega a duras penas a 30%. Poltronas vazias são fáceis de se achar nesses lugares mesmo no domingo à noite. A multidão que faz barulho nas redes sociais poderia estar visitando mais as salas para que a sina do Belas não se repita com seus vizinhos.
Cinema cheio em São Paulo você encontra em shopping na temporada do Oscar. Amigos que foram ao Cidade Jardim ver "Amour", o brilhante filme de Michael Haneke que ganhou a Palma de Ouro, relatam que metade da plateia se ocupava com seus celulares mandando torpedos e atualizando o Facebook durante o filme.
Mas, na Cidade Tiradentes, onde moram 220 mil paulistanos, o único grande equipamento cultural é o CEU. Em Heliópolis, 125 mil habitantes, cinema só mesmo o Cine Favela que já usou até paredes do hospital local para as projeções. O dinheiro para se ressuscitar o cinema da rua Consolação seria bastante mais bem-vindo nessas áreas distantes, aonde não há lei Rouanet que convença patrocinadores a descobri-las.
Na periferia, também não existe uma constelação de centros culturais como o da Fiesp, o Itau Cultural, o Masp, o futuro IMS, a galeria do Conjunto Nacional, o Cervantes e afins, todos na Paulista.
Seria uma otima noticia se, em vez de exigir do poder público dinheiro para o seu cinema, os órfãos do Belas Artes criassem uma campanha para reergue-lo sem dinheiro público. Uma associação de amigos, com sócios pagando anuidade, festas anuais para arrecadar fundos, patrocinadores privados --vizinho da Paulista e do futuro bar-restaurante Riviera, não faltaria gente interessada.
Nossa crença é de que dos cofres dos governos o dinheiro jorra sem parar. Mas seria melhor se a frase "a prefeitura deveria pagar x, patrocinar y, reformar z" fosse concatenada com "quero pagar ainda mais impostos para subsidiar x" e esticada até a pergunta "se pagar mais, esse dinheiro será bem gerido/administrado?". Questões importantes antes de qualquer campanha que obrigue o governo a gastar mais. Você quer dobrar o IPTU?
Não sei o que o antigo dono do Belas Artes acha da campanha, mas "estatizar" cinema extinto é inacreditável. Precisa dinheiro da prefeitura para sustentar mais um cinema na Paulista?
O prefeito Fernando Haddad falou corretamente em seu discurso de vitória que São Paulo era uma das cidades mais desiguais do mundo. Patrocinar cineclube no circuito Paulista-Consolação não ajuda a mudar esse quadro.
*
P.S.: Quem precisa de, mais que tombamento, atenção de patrimônio histórico e afins, é o vizinho de frente do Belas Artes, o belo edifício Anchieta. Obra solitária dos cariocas irmãos Roberto em São Paulo, com um terraço/salão de festas com uma vista embasbacante da avenida Paulista. Pioneiros modernos no Brasil, é deles o lindo aeroporto Santos Dumont. Boa arquitetura em São Paulo é tão rara quanto sala de cinema na nossa periferia.
Arquivo pessoal
O jornalista Raul Juste Lores é correspondente da Folha em
Nova York, ex-correspondente em Pequim e Buenos Aires e ex-editor
do caderno 'Mercado', e bolsista da fundação Eisenhower Fellowships. Escreve às quartas-feiras no site. Siga: @rauljustelores

Ler poesia é mais útil para o cérebro que livros de autoajuda, dizem cientistas

folha de são paulo
DE SÃO PAULO

Ler autores clássicos, como Shakespeare, William Wordsworth e T.S. Eliot, estimula a mente e a poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de Liverpool publicado nesta terça-feira (15).
Especialistas em ciência, psicologia e literatura inglesa da universidade monitoraram a atividade cerebral de 30 voluntários que leram primeiro trechos de textos clássicos e depois essas mesmas passagens traduzidas para a "linguagem coloquial".
Reprodução
O poeta Thomas Stearns Eliot
O poeta Thomas Stearns Eliot
Os resultados da pesquisa, antecipados pelo jornal britânico "Daily Telegraph", mostram que a atividade do cérebro "dispara" quando o leitor encontra palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica complexa, mas não reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de uso cotidiano.
Esses estímulos se mantêm durante um tempo, potencializando a atenção do indivíduo, segundo o estudo, que utilizou textos de autores ingleses como Henry Vaughan, John Donne, Elizabeth Barrett Browning e Philip Larkin.
Os especialistas descobriram que a poesia "é mais útil que os livros de autoajuda", já que afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças autobiográficas, e ajuda a refletir sobre eles e entendê-los desde outra perspectiva.
"A poesia não é só uma questão de estilo. A descrição profunda de experiências acrescenta elementos emocionais e biográficos ao conhecimento cognitivo que já possuímos de nossas lembranças", explica o professor David, encarregado de apresentar o estudo.
Após o descobrimento, os especialistas buscam agora compreender como afetaram a atividade cerebral as contínuas revisões de alguns clássicos da literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das obras de Charles Dickens.
Com agências de notícias

A largada que ninguém viu - ROSÂNGELA BITTAR

Valor Econômico - 16/01/2013


Nos momentos finais do ano passado o governo reiterou que as mudanças na sua organização para enfrentar os problemas que se acumularam nos dois primeiros anos de gestão, fazer um eficiente terceiro ano e preparar a campanha da reeleição começariam após a eleição da nova direção do Poder Legislativo, em fevereiro. Os fatos não seguiram as previsões e as transformações estão ocorrendo neste momento.

A melhor percebida é a nova atitude da presidente Dilma Rousseff. Ela assumiu a coordenação política, administrativa e o comando da economia do seu governo. Com o vice-presidente e presidente de honra do PMDB, Michel Temer, faz a articulação com o Congresso. Convoca técnicos e autoridades da gestão para debater problemas que são verdadeiras "bombas" de neve, como o dos apagões de energia. E, com os empresários, recebidos um a um, e não mais em grupos de 30, trata do que considera crucial na economia, hoje: os investimentos privados. Tenta convencê-los que o governo, apesar do bombardeio de críticas à equipe econômica, é crível.

Desde que voltou das férias de fim de ano, Dilma vem marcando audiências para os mais importantes empresários do país. Na quinta-feira reuniu-se com Rubens Ometto, da Cosan, Murilo Ferreira, da Vale, Marcelo Odebrecht, da Odebrecht. No dia seguinte, esteve com Luiz Trabuco, do Bradesco, Rodolpho Tourinho Neto, do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) e ex-ministro de Minas e Energia entre 1999 e 2001, e Bruno Lafont, do Grupo Lafarge, da área de cimento.

Tête-à-tête com empresários já é mudança radical

Hoje estarão na sua agenda os empresários Eike Batista e Jorge Gerdau. Amanhã, Antonio Portela Álvarez, do Isolux Corsán. Por que a presidente tem feito reuniões com cada um, em separado? Porque pediram. Não querem mais ser recebidos em manada, pretendem falar as coisas sem testemunhas, com franqueza, inclusive sem a presença de ministros.

Com eles, a presidente exerce também um papel de ministra da Economia, além do seu próprio. Há uma agenda não escrita do governo para este ano e é para ela que Dilma quer atraí-los. A concessão das rodovias em abril, o leilão de petróleo em maio, depois as iniciativas para ferrovias em junho, o leilão do trem-bala em agosto, os editais dos aeroportos em setembro. Os empresários terão que dizer se querem, como querem, com que interesse enfrentarão as ofertas. Não se chega a exigir uma definição de investimentos, mas especula-se à vontade.

A presidente sabe que sua equipe econômica está desgastada, é alvo de críticas agora até dos economistas mais próximos, um deles verdadeiro conselheiro-mor dos governos Lula e Dilma, o ex-ministro Delfim Neto. Por isso está se apresentando pessoalmente a estas conversas mesmo que eventuais trocas de ministros fiquem realmente para depois.

Em artigo publicado ontem no Valor, Delfim usou adjetivos fortes para se referir ao expediente usado pelo Tesouro Nacional para fazer um superavit forçado no fim do ano. Qualificou a "contabilidade criativa" e seus feiticeiros como "deplorável", "alquimia", "truques contábeis", "esperteza", "quebra de seriedade", "custo devastador", "gases venenosos".

Há quem afirme que suas críticas se dirigem só ao secretário do Tesouro, Arno Augustin, hoje ministro interino da Fazenda - o titular está em férias. Não importa. Embora artífice, Augustin não leva sozinho o ônus, Mantega, inclusive, assumiu a condução da manobra e a justificou plenamente.

O recado de Delfim desgastou publicamente um integrante do grupo dos cinco homens fortes de segundo escalão que atuam como braços da presidente, o secretário do Tesouro, Arno Augustin. Em alguma medida, o petardo atinge um dos economistas prediletos da presidente Dilma, também do grupo dos cinco: Nelson Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Nos debates internos do governo, Barbosa é o principal defensor da redução do superávit primário e do aumento do gasto público como ferramenta para estimular o crescimento da economia, o que a manobra radical do ano passado teria em vista.

Até onde as informações já circularam neste início de ano, o núcleo duro da assessoria de Dilma está vulnerável não apenas nesse, mas em outros flancos. Deixou a Casa Civil da Presidência o superassessor Beto Vasconcelos, que fazia dobradinha com Arno nas reuniões que discutiram os editais de concessões, sendo ambos porta-vozes radicais do PT e irascíveis no trato com os empresários. Beto disse a amigos que está saindo para um projeto acadêmico, mas outros interlocutores atribuem seu afastamento à oportunidade de curar-se de um excessivo desgaste.

A coordenação da política econômica, exercida pessoalmente pela presidente, tem também a função de suprir as lacunas surgidas nessa instância de discussões em esfacelamento.

No grupo dos homens de ouro está Bernardo Figueiredo, presidente da EPL, a empresa de planejamento e logística, fortíssimo condutor da maioria dos processos de concessões. Alvejado por denúncias, na virada do ano, encolheu-se um pouco até passar a onda, e foi, do chamado grupo dos cinco, quem mais conseguiu se preservar até o momento. Pois em tempo recorde foi destruída a reputação de Luís Inácio Adams, o advogado-geral da União, mentor de todos os processos jurídicos do governo, candidato número um a uma indicação da presidente para vaga no Supremo Tribunal Federal, abatido por ligações com o número dois da AGU, José Weber Holanda, envolvido no escândalo de tráfico de influência no governo em associação com a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha.

Além desses acontecimentos não esperados, que estão se antecipando ao dia D das mudanças, há os velhos calcanhares que, esses sim, podem ficar para quando o carnaval passar. O caso do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, continua na agenda. Ele pode sair por razões de saúde, ou, como tem admitido, para preparar-se para disputar o governo do Maranhão - embora já tenha se recusado a sair para ser eleito presidente do Senado, mas há gosto para tudo. E as outras zonas de instabilidade de sempre que, ora diz-se que nelas a presidente vai mexer, ora que apenas vai sobrepor eficiência às tarefas atribuídas aos inoperantes históricos do governo. O estilo presidencial pode até atiçar um fogo brando, mas a fritura está na praça.

Um segundo de distração - MARTHA MEDEIROS

ZERO HORA - 16/01/2013


Peguei um táxi rumo ao aeroporto e antes mesmo de percorrer cem metros percebi que o motorista estava com sua atenção voltada para qualquer outro lugar, menos para o que acontecia diante do volante, já que enviou uma mensagem pelo celular em meio ao trânsito.

Resolvida sua emergência, recolocou o aparelho no bolso da camisa e, quando achei que iríamos tranquilos até o nosso destino, ele começou a procurar algo no porta-luvas, primeiro só através do tato, mirando em frente enquanto dirigia, até que resolveu dar uma espiada lá dentro. Foi quando se deu o estrondo. Nossa, que susto. Metade do carro estava em cima da calçada. Por sorte, não havia um poste e tampouco algum pedestre caminhando por ali.

Ele subiu o cordão e estourou os dois pneus do lado direito, o dianteiro e o traseiro. Mal havia começado seu turno de trabalho e o dia, para ele, já estava perdido. Saí do veículo, pedi para retirar minha mala, e ele, avexado com a situação, providenciou outro táxi para me levar ao aeroporto – mas cobrou a corrida até ali, e paguei, porque me deu pena daquele mané, mesmo ele tendo feito tanta gente correr risco sem necessidade. O que ele procurava de tão importante naquele porta-luvas que não poderia esperar um sinal fechar? Mané.

Ao dirigir, estamos constantemente sendo atraídos por coisas diversas: a bolsa que caiu do banco durante uma travada, a troca da faixa de música, o cabelo que está sobre os olhos e o retrovisor ajuda a ajeitar, o cartaz de promoção em frente ao supermercado, o isqueiro perdido no porta-luvas – ah, o porta-luvas. Tudo convida a um segundo fatal de distração.

Eu faço muito disso também. Não há quem consiga guiar vidrado, rígido, sem piscar nem virar o pescoço um segundinho. Digo mais: eu nem deveria dar carona para pessoas que vejo pouco e que exigem atualização da conversa durante o trajeto, pois isso também me tira a concentração. E não me aponte o dedo, somos muitos: outro dia fui levada a passear por uma amiga que não via há anos, tínhamos milhões de assuntos pendentes e, enquanto conversávamos, ela cometeu um bom número de barbeiragens. Ao chegarmos a sua casa, assumiu: “Sou boa pilota só quando estou sozinha”. Nem precisava explicar. Almas gêmeas.

Se você também está se reconhecendo, anote: somos todos manés. Podemos causar acidentes sérios, podemos matar e morrer só porque demos uma espiada para checar se havia luz na janela do apartamento de um amigo e não percebemos que o motorista da frente freou de repente. Bum.

Estando com o carro em movimento, nada de celular, nada de passar batom, nada de juntar o que caiu no chão, nada de espiar a vizinhança, nada de procurar bobagens no porta-luvas, nada de conferir vitrines com o olho espichado, nada de paquerar quem está caminhando na calçada. Dois pneus furados são uma chatice, mas o taxista deveria comemorar o saldo daquela sua distração, e eu também. Basta um segundo, e o “em frente” pode deixar de existir. 

Frei Betto - Prioridades do dinheiro‏

Da vida em outros planetas ao aumento da longevidade do homem, os donos do mundo estudam como farão para lucrar 

Frei Betto
Estado de Minas: 16/01/2013 
Parem o mundo que eu quero descer! Os donos do planeta enlouqueceram ou não entendo bem o que propõem? De 22 a 27 de janeiro, o Fórum Econômico Mundial de Davos, na bucólica Suíça, reunirá empresários, banqueiros e outros donos do dinheiro que parecem não dar a mínima para a crise econômica na Europa (18 milhões de desempregados!). É compreensível, hoje recursos públicos salvam bancos privados!

 Os donos do mundo centram suas atenções no que qualificam de fatores X – questões que os respeitáveis senhores e senhoras consideram prioritárias e que, se não forem encaradas com seriedade, podem desestabilizar a atual “ordem” mundial. O relatório anual sobre os riscos globais, publicado duas semanas antes do encontro de Davos, teve colaboração da revista científica Nature na análise dos fatores X. Vamos a eles.

O primeiro, a possível descoberta de que há vida inteligente fora deste nosso planetinha desgraçadamente afetado pelas ambições do capital. Com o ritmo da exploração do espaço nas últimas décadas, diz o documento preparatório de Davos, é possível considerar que a humanidade pode descobrir vida em outros planetas. A maior preocupação seria sobre os efeitos nos investimentos em ciência, e a própria imagem do ser humano.

Supondo que seja encontrado um novo lar em potencial para a humanidade ou a existência de vida em nosso sistema solar, a pesquisa científica teria que deslocar grandes investimentos para a robótica e missões espaciais. Além disso, as implicações filosóficas e psicológicas da descoberta de vida extraterrestre seriam profundas, desafiando crenças das religiões e da filosofia humana. Por meio de educação e campanhas de alerta, o público poderia se preparar melhor para as consequências desse processo, sugere o fórum.

No início de 2013, dados coletados pelo observatório espacial Kepler, monitorado pela Nasa, indicam que só a nossa galáxia, a Via Láctea – com pelo menos 100 bilhões de estrelas ou sóis –, teria 17 bilhões de planetas rochosos, com tamanho entre 0,8 e 1,2 o da Terra. Pode ser que um ou mais estejam orbitando suas estrelas à distância adequada para o surgimento de vida.

Atrás dessa retórica “humanista” se esconde o projeto de loteamento do cosmo. Haja fome de lucros! Eu, que sou crédulo, acredito em vida extraterrestre. Creio mesmo que nossos vizinhos já se aproximaram, mas ao captar nossas emissões televisivas concluíram que na Terra não há vida inteligente.

O segundo fator X é o avanço cognitivo do cérebro humano pelo uso de estimulantes. Segundo o documento de Davos, há o temor de que no futuro as pessoas abusem da tecnociência, que permite turbinar o desempenho no trabalho e nos estudos. A química fará de nós robôs ultraeficientes.

 O esforço dos cientistas para tratar doenças como Alzheimer ou esquizofrenia leva a crer que, no futuro não muito distante, pesquisadores identificarão substâncias que permitam melhorar os estimulantes de hoje, como a Ritalina. Apesar de prescritos a pessoas com doenças neurológicas, esses remédios seriam usados no dia a dia. O avanço poderia também vir de hardwares, diz o relatório. Estudos mostram que a estimulação elétrica pode favorecer a memória. Diante disso, seria ético aceitar o mundo dividido entre os que tiveram oportunidade de ter a parte cognitiva reforçada e os que não tiveram, indaga o documento. Haveria, ainda, o risco de esse avanço dar errado.

O terceiro fator X é o uso descontrolado de tecnologias para conter as mudanças climáticas, que acabariam afetando ainda mais o equilíbrio ecológico. Apesar de as ameaças de mudanças climáticas serem conhecidas, o relatório indaga também se já passamos de um ponto dramático de não retorno. Dados indicam que nosso planeta já perdeu ao menos 30% de sua capacidade de autorregeneração.

 O quarto, são os custos de os seres humanos viverem muito mais tempo, após a idade laboral. Os países não têm se preparado para os altos custos que a velhice, hoje qualificada de terceira idade, implica, e com a massa de pessoas que sofrerão de doenças como artrite e demências. A medicina do século 20 avançou muito nas descobertas relativas às doenças genéticas, decifrando o genoma humano. São esperados ainda mais avanços no tratamento de doenças do coração e do câncer.

 O documento preocupa-se com o impacto na sociedade de uma camada da população que conseguirá prever e, portanto, evitar as causas mais comuns de morte hoje, mas com deterioração da qualidade de vida: velhos longevos, ociosos e dependentes. Mais pesquisas seriam necessárias para encontrar soluções para essas condições, hoje consideradas crônicas.

 Por trás de tudo isso, um objetivo prioritário desses senhores e senhoras: onde investir nosso dinheiro, de modo a multiplicá-lo tanto quanto as estrelas do céu e as areias das praias e do mar.

Quadrinhos

FOLHA DE SÃO PAULO

PIRATAS DO TIETÊ      LAERTE

LAERTE
DAIQUIRI      CACO GALHARDO
CACO GALHARDO
DAIQUIRI      CACO GALHARDO

CACO GALHARDO
NÍQUEL NÁUSEA      FERNANDO GONSALES
FERNANDO GONSALES
MUNDO MONSTRO      ADÃO ITURRUSGARAI

ADÃO ITURRUSGARAI
BIFALAND, A CIDADE MALDITA      ALLAN SIEBER

ALLAN SIEBER
MALVADOS      ANDRÉ DAHMER

ANDRÉ DAHMER
GARFIELD      JIM DAVIS

JIM DAVIS

HORA DO CAFÉ      ALVES
alves

FERNANDO BRANT » Stanislaw Ponte Preta



Estado de Minas: 16/01/2013 
Enquanto degusto a maçã verde que separei para o fim da tarde desse calmo janeiro, penso no cronista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, que faria 90 anos na última sexta-feira. Não foi muito lembrada essa data, ao contrário dos justos festejos dedicados ao centenário de Rubem Braga.

Cada um teve sua importância e seus escritos estão aí para comprovar. Eles andavam esquecidos, no limbo dos sebos, longe das luzes das livrarias, hoje obcecadas na exposição da mediocridade mundial. Mas há promessa de relançamentos dos dois autores, cada um mestre à sua maneira. E isso é uma boa notícia, principalmente para os que não conviveram com a obra deles.
Era mastigando suas goiabinhas no quintal da Tia Zulmira que o Lalau, ao longo de alguns anos, até 1967, tratou com humor afiado o cotidiano do Brasil. Suas crônicas em jornal carioca, que chegavam até nós pelos diários mineiros, eram primorosas ao desmascarar a falsidade, o conservadorismo e as peripécias dos homens públicos da época.

Era um grande gozador. Sua maior criação, atual ainda, foi o Festival de Besteiras que Assola o País, o Febeapá. Ali, desde o político mais modesto das pequenas cidades brasileiras até os grandalhões da cena nacional, quem falasse ou fizesse besteira era objeto de sua crítica ferina.

E como o ridículo é um atributo da vida cultural e política do Brasil (e do mundo) que sempre se realimenta, ele nunca padeceu por falta de assunto.

Era uma diversão, para o adolescente mineiro do início dos anos 60, acordar e tomar café lendo o Lalau, o Antônio Maria, o Nelson Rodrigues e A vida como ela é ou À sombra das chuteiras imortais. Apesar da qualidade dos jornais e jornalistas da cidade, as sucursais dos matutinos cariocas faziam uma concorrência boa para os leitores.

Assim, as histórias das noites do Rio, plenas de boemia e da música que prenunciava a bossa nova, tomavam conta de nossa imaginação. E os cronistas transmitiam aquele mundo glamouroso. Sua participação era tão intensa, que muitos deles se foram cedo, surpreendidos por seus corações em pleno voo noturno.

Quando cheguei ao Rio, em 1967, para assumir um lugar na canção brasileira com meu amigo Bituca, sentado na areia da praia e contemplando o mar, ouvi no rádio a notícia da morte de Sérgio Stanislaw. Não tinha completado 45 anos. 
Gosto de reler as coisas que escreveu. Palavras leves e cheias de humor que não se desgastam com o tempo. Tia Zulmira, Primo Altamirando e as certinhas do Lalau fazem parte de um tempo aparentemente mais inocente e menos agressivo. Sei não. As lentes da lembrança, principalmente as do tempo da juventude, costumam ser míopes.

A terra continua a girar da mesma forma que sempre rodou, ao redor do Sol. Há sempre coisas boas e ruins. Pessoas boas e merecedoras de afeto. E outras que nada valem. Escolho o meu lado e sigo em frente.

EL NIñO » Garoto incompreensível - Max Miliano Mello‏


Estado de Minas: 16/01/2013 

Brasília – O El Niño, nome em espanhol que significa “o garoto”, é um fenômeno meteorológico que ocorre no Oceano Pacífico, especialmente em sua porção Sul. O súbito e intenso aquecimento que ele causa nas águas do oceano provoca inúmeros problemas, desde furacões e tufões no Sudeste asiático até inundações e ondas de calor recorde no Brasil. Uma pesquisa divulgada na revista científica Science mostra que o fenômeno está fora de controle. Segundo os pesquisadores da Universidade Georgia Tech, nos Estados Unidos, é impossível prever com que intensidade o El Niño vai se manifestar nos próximos anos e se, de alguma forma, as mudanças climáticas vão influenciá-lo.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram 
7 mil anos de história climática por meio do estudo de corais que, após se quebrarem e se desprenderem dos recifes, foram levados pelas correntezas para as praias das ilhas Christmas e Fanning, no Pacífico Sul. “Nós olhamos para a variabilidade de longo prazo do El Niño nos modelos climáticos e questionamos como ele se compara com a variabilidade de longo prazo do fenômeno no mundo real”, explica a pesquisadora Kim Cobb, líder do estudo, que comparou os registros dos fósseis e os dados climáticos desde a segunda metade do século 20, quando eles se tornaram mais elaborados, com os modelos teóricos concebidos até agora para prever como o garoto terrível se comporta.
Segundo os dados colhidos, os novos corais, formados no século 20, retratam que as variações do El Niño são significativamente mais intensas hoje do que as de tempos passados. Contudo, quando ampliada a janela de tempo analisada, são verificadas também grandes variações na intensidade do fenômeno. Assim, não fica claro se os furacões cada vez mais violentos na América Central, as cheias na América do Sul e o calor intenso do Brasil estão aumentando por causa das mudanças climáticas ou se esse seria um fenômeno natural.
Diferentemente do que preveem a grande maioria das teorias, o El Niño – também conhecido com Enso, na sigla em inglês, ou Oscilação Sul – aparentemente não manteve qualquer padrão nos últimos sete mil anos. Kim e sua equipe detectaram um aumento modesto, mas estatisticamente pouco significativo, na força do fenômeno durante o século 20. Há possibilidade de essa variação estar relacionada com as alterações climáticas causadas pelo homem. No entanto, a reconstrução coral mostra um nível ainda mais elevado de força do El Niño há 400 anos, embora sua duração tenha sido mais curta. “Quando observamos o nível de variação, vemos que o século 20 não foi sem precedentes”, afirma a cientista. “As variações do século 20 não se destacam, estatisticamente, como sendo maiores do que as da linha de base dos corais fósseis, ou seja, as mais antigas”, completa. 

Revelações A escolha por estudar a história climática por meio dos corais não foi casual. “Corais fósseis são os reis da reconstrução do El Niño”, afirma a pesquisadora. Esses cnidários – além dos corais, integram esse grupo de animais do mar as águas-vivas e as anêmonas-do-mar – se agregam em grandes recifes nos quais são unidos por esqueletos externos de calcário. A estrutura química e a velocidade de crescimento dos exoesqueletos, conservados por milhares de anos, revelam dados como a temperatura dos oceanos e a salinidade das águas no passado, fatores que são diretamente influenciados pelo El Niño. 
Os pesquisadores coletaram amostras de coral por perfuração em maciços localizados em praias das ilhas do Pacífico. O material foi depositado nesses locais pela ação de fortes tempestades ou tsunamis. Kim e sua equipe estudaram 17 desses núcleos, de diferentes comprimentos e idades, recuperados de praias nas ilhas Christmas e Fanning, que fazem parte do cinturão de Ilhas no meio do Pacífico, região considerada privilegiada para esse tipo de pesquisa.
A vantagem é que os corais dessas localidades cresceram em uma região próxima o bastante do centro do fenômeno climático para terem sido afetados, mas longe demais para terem sido destruídos pelos anos em que as temperaturas subiram exageradamente – eles tendem a morrer em águas muito quentes. “Os corais crescem no coração da região do El Niño e fornecem um nível muito elevado de detalhes”, completa a especialista da Universidade Georgia Tech.
A pesquisadora lembra ainda que compreender as variações do El Niño é uma forma importante de prever as mudanças climáticas em nível global, já que todo o clima do planeta é interligado. “O El Niño é algo sobre o qual as pessoas querem saber quando reconstroem mudanças climáticas passadas em um local específico”, diz Kim Cobb. “Nossos dados fornecem uma referência para a magnitude das mudanças do El Niño, e permitem que os pesquisadores investiguem as causas das alterações climáticas passadas.”

CIÊNCIA » Isolamento quebrado há 4 mil anos‏

Austrália recebeu migrantes indianos muito antes de os europeus se estabelecerem na Oceania, diz estudo divulgado por pesquisadores alemães de antropologia evolutiva 

Estado de Minas: 16/01/2013 


Sidney – Indianos antigos migraram para a Austrália e se misturaram aos aborígenes há 4 mil anos, levando o ancestral do dingo com eles, de acordo com uma nova pesquisa que reavalia o longo isolamento do continente antes da colonização europeia. O dingo selvagem (Canis dingo) faz parte de uma espécie de lenda australiana, junto com os cangurus, mas muitas vezes esse animal é tratado como uma praga, que ataca ovelhas e gado. Acreditava-se que o vasto continente no Hemisfério Sul havia sido privado do convívio com outras populações até o desembarque dos europeus no final do século 18, mas as últimas evidências genéticas e arqueológicas invalidam essa teoria. 
Pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig, na Alemanha, relataram “evidências de fluxo gênico substancial entre as populações da Índia e da Austrália cerca de 4 mil anos atrás”. Eles analisaram variações genéticas de todo o genoma de aborígenes australianos a moradores de Nova Guiné, do Sudeste asiático e dos indianos, incluindo dravidianos do Sul. “A visão predominante é de que, até a chegada dos europeus, no final do século 18, havia pouco – ou não havia – contato entre a Austrália e o resto do mundo”, observou o estudo divulgado ontem.
No entanto, a análise de dados de todo o genoma forneceu uma "assinatura significativa de fluxo gênico da Índia para a Austrália que nós datamos de aproximadamente 4.230 anos atrás", ou 141 gerações. “Muito antes de os europeus se estabelecerem na Austrália, humanos haviam migrado do subcontinente indiano para a Austrália e se misturado aos aborígenes australianos”, disse o estudo.
“Curiosamente, a data coincide com muitas alterações no registro arqueológico da Austrália, que incluem uma mudança repentina nas técnicas de cultivo e ferramentas de pedra, e também com a primeira aparição do dingo no registro de fósseis”, comentou a pesquisadora Irina Pugach.
O estudo explica que, apesar de o DNA do dingo parecer ter sua origem no Sudeste asiático, morfologicamente o animal se assemelha mais a cães indianos. “O fato de detectarmos um fluxo de entrada substancial de genes da Índia para a Austrália, nessa época sugere que todas essas mudanças na Austrália podem estar relacionadas a essa migração”, acrescentou Irina. 
Os dingos percorrem os campos australianos, caçando sozinhos ou em bandos, e se comunicam por uivos similares aos dos lobos. Acredita-se que o termo dingo tenha sido cunhado pelos primeiros colonos a partir de uma palavra aborígene com som similar que significava um cão domesticado. 

ROTA AFRICANA
 Também foi descoberta uma origem comum entre as populações da Austrália, Nova Guiné e Filipinas, que seguiram uma rota de migração em direção ao sul para fora da África há mais de 40 mil anos. Os pesquisadores estimam que os grupos se separaram há cerca de 36 mil anos, quando a Austrália e a Nova Guiné formavam apenas uma massa de terra. “Fora da África, os aborígenes australianos são a mais velha população contínua no mundo”, disse Pugach, que é antropóloga molecular. A Austrália oferece algumas das primeiras evidências arqueológicas da presença de seres humanos fora da África, com sítios datados de pelo menos 45 mil anos atrás.

Parto ao vivo

Um santuário de primatas na África do Sul anunciou ontem que vai transmitir ao vivo o nascimento de um pequeno chimpanzé pela internet. A filial sul-africana do Instituto Americano Jane Goodall, com base em Nelspruit, vai transmitir ao vivo o parto de Nina, uma chimpanzé de nove anos que foi salva de caçadores no Sul do Sudão em 2007. Já on-line em http://lite.wildearth.tv/chimp-eden-nina-cam, as imagens mostram Nina deitada em bambu ou brincando com uma bola. Ela pula de vez em quando em poleiros ao redor da gaiola, fora do raio da câmera. Ela será 
uma mãe muito jovem – geralmente chimpanzés se reproduzem aos 15 anos. Ela deve dar à luz nos próximos dias.

Nina Horta

FOLHA DE SÃO PAULO

A saga de Hobsbawm e sua canja
A sopa escocesa com a qual alimentamos o historiador era para levantar do chão um vencido na guerra
Fui colocar a leitura do blog da "minha" Companhia das Letras em dia (www.blogdacompanhia.com.br)-o melhor dos blogs do gênero- quando dou com meu nome justamente no post do patrão, Luiz Schwarcz. Oh, céus! Lembrem-se, sou a cozinheira da editora. O primeiro livro de panelas que saiu de lá foi o "Não é Sopa", de 1995. A menção, ainda bem, era carinhosa.
A história que Schwarcz conta é que quando Eric Hobsbawm [1917-2012] e sua mulher, Marlene, aproveitavam a estadia no Brasil, o historiador comeu algo que lhe fez mal.
"Após sua palestra no Masp lotado, havíamos programado um jantar em casa. Pedimos a nossa amiga e autora Nina Horta que preparasse uma canja para que Eric pudesse melhorar e manter a viagem a Brasília no dia seguinte, quando seria recebido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso."
E continua: "Nina preparou a melhor canja que já comi condimentada com lindas ameixas! Mesmo assim, Eric aguentou firme e cedo na manhã seguinte nos encontramos no aeroporto de Congonhas".
O problema foram as ameixas que, sabidamente, soltam o intestino. Ah, Luiz, mas você não sabe o tanto que ia por trás daquelas ameixas! O último estrangeiro que gostou de canja foi o presidente Theodore Roosevelt e assim mesmo tinha que ser feita com macuco.
Caprichei, como das outras vezes. Geralmente, eu lia o livro inteiro a ser lançado pelo comilão da vez. Consegui atravessar em uma noite o "Não há Silêncio que Não Termine" (ed. Companhia das Letras), da ex-prisioneira das Farc Ingrid Betancourt. Ela sonhava durante toda a prisão com frutas frescas. Preparamos para ela um enorme cesto de frutas brasileiras. E sempre corria o boato de que Chico Buarque gostava de arroz-doce, e caprichávamos na canela formando um C sobre o arroz.
Uma autora chinesa veio com a mãe e ficamos com medo de que a senhora se assustasse com a comida brasileira, mas já estava aqui havia uns três dias, indo sem problemas do charque ao dendê. Acho que caprichamos numa feijoada, mas fomos encontrá-la na UTI da própria casa dos Schwarcz, afinal vencida pela força da nossa culinária.
Voltemos à canja do Hobsbawm. Li a biografia dele, "Tempos Interessantes" (ed. Companhia das Letras). Aprendi que amava escoteiros, jazz e livros. Nem uma palavra sobre comida em tempos de racionamento. Uma comida da Europa Central, de mãe, era o que o sustentaria melhor.
Fiz um "cock-a-leekie", uma receita de sobrevivência na Europa antiga. Precisava de um galo velho ou um frango capão, 1 kg de carne de segunda, 200 g de ameixas e 1 ½ kg de alho-poró. Fazer um caldo até derreter as carnes e juntar por 15 minutos o alho-poró e as ameixas sem caroço.
Essa sopa escocesa com a qual alimentamos Hobsbawm era para levantar do chão um vencido na guerra. Não foi apesar dela que o historiador se comportou bem com o presidente no dia seguinte. Foi por causa dela. Novo em folha, alimentado por um "cock-a-leekie" de mãe judia de não botar defeito.

    Silêncio insalubre - Bruna Sensêve‏

    Cerca de 45% dos homens enfrentam dificuldade em ter ereção e escondem o problema. Distúrbio pode ser sintoma inicial de doenças graves 


    Bruna Sensêve
    Estado de Minas: 16/01/2013 


    O primeiro medicamento oral para tratar a disfunção erétil foi aprovado em 1998 pela Food and Drug Administration (FDA), a agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos. E causou impacto tão grande para os homens quanto a pílula anticoncepcional para as mulheres. Ganhou o apelido de diamante azul e pelo menos quatro similares no Brasil. Ainda assim, não foi capaz de ampliar o debate aos cuidados acerca da disfunção erétil. Uma década e meia depois do lançamento de um dos remédios mais famosos da história, a grande maioria dos homens continua sofrendo calada com os problemas. Urologistas estimam que 90% dos que sofrem de disfunção erétil preferem não procurar um médico e nem mesmo conversar com a companheira sobre o assunto.

    Segundo o urologista Alain Dutra, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, o homem tem muita dificuldade em lidar com algo que ele considera equivocadamente ser uma vulnerabilidade ou até mesmo a falta de virilidade. Até os 40 anos, a principal causa do problema tem origem psicológica, mas, a partir daí a questão passa a ser, na maioria dos casos, orgânica (veja infografia). De acordo com pesquisa feita pelo Projeto Sexualidade, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), dos quase 3 mil brasileiros analisados em 18 capitais, 45,1% apresentaram diferentes graus de disfunção erétil. 

    De acordo com Luis Henrique Leonardo Pereira, urologista especializado em tratamentos para disfunções sexuais masculinas, femininas e de casal, e coordenador do Grupo de Andrologia de Florianópolis, de forma geral, a primeira dificuldade enfrentada pelos brasileiros é reconhecer a existência do problema. “Eles têm vergonha de se expor e dificultam o tratamento, têm uma autoestima mais baixa, afetando seus relacionamentos e até mesmo o rendimento no trabalho”, avalia.
     Para que haja a ereção, primeiro surge o desejo sexual, que é transmitido do cérebro ao nervo peniano, responsável por abrir a artéria peniana e preencher o órgão com sangue, deixando-o ereto e rígido. Homens com colesterol alto, diabéticos ou obesos podem fazer com que essa artéria se entupa, impedindo a passagem regular do sangue. 

    “A disfunção erétil é um indicador de um problema de saúde que está se instalando. Grande parte dos pacientes que infartam ou que têm um derrame está há algum tempo com dificuldade de ereção. Eles, no entanto, não consideram um problema de saúde porque acham que, assim, estariam ficando menos homens.”

    Efeito colateral Na contramão da resistência, a medicina caminha para tratamentos cada vez menos agressivos. O urologista Luis Henrique é o responsável pela criação do spray sublingual, uma opção mais moderna de tratamento contra a disfunção erétil em que a medicação borrifada na boca cai direto na corrente sanguínea. Antes dele e dos comprimidos vasodilatadores, a única saída era uma injeção peniana, aplicada poucos minutos antes da relação e que assustava muitos pacientes. No caso do tratamento sublingual, só de não precisar ser metabolizada pelo fígado, a quantidade de medicamento usado cai para apenas 10% do aplicado em comprimidos, causando, consequentemente, menos efeitos colaterais, como queda de pressão, rubor e dores de cabeça. 
    O maior inimigo dos tratamentos, porém, está em um fator muito distante dos efeitos colaterais. De acordo com o Centro de Referência em Saúde do Homem em São Paulo, 20% deles usam os estimulantes sexuais inadequadamente. O desejo de melhorar o desempenho leva jovens de 20 a 35 anos a ingerirem medicamentos para a disfunção sem indicação médica. Os especialistas alertam que a medicação não funciona de forma instantânea e muito menos mágica. O usuário sem problema de ereção não terá o desempenho aumentado, mas corre o risco de sofrer dores de cabeça e musculares, diarreia, alergias, visão dupla e, em situações mais graves, cegueira. A ingestão não indicada também pode causar dependência psicológica, levando muitas vezes o paciente que não tinha o problema a desenvolvê-lo devido à ausência do medicamento.

    TV PAGA


    Estado de Minas: 16/01/2013 
    Cinema do mundo

    A Mostra Internacional de Cinema na Cultura sempre apresenta filmes de qualidade, muitos deles produzidos na Europa. Hoje, às 22h, será exibido o drama A cidade abaixo (foto), dirigido pelo alemão Christoph Hochhäusler. A trama: um homem e uma mulher se encontram em uma galeria de arte e compartilham um momento fugaz de atração, mas nenhum deles toma iniciativa. Dias depois, os dois estranhos (ambos casados) se encontram por acaso, resolvem tomar um café juntos e brincam com o inexplicável fascínio que sentem um pelo outro. Svenja está em um quarto de hotel com Roland, mas não consegue consumar o caso. Roland é um poderoso executivo do banco onde o marido de Svenja trabalha e arquiteta a transferência dele para a Indonésia. Sem saber das ações de Roland, Svenja deixa de resistir.

    Drama, ação e humor  no pacotão de filmes

    Na mesma faixa das 22h, o assinante tem mais 12 opções: Simples mortais, no Canal Brasil; Noite de ano-novo, na HBO; Atraídos pelo crime, na HBO2; Amizade colorida, no Max HD; Código de honra, no Max Prime; 127 horas, no Telecine Touch; Mar de fogo, no Megapix; Watchmen – O filme, no FX; 3000 milhas para o inferno, na TNT; Um jogo de vida ou morte, no AXN; O massacre da serra elétrica, na MGM; e ET – O extraterrestre, no TCM. Outros destaques da programação: Eu, meu irmão e nossa namorada, às 21h, no Comedy Central; e Residente evil 3: A extinção, às 21h55, 
    no Universal.

    +Globosat estreia hoje série policial britânica

    Estreia hoje, às 22h, no +Globosat, a série policial Inspector George Gently. Baseada no romance de Alan Hunter, a produção se passa na Inglaterra da década de 1960 e acompanha o trabalho do inspetor George Gently e do detetive John Bacchus. 
    Para além da investigação de crimes e do retrato de seu ambiente de trabalho, fica evidente o entrosamento 
    da dupla também nos momentos de lazer.

    Série do History caça pistas de alienígenas 

    A Semana do desconhecido continua no canal History, com mais dois episódios inéditos da série Alienígenas do passado. Às 22h, “O mistério de Puma Punku” mostra os estudos das ruínas bolivianas consideradas as mais antigas e enigmáticas construções sobre a face 
    da Terra, com cerca de  14 mil anos. Às 23h é a vez  de “Alienígenas e megadesastres”, que investiga se extraterrestres teriam alguma participação nas grandes catástrofes naturais do mundo antigo. 

    Snowboarder encara qualquer pico nevado

    No canal Off, às 20h30, estreia a série Deeper, que vai seguir Jeremy Jones, um dos maiores snowboarders do mundo, em busca de montanhas virgens para a prática da modalidade, do Alasca à Califórnia, até a Suíça e França.  Às 23h, a emissora exibe 
    o documentário Latitudes,  em que atletas de mountain bike mostram que quanto maior é sua paixão pelo esporte, menor seu mundo 
    se torna. 

    Conservar bens históricos é obrigação de toda a sociedade

    FOLHA DE SÃO PAULO

    ANÁLISE
    FERNANDO SERAPIÃOESPECIAL PARA A FOLHAO Copan é modelo de concentração urbana: cerca de 5.000 moradores de diferentes classes sociais dividem 1.160 unidades e só 500 vagas de garagem, em terreno equivalente a um campo de futebol.
    Se todos na cidade vivessem assim, ela necessitaria de uma área equivalente a dez Ibirapueras e teria uma frota de carros sete vezes menor.
    Se essas virtudes já não bastassem, ele é um símbolo paulistano protegido pelo patrimônio histórico, e fruto da prancheta de Oscar Niemeyer.
    Provavelmente, a maioria dos paulistanos nunca entrou nos apartamentos; sua relação com o Copan é estabelecida pela fachada sinuosa, marcada por elementos horizontais e revestida por minúsculas pastilhas de porcelana branca, que estão caindo.
    Como esse material é caro, se fosse um prédio qualquer, provavelmente os moradores optariam por uma troca vulgar. E como um bem privado, o custo deveria ser partilhado pelos proprietários.
    Contudo, dado o caráter simbólico, é razoável utilizar, por exemplo, leis de incentivos culturais ou um artifício da Lei Cidade Limpa que permite usar a verba publicitária de uma marca estampada na tela de proteção da obra.
    A burocracia empacou o processo, mas a ideia poderá funcionar no Copan, que tem fachada mamute e grande visibilidade. Mas e em um edifício de importância histórica pequeno e em local ermo?
    Existe ainda a isenção de IPTU após via-crúcis burocrática. De toda forma, é urgente desburocratizar leis que ajudem a conservar esses edifícios. Afinal, a mesma sociedade que protege bens históricos deve arcar com a conservação.
    FERNANDO SERAPIÃO é crítico de arquitetura e editor da revista "Monolito"

      Justiça reconhece morte de Eliza Samudio

      folha de são paulo

      Juíza manda expedir certidão de óbito
      LUIZA BANDEIRADE BELO HORIZONTEA Justiça de Minas Gerais determinou que seja feita uma certidão de óbito para Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. A decisão, de sexta-feira, foi publicada ontem.
      Com a decisão, a Justiça reconhece a morte de Eliza, que desapareceu em 2010 e cujo corpo nunca foi encontrado. O reconhecimento prejudica a principal tese da defesa de Bruno, que afirma que a ex-amante está viva.
      O pedido foi feito pelo Ministério Público e pela mãe de Eliza, Sônia Moura, com base no julgamento do ex-secretário do jogador, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão -o júri considerou que Eliza foi assassinada.
      Macarrão foi condenado em novembro a 15 anos de prisão, incluindo a pena por homicídio. Bruno, ao trocar de advogados, conseguiu adiar o julgamento para março.
      "Se já existe uma decisão que reconhece a morte da vítima, não faz sentido determinar que seus genitores ou seu herdeiro percorram a via-crúcis de outro processo para obterem outra sentença judicial que declare a morte de Eliza Samudio", escreveu a juíza Marixa Rodrigues.
      A defesa do goleiro considerou a determinação da juíza "esdrúxula" e disse que ela influencia no novo julgamento. "A juíza está tomando a decisão que cabe aos jurados. Ela já decretou, já decidiu que Eliza morreu", afirmou o novo advogado de Bruno, Lúcio Adolfo da Silva.

        Antonio Prata

        FOLHA DE SÃO PAULO

        Murundu polissêmico
        Quero comer mangas em mangas de camisa, curtir os baratos da vida sem pensar em monstruosos insetos
        Que manga seja tanto o fruto da mangueira quanto o braço da camisa é um desses indícios -pequenos, mas incontornáveis- de que a humanidade está fadada ao fracasso. Veja, as combinações entre as consoantes e as vogais são infinitas, os frutos, as partes da camisa e os demais itens deste mundo, não. Se usamos o mesmo nome para duas coisas tão distintas, é porque a bagunça é ampla, geral e irrestrita.
        Eu sei que a língua não surge por decreto. Palavras brotam como árvores, esgarçam-se como camisas; às vezes, também, mudam de significado: a fruta vira compota, a blusa, pano de chão. Mas assim como os pomares têm seus agricultores e as roupas, as costureiras, o vernáculo conta com os gramáticos para trazer mais racionalidade à selva da comunicação. Se, em vez de ficarem depenando as tremas de pinguins indefesos em inúteis reformas ortográficas, eles se dedicassem a uma reforma semântica, tudo ficaria mais simples. "A partir de 1º de janeiro de 2014, a manga da camisa passa a chamar-se lafana". Ou "bada". Ou "sprrrrlsploft". (Eu, particularmente, prefiro "lafana"). "A partir de 1º de janeiro de 2014, os cabos do exército passam a chamar-se subsargentos." Ou "zartos". Ou "inhaum-inhaum-plaplum". (Eu, particularmente, prefiro "inhaum-inhaum-plaplum").
        Os novos termos, contudo, pouco importam. Fundamental é deixarmos de viver nesta barafunda em que uma mercadoria que não é cara (rosto) é barata (inseto), em que os budistas são liderados por lamas, em que três pessoas e uma rachadura num copo -uma única rachadura, olhe só- são chamados de trinca.
        Polissemia é o nome da lambança. Vem do grego: poli = vários + sema = significado -e muito me admira que gramáticos tenham se reunido, se debruçado sobre o problema e surgido não com uma solução, mas com esta palavra bonita e pomposa. Lembra-me aquela placa: "Atenção, buracos na pista". Não era mais fácil consertar a estrada? Minha vontade é arrancar a placa e botar sobre um buraco. É pegar "polissemia" e batizar com ela as mangas da camisa. Ou o molho tártaro. Ou o tártaro dos dentes. Ou o povo da Tartária.
        Não se trata apenas de um purismo, de uma firula anal retentiva. A polissemia atrapalha a vida da pessoa. Toda vez que chamo meu amigo Caio, por exemplo, projeta-se em algum canto do meu cérebro a imagem deste que vos escreve caindo num bueiro. Quando faço um galo na cabeça, quase escuto cacarejos. Quando ouço falar em banco de dados, penso numa porcaria de um banco feito com dados. São neurônios mobilizados inutilmente. Sinapses jogadas no lixo. É um pedacinho de nossa experiência na Terra que entra pelo cano -como eu, quando penso no Caio.
        Ora, gastemos nosso tempo com o que importa. Quero comer mangas em mangas de camisa, quero dar cabo deste problema, curtir os baratos que a vida oferece sem pensar em monstruosos insetos, em Kafka, que nasceu em Praga, sinônimo de peste, que nada tem a ver com Budapeste, que além de peste tem Buda no nome; "Antes buda do que Tcheca!", pensa a senhora de mente suja -mas não eu, pois jamais faria tais insinuações num jornal de família e só vim aqui por amor à língua e ao nosso povo, perdido neste murundu polissêmico.

        2012 confirma tendência global de aquecimento, diz Nasa

        folha de são paulo

        Relatório mostra que ano passado foi o nono mais quente já registrado e mantém trajetória de alta das temperaturas nas últimas décadas
        DE SÃO PAULOUm novo estudo da Nasa confirmou o que outros dados já indicavam: a temperatura na Terra mantém uma tendência firme de alta, com 2012 sendo o nono ano mais quente desde 1880, quando os registros começaram.
        As conclusões são dos últimos dados divulgados pelo Giss (Instituto Goddard para Estudos Espaciais), que monitorou a temperatura de 2012 e a comparou com a de todos os anos anteriores.
        A análise mostrou que a Terra experimenta um aquecimento mais acelerado do que em décadas anteriores.
        A média de temperatura em 2012 foi de 14,6º C, cerca de 0,6º C mais quente do que em meados do século 20. Segundo a nova análise, a temperatura média mundial já subiu 0,8º C desde 1880.
        Ano a ano, tem havido uma tendência expressiva de alta. Excluindo-se 1988, os nove anos mais quentes dentre os 132 avaliados aconteceram desde o ano 2000, com 2010 e 2005 encabeçando a lista de recordes de calor.
        "Os números de mais um ano, por si mesmo, não significam nada", diz o climatologista do Giss Gavin Schmidt.
        "O que importa é que esta década está mais quente do que a última, que por sua vez já foi mais quente do que sua anterior. O planeta está esquentando, e a razão para isso é que nós estamos jogando quantidades crescentes de dióxido de carbono na atmosfera", completou o cientista, em nota divulgada pela agência espacial americana.
        As informações usadas pelo Centro Goddard foram recolhidas em mais de mil estações meteorológicas em todo o mundo, além de observações de satélite e centros de pesquisa.
        O documento destaca ainda as temperaturas extremas nos Estados Unidos.
        Em 2012, a parte continental do país registrou as temperaturas mais elevadas de toda sua história.

          Nova York aprova lei que endurece controle sobre a venda de armas

          FOLHA DE SÃO PAULO

          Estado é o primeiro no país a mudar legislação após massacre que deixou 26 mortos em Connecticut
          Texto obriga psiquiatras a denunciar pacientes com potencial agressivo; Obama anuncia hoje uma proposta nacional
          Steve Marcus/Las Vegas Sun/Reuters
          Participantes de uma feira anual de armas em Las Vegas, no Estado de Nevada, observam diferentes fuzis em vitrine
          Participantes de uma feira anual de armas em Las Vegas, no Estado de Nevada, observam diferentes fuzis em vitrine
          DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
          Na primeira ação para o controle de armas nos EUA após o massacre de Newtown, que deixou 20 crianças mortas, o Estado de Nova York aprovou ontem uma lei que limita mais a venda e prevê que psiquiatras relatem às autoridades nomes de pacientes com potencial agressivo.
          O texto foi aprovado no Senado (por 43 votos a 18) e na Assembleia (por 104 a 43) estaduais na véspera do anúncio, pelo presidente Barack Obama, de um pacote para reduzir a violência ligada às armas de fogo.
          A expectativa é que o movimento de Nova York estimule outros Estados e o Congresso a também apertarem o controle sobre armas de fogo.
          O texto amplia a definição de "armas de assalto" para incluir restrições de vendas a pistolas semiautomáticas -em que os disparos são feitos um a um, mas a reposição é automática- ou armas com até uma "característica militar" (com mira telescópica, por exemplo).
          Segundo a nova lei, sancionada na noite de ontem pelo governador Andrew Cuomo, do Partido Democrata, moradores que já possuam esse tipo de arma não terão de entregá-las ao governo, mas elas deverão ser registradas.
          Os comerciantes serão obrigados a consultar os antecedentes de compradores de munição e comunicar às autoridades vendas de grande volume de projéteis.
          CONFIDENCIAL
          Um dos pontos mais polêmicos, no entanto, é a exigência de que profissionais de saúde mental informem às autoridades sobre pacientes potencialmente perigosos.
          Os nomes reportados ao governo poderão ter suas armas confiscadas. Profissionais que "falharem" em reportar nomes não serão punidos se tiverem agido de "boa fé".
          A obrigação gerou polêmica entre os profissionais de saúde, por colocar em risco a confidencialidade inerente ao tratamento psiquiátrico.
          "A possibilidade de serem reportados às autoridades já pode ser o suficiente para desencorajar pacientes com pensamentos suicidas ou homicidas de procurar tratamento", observou Paul Appelbaum, especialista em psiquiatria da Universidade Columbia.
          A Associação Nacional do Rifle, poderoso lobby de defesa do porte de armas, criticou o governador por pedir urgência na aprovação, "sem dar tempo" aos parlamentares para estudar o texto.
          Hoje, Obama apresentará propostas para conter a violência armada baseadas nas recomendações do grupo de trabalho liderado pelo vice, Joe Biden. Espera-se que ele anuncie incentivos a leis que restrinjam o acesso às armas e ações que não requerem aprovação do Congresso.

          FOCO
          Associação americana de armas lança jogo para crianças a partir de 4 anos
          ALEXANDRE ORRICODE SÃO PAULO"Armas não matam pessoas. Games matam pessoas", disse Wayne LaPierre, presidente da NRA (Associação Nacional do Rifle), uma semana após o tiroteio na escola de Sandy Hook, em Newtown, que deixou 20 crianças mortas em dezembro de 2012.
          A associação lançou, anteontem, um jogo de tiro para iPhone e iPad chamado "NRA: Practice Range", em que o jogador treina a mira com diversos tipos de armas.
          Ele está disponível gratuitamente na loja da Apple dos EUA. É possível comprar armas extras por R$ 2 cada uma.
          Na página do game, ele é apresentado como adequado para crianças de quatro ou mais anos de idade e recomendado para ensinar "a posse segura e responsável, por meio de desafios divertidos e simulações realistas".
          LaPierre já declarou que a indústria dos videogames é "sombria e corrupta, que vende e semeia violência".
          "O app da NRA é para promover o uso de armas com segurança", postou no Twitter a Medi Mobile, desenvolvedora do game, em resposta a um usuário que questionava o baixo limite de idade.
          O jogo da NRA também tem informações sobre as diferenças do direito de porte de Estado para Estado e uma seleção de notícias atualizadas sobre a legislação americana.