sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

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FOLHA DE SÃO PAULO

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Europeus poderiam seguir os EUA nas punições à Rússia


FOCO
Putin concede cidadania russa a Gérard Depardieu, hoje 'exilado' na Bélgica
Ator se opõe a alta de impostos para os ricos na França, projeto do presidente Hollande, e ameaçou renunciar à sua nacionalidade
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIASO presidente Vladimir Putin concedeu ontem a cidadania russa ao ator francês Gérard Depardieu, 64.
No mês passado, o ator mudou sua residência fiscal para uma cidade belga e ameaçou renunciar à sua nacionalidade devido à possibilidade de aumento de impostos para os ricos na França.
Uma das promessas de campanha do presidente François Hollande foi aumentar o Imposto de Renda de quem ganha mais de € 1 milhão (R$ 2,6 milhões). A alíquota subiria de 41% para 75%. Na Rússia, é de 13%.
Segundo o Kremlin, Putin tomou a decisão se baseando na Constituição russa, que prevê asilo diplomático às pessoas de relevância mundial. Ele e o ator são amigos.
O presidente russo também tem se destacado nos últimos meses por provocar o Ocidente. Na semana passada, apoiou lei que proíbe a adoção de crianças russas por cidadãos americanos.
Putin disse que os artistas são pessoas com "um espírito especial" e que "é fácil ferir seus sentimentos". "Estou convencido de que os líderes [da França] não queriam ferir Depardieu, mas, como qualquer representante, sempre defendemos nossa política e as decisões tomadas".
Em uma carta difundida pelo canal estatal de televisão russo Perviy Kanal, Depardieu respondeu que ficou "encantado" com a decisão russa e que adora o país.
A mudança de Depardieu para Néchin, cidade belga conhecida por abrigar ricos expatriados franceses, provocou polêmica na França.
No entanto, as especulações sobre a mudança de cidadania cresceram depois de uma entrevista do ator ao jornal "Le Monde", no início de dezembro, em que ele havia dito ter recebido um passaporte russo de Putin.
Na época, a declaração foi recebida pelo Kremlin como uma piada, mas irritou o premiê francês, Jean-Marc Ayrault, que chamou o anúncio de "patético". Isso indignou o ator, que mostrou sua vontade de renunciar à cidadania francesa.

    ANÁLISE
    DO "FINANCIAL TIMES"
    A resposta de Moscou à Lei de Magnitsky, dos EUA, que proíbe a entrada no país de autoridades russas acusadas de violações dos direitos humanos, vem sendo agressiva, mesmo pelos padrões recentes da própria Rússia.
    Na semana passada, o presidente Vladimir Putin sancionou lei que proíbe cidadãos dos EUA de adotar crianças russas. Na prática, ela condena milhares dos cidadãos russos mais vulneráveis a viver em orfanatos com frequência pavorosos, reféns das relações EUA-Rússia.
    Fica claro que o Kremlin espera, em parte, persuadir outros países a não seguir o exemplo dos EUA. Os outros países não deveriam hesitar, pois a reação da Rússia também reflete como a medida americana a atingiu em cheio.
    Além disso, o caso de Magnitsky exemplifica o aspecto mais sombrio do "putinismo". Autoridades tributárias usaram um fundo de investimentos, cujo proprietário tinha sido misteriosamente impedido de ingressar na Rússia, para roubar US$ 230 milhões do Estado.
    Quando o fundo descobriu o que acontecera e apresentou provas, as autoridades não processaram os envolvidos. Em vez disso, detiveram o advogado que investigava o caso, Sergei Magnitsky, e o acusaram pela fraude. Na cadeia, Magnitsky não teve acesso a atendimento médico e foi espancado até morrer.
    Mesmo agora que o caso vem atraindo condenação internacional, os russos se negam a ceder. Ao contrário, iniciaram processo póstumo contra Magnitsky por sonegação de impostos.
    Para que a Lei de Magnitsky tenha impacto máximo, contudo, a Europa poderá seguir o exemplo dos EUA. Alguns Parlamentos já começaram a pressionar seus governos a adotar medidas equivalentes; é o caso de Reino Unido, Holanda e Suécia.
    Se qualquer membro da zona Schengen proibisse a concessão de vistos de entrada, os funcionários suspeitos seriam ao menos impedidos de viajar a qualquer um de seus 25 países-membros. O mais eficaz seria proibir vistos de entrada e congelar bens em toda a União Europeia, como já foi feito com funcionários da ditadura de Belarus.
    O Kremlin diz que a crise econômica da Europa representa um fracasso mais amplo dos seus sistemas de governança e valores. A UE deve desmentir asserções como essa e mostrar que ainda se dispõe a defender os valores sobre os quais foi erguida.

      A literatura com estilo de José Luiz Passos

      Gonçalo Junior | De São Paulo
      Valor Econômico - 04/01/2013


      Edson Ruiz/Valor / Edson Ruiz/Valor

      Passos: ao lado de nomes expressivos da literatura regionalista atual, como Antonio Carlos Viana, Ronaldo Brito e Francisco Dantas







      Criar uma boa história não é tão fácil quanto parece. A observação, claro, é óbvia, mas nem sempre considerada. E necessária no panorama atual da literatura brasileira, tão pobre de ideias e de livros relevantes. Saber contá-la bem parece mais complicado ainda. E é na combinação dos dois que se tem um bom livro. José Luiz Passos consegue as duas coisas com competência em seu segundo romance, "O Sonâmbulo Sonhador".



      Num estilo narrativo que remete a grandes autores urbanos brasileiros, mestres em explorar os dramas do cotidiano de tipos comuns, como Aníbal Machado e Marques Rebelo, o escritor pernambucano narra como um contador de histórias pronto e acabado para suprir a árida produção nacional da nova geração com grandes romances. Não é promessa, portanto, mas uma constatação.

      A história gira em torno de Jurandir, um anti-herói sexagenário bem-intencionado cuja vida não parece lhe sorrir, por mais que tente acertar. Seja como amigo e marido, seja como empregado de uma empresa têxtil.

      A estrutura da história mistura fragmentos do passado com o presente, sem fazer que a leitura se perca nessas idas e vindas.

      Enquanto tenta resolver o problema do empregado que se queimara na empresa onde trabalha, o protagonista recorda-se do acidente sofrido na juventude que o deixou manco. Também se martiriza pela fragilidade da amizade; por seu casamento em crise por causa da traição e pela tragédia que aconteceu com seu único filho, morto precocemente.

      O autor explora, assim, o tormento de todos, mortais comuns, obrigados a arrastar como correntes os fantasmas do passado.

      Jurandir se mostra nostálgico, desejoso dos tempos melhores que ficaram para sempre no passado, enquanto é cobrado para enfrentar seus dramas e traumas do presente.

      O perfil do funcionário perfeito, nesse contexto, não evita o pânico de uma travessia que passa rápido e é medíocre. Jurandir é malcasado com a namorada da adolescência e amante de uma jovem. Essa sina se redimensiona quando tudo dá errado, pouco antes de ele se aposentar, numa viagem que faz ao Recife para resolver um processo trabalhista como testemunha, já que é chefe de segurança numa tecelagem no interior de Pernambuco - algo máximo que um tipo como ele poderia almejar. Depois de alguns gestos fora do padrão de comportamento, ele acaba numa clínica psiquiátrica em Olinda.

      A história toma outro rumo quando o psiquiatra que o trata lhe pede para descrever seus sonhos, contados de modo desordenado, entre fatos do passado, opiniões e o dia a dia de paciente. Seu mundo, então, se perde numa realidade caótica que não parece ter fim e ele se apega a um enfermeiro e a uma interna para driblar a insanidade.

      Embora focada no universo urbano de uma grande cidade, Passos faz o que se poderia chamar de literatura regionalista e se junta a nomes expressivos como Antonio Carlos Viana, Ronaldo Correia de Brito e Francisco J.C. Dantas, todos de origem nordestina e que produzem seus livros sem sair de seus hábitats, além de ambientá-los num universo geográfico e temático próximo.

      No seu caso, dá ao leitor um texto maduro e, ao mesmo tempo, refinado, pungente, irônico e sedutor, capaz de envolver quem lê no mundo que ele meticulosamente criou para inserir o personagem principal do romance.

      O modo como constrói Jurandir, um tipo tão comum e humano, atormentado pelas angústias da perda e de uma vida de altos e baixos, faz de seu romance um momento especial da ficção nacional neste começo de século.





      "O Sonâmbulo Amador"


      José Luiz Passos Alfaguara. 272 págs., R$ 39,90

      Crianças da escola Sandy Hook voltam às aulas após massacre

      FOLHA DE SÃO PAULO


      EDITH HONAN
      DA REUTERS, NEWTOWN
      Centenas de crianças que escaparam do ataque à escola Sandy Hook em Newtown, Connecticut, no mês passado, voltaram às aulas nesta quinta-feira pela primeira vez desde que um atirador invadiu a escola e matou 20 alunos e seis funcionários.
      Crianças usando pesados casacos de inverno embarcaram em ônibus enfeitados com fitas verde e branco, as cores da escola, para a viagem de 7 km até o novo edifício do colégio.
      A Chalk Hill Middle School, uma escola abandonada na cidade vizinha de Monroe, foi reformada especialmente para os alunos de Newtown.

      Volta as aulas em Sandy Hook

       Ver em tamanho maior »
      Justin Lane/EFE
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      Cartaz de boas vindas aos alunos da escola em Monroe, no primeiro dia de aula após massacre de dezembro que matou 26
      Anca Roberto, 35, colocou a filha de cinco anos de idade, que está no jardim de infância, no ônibus não muito longe da antiga escola Sandy Hook, que continua a ser uma cena do crime crivada de balas e fechada para todos, exceto a polícia.
      Anca disse que tinha ficado nervosa com o retorno à escola até quarta-feira, quando ela e sua filha participaram de um evento aberto no novo local. Sua filha ficou emocionada ao encontrar o seu material intacto, que foi trazido da antiga escola, e "gritou" quando viu seus amigos.
      Os estudantes "se abraçaram e brincaram e eram apenas crianças", disse a mãe. "Os professores foram simplesmente incríveis."
      Com a segurança em primeiro lugar nas mentes dos pais e das autoridades após o segundo tiroteio com o maior número de vítimas na história dos EUA, a escola foi equipada com um novo sistema de segurança. Oficiais do Departamento de Polícia de Monroe patrulhavam as propriedades, e todas as portas externas e calçadas estão sob vigilância.
      Conforme retornam às aulas na quinta-feira, os alunos encontrarão todos os seus pertences familiares da escola Sandy Hook, incluindo mesas que foram deixadas para trás há três semanas, quando Adam Lanza invadiu a escola atirando.

      Dado sugere maior venda de armas nos EUA

      FOLHA DE SÃO PAULO

      RAUL JUSTE LORES
      DE NOVA YORKO número de pedidos de antecedentes criminais ao FBI, que serve como termômetro para a venda de armas nos Estados Unidos, disparou em dezembro, mês em que uma chacina que matou 20 crianças de 6 e 7 anos de idade chocou o país.
      Em dezembro, 2.783.765 pedidos de antecedentes criminais foram registrados, ultrapassando o recorde anterior de novembro, de 2.006.119 pedidos.
      Novembro e dezembro são tradicionalmente os meses de maior movimento no comércio americano, mas o salto em relação ao ano anterior foi bastante alto -49% a mais que em dezembro de 2011.
      Os números de pedidos de antecedentes criminais não representam necessariamente o número de armas vendido, estatística que o FBI não monitora. Nem as transações feitas por pessoas físicas e colecionadores, apenas entre estabelecimentos com licença federal. Alguém com a certidão aprovada pode comprar várias armas.
      Analistas sugerem que a alta tenha relação com o temor de que novas leis que dificultem a compra de armas no país sejam implantadas.
      Haveria, assim, uma corrida de compras de armas para uso pessoal às vésperas de novas restrições.
      As chacinas ocorridas em julho, dentro de um cinema em Aurora, no Colorado, e em dezembro, na escola primária Sandy Hook, em Newtown (Connecticut), aumentaram a pressão por mudanças na lei e mais restrições à venda de armas no país.
      POUCO CONTROLE
      O fato de que Adam Lanza, 20, usou as próprias armas adquiridas legalmente pela mãe para matá-la e depois matar 26 pessoas na escola em Newtown aumentou a pressão sobre Washington.
      A senadora Dianne Feinstein, da Califórnia, já apresentou um projeto para dificultar a venda de armas.
      O presidente Barack Obama nomeou o vice-presidente Joe Biden para liderar uma comissão que estude como restringir as vendas na prática no país.
      Em 2012, os pedidos de antecedentes chegaram a 19.592.303, o maior número desde novembro de 1998, quando a exigência foi instituída, em um programa anterior para dificultar a venda de armas. O número foi 19% superior ao de 2011.
      Críticos dizem que o sistema não funcionou. Apenas 0,006% das compras de armas foram negadas a partir das certidões, e só 0,00008% dos compradores foram processados por mentir no formulário, que pergunta se a pessoa que compra a arma é fugitiva da Justiça, se foi considerada mentalmente incapaz por instituição médica ou se tem pena a cumprir.

        'Pais do Real' criam agenda para Aécio

        Valor Econômico - 04/01/2013


        Raymundo Costa e Marcos de Moura e Souza | De Brasília e Belo Horizonte


        No momento em quem o PT comemora dez anos no poder, o PSDB foi buscar na velha guarda de economistas ligados ao partido, a maioria deles de alguma forma ligados à criação do Plano Real, os nomes para renovar a agenda tucana e dar as bases do discurso econômico da candidatura do senador Aécio Neves (MG) a presidente da República.

        Há uma constante nos debates: para voltar a crescer de 5% a 6% ao ano, o país precisa, na concepção dos economistas, acadêmicos e na de Aécio, de um Estado menor e de mais parcerias com a iniciativa privada. Essas parcerias devem se dar principalmente na área de infraestrutura (aeroportos, hidrovias e hidrelétricas).
        Praticamente toda a equipe econômica do governo FHC (1995-2002) contribui para o projeto a ser usado na campanha de Aécio, se ele for o candidato do PSDB, como é mais provável. Armínio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan se reuniram com ele ao menos quatro vezes no ano passado, a última durante o almoço no apartamento de Aécio no Rio, no dia 26 de dezembro.

        Mas há outras pessoas envolvidas. O ex-senador Tasso Jereissati, presidente do Instituto Teotônio Vilela, é uma delas. Foi dele, aliás, a ideia de fazer em 2011, no Rio, o seminário "A Nova Agenda", após a terceira derrota consecutiva dos tucanos para o PT, nas eleições de 2010. Essa foi a primeira reunião do PSDB, após a saída de FHC, a juntar os chamados "pais do Plano Real". O presidente do ITV também incorporou às discussões a economista Elena Landau.

        Num movimento paralelo, o PSDB também levou Bacha e Elena Landau para um debate com as bancadas do PSDB no Congresso. Não se trata de um grupo orgânico, portanto, e nem sempre são os mesmos presentes em cada reunião. Edmar Bacha e Armínio Fraga não quiseram comentar sobre o teor desses encontros com Aécio. A amigos, Armínio explicou que esteve informalmente com o senador. Ele prefere não falar sobre o assunto e nem ter seu nome envolvido. Elena Landau, que está na Tailândia, disse que nunca foi convidada para nenhuma reunião.

        A linha mestra nesses encontros pode ser resumida numa frase que Armínio Fraga disse ao ex-presidente Fernando Henrique: em vez de maldita, como afirmou uma centena de vezes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na realidade recebeu uma "herança bendita" do governo FHC. Tanto que não apenas manteve a política econômica do antecessor, como em algumas ocasiões recorreu a políticas ainda mais conservadoras, especialmente na área fiscal.

        O problema, segundo afirmou Armínio a FHC, é que essa "herança bendita" está no fim e o PSDB precisa ter uma agenda que, sem esquecer os fundamentos assentados no passado, projete um futuro moderno.
        Além dos encontros para tratar de seu discurso econômico, Aécio passou a conversar com frequência, principalmente com Fraga e Bacha para calibrar seus pronunciamentos, artigos e declarações sobre conjuntura e temas pontuais, como as mudanças no setor elétrico. Nos últimos meses, eles passaram a conversar praticamente toda semana, segundo apurou o Valor.

        É a primeira vez desde o fim do segundo mandato de Fernando Henrique, em 2002, que três dos principais responsáveis pela condução econômica de seu governo são convocados explicitamente para aconselhar um candidato a presidente. José Serra, que disputou em 2002 e em 2010, e Geraldo Alckmin, em 2006, evitaram associar suas imagens à do governo então desgastado de FHC. Mas Serra, por exemplo, sempre trocou ideias com integrantes de peso da equipe econômica de FHC, com os quais tinha mais afinidade, caso de Armínio Fraga, por exemplo.

        Na elaboração do discurso econômico para Aécio, o trio, segundo um parlamentar próximo ao senador, se debruça atualmente sobre dois pontos: crescimento da economia e inserção brasileira na economia mundial. Segundo a fonte, os economistas trabalham com a meta de pensar medidas que permitam ao país ter um crescimento de 5% a 6% ao ano, aproximando-se assim do ritmo de expansão das grandes economias em desenvolvimento, como o Brasil: Rússia, Índia e China.

        Nas palavras de outro tucano, a visão que prevalece nos encontros do grupo é que o modelo de concessões adotado por Dilma Rousseff é muito "muito estatista, muito dos anos 70". A alternativa em gestação passa por concessões e privatizações. "O que eles estão falando é de parcerias mais ousadas, mais afirmativas com o setor privado. A privatização da telefonia celular está aí para mostrar como isso dá certo", disse um aliado de Aécio.

        Aécio tem sido aconselhado a defender as privatizações feitas no governo FHC e não se encolher, como fez sobretudo Geraldo Alckmin, candidato em 2006, quando foi acusado de querer vender a Petrobras e o Banco do Brasil.

        O grupo do senador e o grupo informal que o ajudam a delinear um discurso econômico batem, por exemplo, no modelo de concessão de aeroportos e nos contratos da Petrobras com petroleiras privadas no pré-sal, dizendo que a União deveria deixar uma fatia maior para os investidores.

        Sobre a participação do Brasil no comércio internacional, as críticas que têm sido formuladas pelos economistas e acadêmicos ouvidos por Aécio Neves é que o Brasil precisa abrir-se mais aos mercados e que o modelo de integração em vigor traz resultados pífios.

        Os tucanos estão entusiasmados e ativos, mas é pouco provável que o discurso econômico de Aécio esteja nas ruas antes do segundo semestre. No cronograma do PSDB, janeiro e fevereiro serão destinados a assuntos legislativos (eleições para as mesas do Congresso, presidência das comissões), março abril e maio destinados às convenções municipais, estaduais e nacional, respectivamente.

        O projeto da atual cúpula do PSDB é eleger Aécio presidente do partido, em maio, antes que ele comece sua peregrinação pelo país. Aécio ainda não respondeu. O presidente do partido, Sérgio Guerra, quer uma definição imediata. O mesmo ocorre com o ex-presidente FHC, que nos últimos dias se tornou o maior propagandista da candidatura do neto de Tancredo Neves, o presidente que morreu antes de tomar posse, em 1985.

        Documentário liga obesidade de negros americanos ao vício em 'soul food'

        FOLHA DE SÃO PAULO
        Reprodução
        Em um estacionamento de estádio em Jackson, Mississippi, americano faz churrasco de costela para os torcedores
        Em um estacionamento de estádio em Jackson, Mississippi, americano faz churrasco de costela para os torcedores
        DA REUTERS
        Para o cineasta Byron Hurt, o vício em "soul food", a culinária gordurosa típica dos sul dos EUA, está matando os negros americanos.
        Hurt, 42, chegou a essa conclusão após entrevistar historiadores, cozinheiros, médicos, ativistas e consumidores para o documentário "Soul Food Junkies", que será exibido na TV americana em janeiro (assista ao trailer em www.pbs.org/independentlens/soul-food-junkies/film.html).
        O filme mostra como a identidade cultural dos negros está ligada aos alimentos calóricos, como frango frito e churrasco de costela.
        O cineasta lembra que, séculos atrás, a dieta calórica permitia aos escravos aguentar as horas de trabalho braçal. Nos anos 60, o movimento de direitos civis cunhou o termo "soul food".
        "Há uma ligação emocional e um orgulho no que é visto como a comida que permitiu a sobrevivência em tempos difíceis", diz o diretor.
        O problema é que esse regime está prejudicando a saúde dos negros americanos, que têm taxas maiores de obesidade e diabetes do que os brancos no país e têm o dobro do risco de morrer de derrame até os 75 anos do que outros grupos populacionais, segundo os CDCs (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA).
        A pobreza e a ausência de supermercados com boa oferta de alimentos também contribui para o problema, diz Hurt. "Comunidades de negros pobres têm menos acesso a verduras e mais oferta de fast food e comida calórica."

        Estado de SP vai adotar internação involuntária de dependente químico

        Cristiane Agostine
        Valor Econômico - 04/01/2013

        O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que o Estado passará a fazer internações involuntárias de dependentes químicos. A medida deve ser implementada nos próximos dias, segundo o governador. O anúncio foi feito um ano depois do início de uma operação do governo estadual e da prefeitura paulistana na região conhecida como cracolândia, no centro da capital paulista, que não conseguiu acabar com o tráfico e com o consumo de drogas na região.

        De acordo com o governo estadual paulista, o usuário de drogas será avaliado por médicos que determinarão qual será o atendimento adequado. Se os médicos atestarem que a pessoa não tem domínio sobre sua saúde e condição física, a internação involuntária será feita imediatamente, com determinação do Judiciário.

        Segundo o governador, a ação será em parceria com o Tribunal de Justiça, o Ministério Público estadual e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A medida foi divulgada depois de Alckmin inaugurar uma unidade do restaurante Bom Prato, em Perus, na zona noroeste da capital.

        Ontem, a chamada "Operação Centro Legal", na cracolândia, completou um ano. Polêmica, a ação comandada pelo governo Alckmin e pela gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) começou com a atuação da Polícia Militar, que dispersou dependentes químicos que viviam na região. O Ministério Público estadual pediu a interrupção da operação alegando que os usuários de drogas eram alvos de bombas de efeito moral, tiros de borracha e de violência policial.

        Os dependentes químicos continuam circulando pelas ruas da cracolândia e o tráfico permanece ativo na área. O governo paulista informa que foram realizadas 763 prisões em flagrante e 211 condenados pela Justiça foram capturados. Segundo o governo estadual, foram feitas 1.363 internações voluntárias de usuários de drogas e 13 mil encaminhamentos de pessoas para abrigos e albergues.

        O governador Geraldo Alckmin também informou que aumentou o piso salarial dos médicos que atendem nos hospitais e serviços de saúde públicos no Estado. Ele sancionou a lei estadual que institui o Plano de Carreira dos Médicos. Com a mudança, o maior piso salarial passa a ser de R$ 14.700. Até então, o salário médio desse profissional era de R$ 3,7 mil. (Com Folhapress)

        Governo do RS reduz ICMS de cerveja especial

        Sérgio Ruck Bueno
        Valor Econômico - 04/01/2013

        Ao mesmo tempo em que vão conquistando espaço nos bares, nas lojas especializadas e nas gôndolas dos supermercados, as microcervejarias gaúchas iniciaram 2013 com a esperada redução da alíquota de ICMS sobre chopes e cervejas especiais no Estado. Conforme decreto assinado pelo governador Tarso Genro, a medida começou a valer no dia 1º deste mês e reduz de 25% para 12% a incidência do imposto devido pelas indústrias mediante a concessão de um crédito fiscal presumido de 13% sobre as vendas de até 200 mil litros por mês para empresas com produção total máxima de 3 milhões de litros por ano.

        Segundo o presidente da Associação Gaúcha das Pequenas e Microcervejarias (AGPM), Jorge Gitzler, a medida atende parcialmente uma reivindicação de quatro anos do setor e começa a tornar a "economicamente viável" produzir cervejas especiais no Estado. "Estamos empolgados, pois é um primeiro passo que vai fomentar e reduzir a informalidade no setor", disse o executivo, que estima uma redução de 60% para 50% na carga fiscal total (estadual e federal) sobre o preço final do produto.

        De acordo com ele, o decreto reduz o imposto devido diretamente pela indústria, mas deixa de fora o recolhimento sob o regime de substituição tributária, que também é feito pelas microcervejarias, mas com base no preço estimado de venda no varejo. Gitzler diz que desde 2009 as empresas de Santa Catarina são beneficiadas pela mesma redução percentual, só que nas duas modalidades de tributação. "Estamos negociando com o governo para estender o benefício à substituição tributária."

        Numa simulação que toma como base uma cerveja vendida a R$ 10 pela indústria, o ICMS total recuará de R$ 6 para R$ 4,70, calcula Gitzler. Isso porque o imposto direto sobre as microcervejarias cairá de R$ 2,50 para R$ 1,20, enquanto o recolhimento referente à substituição tributária permanecerá em R$ 3,50. Este valor equivale à alíquota integral de 25% sobre o preço estimado de venda ao consumidor, que embute um acréscimo médio de 40% sobre a tabela da fábrica. Já o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), federal, é de R$ 0,80 por litro, em média, afirma o presidente da AGPM.

        Conforme Gitzler, o benefício ainda não permitirá a redução do preço de venda ao consumidor, mas oferecerá um "alívio" para a recuperação das margens das empresas, que trabalham com escalas pequenas de produção e também começam a enfrentar a concorrência acirrada dos importados. Ele estima que, ao favorecer a formalização de microcervejarias, o incentivo permitirá um crescimento de três a quatro vezes na arrecadação de ICMS pelo setor, hoje na faixa de apenas R$ 300 mil mensais.

        As 37 microcervejarias associadas à AGPM encerraram 2012 com uma produção média mensal de 500 mil litros, 66% a mais do que no ano anterior graças à conquista acelerada de novos consumidores, inclusive entre o público feminino, e às boas vendas registradas mesmo durante o último inverno. Agora, com a redução do ICMS, Gitzler prevê que perto de cem empresas estarão legalizadas e produzindo até 2 milhões de litros por mês em no máximo dois anos.

        Segundo ele, o grande volume de cervejas especiais é vendido no varejo na faixa de R$ 8 a R$ 25 o litro. O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, calcula que o segmento - incluindo as marcas nacionais e as importadas - responde por aproximadamente 3% das vendas totais de cerveja dos supermercadistas do Estado, estimadas entre 80 milhões e 100 milhões de litros por ano. Procurado pelo Valor, o secretário da Fazenda do Estado, Odir Tonollier, não estava disponível ontem para falar sobre o assunto.

        iBobagem

        folha de são paulo

        Aplicativos de smartphone afirmam ter efeito contra acne e até depressão, mas poucos funcionam
        GIULIANA MIRANDADE SÃO PAULOFim da acne, aumento dos seios e alívio da depressão são só alguns dos serviços oferecidos pelos mais de 40 mil aplicativos "médicos" disponíveis para celular.
        Embora boa parte deles seja inofensiva e desempenhe tarefas como lembrar o usuário de tomar um remédio, há uma parcela cada vez mais ambiciosa que promete a cura ou uma melhora significativa para diversos males.
        Sem testes ou evidências científicas, esses apps entraram na mira de associações médicas, grupos de pesquisa e até da toda-poderosa FDA (agência que regula alimentos e remédios nos EUA).
        A organização deve emitir nos próximos meses regras para fiscalizar e controlar a circulação desses softwares.
        O Centro de Jornalismo Investigativo da Nova Inglaterra, ligado à Universidade de Boston, fez um levantamento indicando as maiores lorotas tecnológicas prometidas pelos aplicativos. A lista contém 1.500 apps.
        Quando não apresentam conceitos errados, os programas se aproveitam da falta de informação dos usuários. É comum também que um determinado aspecto de um tratamento seja deturpado e usado de maneira simplista.
        É o caso do AcnApp, que era vendido por US$ 1,99 para iPhone. Segundo o fabricante, o usuário deveria segurar o visor perto do rosto por alguns minutos todos os dias. Ele emitiria luzes vermelhas e azuis que matariam as bactérias que favorecem a acne, melhorando a pele.
        "O tratamento com luz vermelha e azul já é muito consolidado para tratar a acne", explica Gabriela Casabona, dermatologista do Hospital Samaritano. "Mas a luz que tem esse efeito é própria para isso. Tem um comprimento de onda, um tempo de exposição e uma distância muito específicas", completa.
        O app teve quase 15 mil downloads e despertou a atenção das autoridades, que conseguiram removê-lo da lista da loja de aplicativos da Apple. O fabricante precisou pagar uma multa de US$ 14.294, mas não teve nenhum problema com a Justiça.
        A decisão, porém, não impediu que outros dispositivos seguissem a mesma linha.
        O iSAD promete tratar a desordem afetiva sazonal, a depressão que atinge as pessoas com baixa exposição à luz solar, como as que vivem em países nórdicos.
        O app promete usar a luz do visor do iPhone para, em sessões de cerca 30 minutos por dia, tratar essa depressão. O serviço custa US$ 9,99.
        "É improvável que a intensidade do visor e o uso dessa maneira sejam capazes de ter algum efeito", diz Elko Perissinotti, do IPq (Instituto de Psiquiatria) da USP.
        No aplicativo Breast Augmentation, são os sons que prometem fazer efeito. Ele trabalha com a ideia de que mulheres amamentando têm seios maiores. A partir daí, o aplicativo diz que ouvir alguns minutos de choro de bebê por dia estimula o organismo a aumentar os seios.
        Esses e outros aplicativos podem ser comprados no Brasil, mas a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou que não há projetos de regulamentação do setor. Oficialmente, qualquer app que se proponha a curar uma doença precisa de autorização do órgão.

          Família de taxistas aprende outra língua dentro do carro

          Valor Econômico - 04/01/2013


          A taxista Débora Nogueira Gonçalves Bortolozi, 33 anos, fez aulas dentro do carro e treina até hoje entre uma corrida e outra o repertório de frases e de termos em inglês que precisará para receber os estrangeiros que pretende transportar em Diadema, na Grande São Paulo, quando a região receber o esperado fluxo de turistas para a Copa de 2014. Junto com o marido, a irmã e o cunhado - toda a família é de taxistas e sócios em uma cooperativa especializada em atender empresas - ela participou do programa Taxista Nota 10, que oferece nas 12 cidades-sede da Copa cursos de inglês e espanhol gratuitos em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Social do Transporte (Sest), Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) e com a Confederação Nacional do Transporte (CNT).

          No curso, formulado para o aluno autodidata, o taxista recebe um kit composto por um caderno de estudo, um de exercícios e um CD de áudio com todos os diálogos das aulas. Os cursos têm duração mínima de três meses e máxima de um ano, dependendo da disciplina e do ritmo de cada estudante.
          Débora e o cunhado, Renato, estudaram inglês; a irmã e o marido de Débora, Daniele e Sandro, preferiram espanhol.

          "Geralmente eu pegava um trabalho mais longe, ia para Guarulhos em uma hora e voltava ouvindo o áudio. Parada, esperando alguém, também dava para ler a apostila e resolver os exercícios", diz Débora, que concluiu o curso entre janeiro e abril e já pegou o material para aprender o espanhol. "Minhas filhas não gostavam que eu ficasse repetindo toda hora o áudio do CD."

          A taxista Daniele, irmã de Débora, diz que a família percebeu a necessidade de se tornar bilíngue antes mesmo de conhecer o programa. "Procuramos um curso quando uma empresa pediu que acompanhássemos um grupo de estrangeiros por duas semanas."

          O programa foi lançado em outubro de 2011 e tem como objetivo atender 80 mil motoristas até 2014 em cursos de gestão de negócios, inglês e espanhol. Até agosto, segundo dados mais recentes do Sest Senat, haviam 17.460 inscritos, 6.763 em inglês e 1.884 em espanhol. Outros 8.813 se inscreveram para o curso de gestão de negócios, que consiste em receber, durante 15 meses, um jornalzinho com informações sobre temas como empreendedorismo, turismo e hospitalidade, gestão financeira, administração do tempo e marketing pessoal. A última folha de cada edição traz um selo que, colecionado pelo taxista, dá direito a um adesivo "Taxista Nota 10" para ser colado no para-brisa.

          Lucimar Coutinho, diretora da Escola do Transporte, diz que o modelo de aula não presencial em sala de aula é o ideal para o setor. "É muito difícil esse público parar para entrar em uma sala de aula. Para ele parar três meses ele simplesmente não vai (às aulas) porque ele precisa das corridas para sustentar a família", diz Lucimar. Além disso, o conteúdo do material é todo voltado para situações do dia a dia desses profissionais, focado nas dificuldades mais básicas de comunicação. "No Brasil é muito difícil você encontrar um taxista que saiba se comunicar na língua do passageiro estrangeiro."

          No comércio, as iniciativas também se espalham. No Shopping Itaquera, a poucos metros da Arena Corinthians, o Itaquerão, na zona leste da capital paulista, uma sala foi montada especialmente para as aulas de inglês dos funcionários, que estudam em horário de almoço ou próximos do início ou fim de cada expediente. O shopping subsidia o material escolar, e cada funcionário paga R$ 80 de mensalidade por duas horas semanais de curso. O conteúdo das aulas é treinado diretamente com os clientes. "Pelo menos o "one floor up, one floor down" (um andar acima, um andar abaixo) eu conseguia orientar, mas tinha coisa que eu falava errado", diz o vigilante Alexandre Souza Gomes, que estava há 20 anos fora dos bancos da escola e agora estuda inglês uma vez por semana, assim como outros 70 funcionários do shopping.

          A iniciativa se repete em Brasília, outra cidade-sede do mundial: no shopping Conjunto Nacional, cem dos 300 funcionários já participam dos cursos ministrados pelo Fisk.

          A analista de recursos humanos do Shopping Itaquera, Beatriz Amaral de Souza, faz o curso intermediário e já sentiu os benefícios das aulas. "Já ligaram procurando um superintendente e me chamaram para atender." (LG)

          Governo de SP vai facilitar internação à força de viciados 'graves' em drogas

          FOLHA DE SÃO PAULO

          Medida foi anunciada pelo governador ontem, um ano após o início da operação na cracolândia
          De acordo com Geraldo Alckmin (PSDB), a mudança deve ser implementada nas próximas 2 semanas
          TALITA BEDINELLIAFONSO BENITESDE SÃO PAULOO governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou ontem um projeto para facilitar a internação à força de dependentes graves de drogas.
          A divulgação foi feita após ele ser questionado sobre a operação na cracolândia, centro de São Paulo, que completou um ano ontem. Reportagem da Folha mostrou que o tráfico continua no local.
          O governo não deu detalhes sobre a medida. A Folha apurou que ela está em fase final de discussão e que o anúncio foi antecipado por Alckmin.
          De acordo com ele, a medida deve ser implementada nas próximas duas semanas.
          A principal alteração se dará na equipe do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), para onde são levados viciados por agentes do governo.
          No local, haverá médicos, um promotor e um juiz, que juntos vão agilizar a decisão pela internação do viciado.
          Os médicos avaliarão as condições do paciente e informarão a necessidade de internação forçada de casos graves que recusarem tratamento.
          O promotor dará então um parecer, e o juiz decidirá se a internação forçada é necessária. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acompanhará a decisão.
          No anúncio, Alckmin afirmou que o projeto -uma parceria entre governo, Tribunal de Justiça, Ministério Público e OAB- seria para internações "involuntárias", modelo em que um familiar pode pedir a internação forçada diretamente ao sistema de saúde, sem precisar da Justiça.
          À tarde, o palácio confirmou que também serão feitas internações "compulsórias" -quando a Justiça tem que autorizar a internação, após atestado médico e parecer da Promotoria (a família não precisa pedir).
          O governo não informou oficialmente qual o critério exato para definir os casos "graves" até a conclusão desta edição.
          No anúncio, Alckmin disse que são os que implicam em "comprometimento da saúde e da vida das pessoas".
          O projeto servirá para crianças, adolescentes e adultos.
          Segundo Rosangela Elias, coordenadora de Saúde Mental, Álcool e Drogas do governo, a medida não será uma "caça às bruxas". "Esperamos que esse seja o caso da grande minoria", diz a coordenadora.
          O desembargador Antonio Carlos Malheiros, da área da Infância e Juventude do TJ, diz que a medida o preocupa.
          "Não sou contra a internação compulsória, mas o meu temor é que isso seja feito em massa. Que se comece a retirar todo mundo da rua e confundir o usuário de drogas com o marginal."

            FRASE
            "Não sou contra a internação compulsória, mas o meu temor é que isso seja feito em massa. Que se comece a retirar todo mundo da rua e confundir o usuário de drogas com o marginal"

            OS TIPOS DE INTERNAÇÃO
            VOLUNTÁRIA
            Ocorre com o consentimento do usuário de drogas e deve ser autorizada por um médico
            INVOLUNTÁRIA
            Ocorre sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiros, como a família. Precisa de laudo médico e deve ser comunicada ao Ministério Público no prazo de 72 horas
            COMPULSÓRIA
            Também sem a anuência do usuário, é determinada pela Justiça, após sua necessidade ser atestada em laudo médico
            BALANÇO DE 1 ANO DA AÇÃO NA CRACOLÂNDIA
            1.363
            pessoas internadas
            152.995
            abordagens sociais, por guardas e agentes de saúde

              Posseiros têm que desocupar área indígena no interior de MT até hoje

              FOLHA DE SÃO PAULO

              Terra em Posto da Mata foi reconhecida como xavante em 2012
              DANIEL CARVALHODE SÃO PAULOPosseiros do distrito de Posto da Mata (MT), principal foco de resistência à operação de retirada de não índios da terra indígena Marãiwatsédé, têm até hoje para deixar o local.
              Diante do ultimato da Justiça Federal, muitos estão desmontando casas e carregando caminhões para saírem da localidade, em Alto Boa Vista, nordeste de Mato Grosso.
              O distrito era o principal foco de tensão até a semana passada, quando forças federais de segurança tomaram o posto de combustível que serviu de base de resistência dos posseiros durante um mês.
              "Não tem mais resistência", disse o novo prefeito de Alto Boa Vista, Leuzipe Gonçalves (PMDB). A prefeitura está alojando em um ginásio quem não tem para onde ir.
              A área, que está sendo desocupada, tem 165 mil hectares e foi reconhecida em novembro passado como terra indígena xavante.
              Posseiros ocupam o local desde 1992. A terra indígena foi homologada em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
              A comerciante Juliana Mesquita, 21, afirmou que a maioria das famílias está saindo do local. Mas ainda há quem acredite em uma reviravolta judicial que garanta a permanência na área.
              O governo federal informou que quem não sair da área indígena até o fim do dia terá os bens confiscados, pode ser preso e responder pelo crime de desobediência.
              Famílias que têm perfil para reforma agrária estão sendo levadas para assentamentos em cidades vizinhas.
              No último domingo, policiais federais e da Força Nacional de Segurança Pública tomaram Posto da Mata.
              A Funai (Fundação Nacional do Índio) disse que a ocupação foi pacífica, mas moradores relataram à Folha que os policiais detonaram bombas de efeito moral.

                CIÊNCIA » Poderosa mordida [piranha-negra da Amazônia]

                Cientistas analisam a piranha-negra da Amazônia e concluem que ela tem a mordedura mais potente dos rios e mares. Força do ataque chega a ser 30 vezes superior ao peso do animal 

                Roberta Machado
                Estado de Minas: 04/01/2013 

                Brasília – Entre os 3 mil dentes organizados em fileiras na boca de um tubarão de sete metros e uma única fileira de sete dentes em formato de flecha de um peixe de 40 centímetros, parece ser fácil saber qual é o mais poderoso. Mas a ciência mostra que a resposta não é tão simples. A piranha pode ser muito menor que um tubarão ou uma barracuda, mas é a mandíbula do peixe tropical que ganha o prêmio de maior força no mundo animal. Quando se leva em conta a proporção entre peso e força, a piranha tem a mordida mais devastadora, seja entre criaturas vivas ou extintas: os dentes do bicho superam até mesmo a temida boca do Tyrannosaurus rex.

                O surpreendente fato foi apontado por um grupo de pesquisadores norte-americanos que estiveram em 2010 na Amazônia para medir as mordidas desses peixes. Eles capturaram 15 piranhas-negras no Rio Iriri, afluente do Xingu. “Na verdade, capturar as piranhas não foi tão fácil quanto eu achava. Perdemos muitas devido às linhas quebradas, mesmo usando peças de metal. Então, já podíamos dizer que as piranhas-negras têm mordidas fortes”, descreve Justin Grubich, autor do experimento e pesquisador da Universidade Americana do Cairo, no Egito. O grupo chegou a receber a ajuda de comunidades indígenas para colher os peixes.

                A medição foi feita com um aferidor à prova d’água e adaptado, equipado com sensores de carga e velocidade. Os peixes morderam as iscas por conta própria e não tiveram de ser provocados para mostrar a verdadeira força. De acordo com Grubich, as piranhas-negras encontradas na floresta amazônica mostraram um comportamento à altura da reputação da espécie. “Assim que colocamos os aferidores de força em suas bocas, elas começavam a mastigar agressivamente, mesmo que fosse basicamente uma placa de metal. Conseguimos ótimos dados, mas tivemos de ser muito cuidadosos para não perder os dedos.”

                A força desses animais, de acordo com a pesquisa, permite que eles arranquem pedaços inteiros de presas maiores que eles, num movimento rápido e certeiro. O artigo publicado na revista Scientific Reports mostra que uma piranha-negra de menos de 40 centímetros  morde com uma força 320 newtons (320N), uma força mais de 30 vezes maior que o próprio peso. O valor é três vezes mais potente que a mordida de um crocodilo do mesmo tamanho. Para os autores do trabalho, o segredo desses dentes de aço está na grande massa de músculos adutores da mandíbula da piranha. “A arquitetura das mandíbulas é modificada para produzir uma força de alavanca tremenda durante o movimento de mordida, como um quebra-nozes”, ilustra Grubich.

                Simulações Essa foi a primeira vez que a mordida das piranhas foi traduzida em números. Com base nos dados recolhidos, os pesquisadores simularam em um programa de computador qual seria a força da mandíbula de uma espécie há muito extinta, a Megapiranha paranensis. Esse animal da época do Mioceno (entre 23 milhões e 5 milhões de anos atrás) foi descoberto em 2009 a partir de um fóssil parcial encontrado na Argentina. A análise dos dentes do peixe, que teve o tamanho estimado em 71 centímetros, já apontava que ele tinha a anatomia perfeita para cortar carne macia ou mesmo esmagar presas duras.

                A conclusão da comparação matemática foi que esse peixe antigo teria uma mordida entre 1.240N e 4.749N, colocando-o no topo da lista mundial. De acordo com a simulação, os dentes da megapiranha eram fortes o suficiente para perfurar a camada exterior de um fêmur bovino, mesmo tendo menos de 1 metro de comprimento. Esses dados fazem supor que ela se alimentava de tartarugas, répteis com duras carapaças, e de membros inteiros de mamíferos. 

                “Todos sabíamos da força mandibular das piranhas. Contudo, o que impressionou foi posteriormente usarmos cálculos matemáticos e demonstrar que, comparativamente, a piranha tem uma força de mordida superior a qualquer peixe ósseo ou cartilaginoso”, comenta Jorge Porto, geneticista brasileiro do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que colaborou com o estudo. Se comparada com base no tamanho, a força da megamordida tem uma potência que supera a do antigo tubarão branco gigante, o megalodonte, e que chega a ser três vezes maior que a boca do temido Dunkleosteus terrelli, um peixe pré-histórico que tinha o corpo coberto de grossas placas protetoras.

                Sem perigo Os resultados do experimento confirmam a piranha como dona da mandíbula mais forte de todos os tempos, mas não dizem respeito ao comportamento do animal. “É motivo para respeitar as piranhas, não temê-las. Elas têm seus dentes afiados, mas nem todas têm comportamento agressivo. As piranhas atuam principalmente como carniceiros, comendo peixes moribundos ou mortos”, explica Jorge Porto.

                De acordo com especialistas, esses peixes costumam atacar somente quando suas ovas estão ameaçadas ou quando há sangue na água. “A piranha é uma carnívora voraz, mas são raros os ataques por cardume. Aquela coisa de Hollywood não existe. Ela come nadadeiras de outros peixes, tira o pedaço e não mata para ter sempre”, esclarece Vidal Haddad Júnior, dermatologista especialista em animais aquáticos potencialmente perigosos.

                Painel - Fábio Zambeli

                FOLHA DE SÃO PAULO

                Férias coletivas
                Pelo menos 15 dos 39 ministros aproveitaram o descanso de Dilma Rousseff para entrar em recesso informal no início do ano. Entre os que despacham no Planalto, só Gleisi Hoffmann (Casa Civil) está em Brasília. As pastas da Educação, Saúde, Planejamento, Transportes, Comunicações, Pesca, Meio Ambiente, Turismo, Esportes, Desenvolvimento e a Secretaria de Assuntos Estratégicos também são dirigidas por interinos. Jorge Hage, da CGU, completa a lista de ausentes.
                -
                Curto prazo A maior parte dos integrantes do primeiro escalão retornará à ativa na semana que vem. Dilma, que permanece na base naval de Aratu (BA), deve retomar agenda oficial dia 11.
                Controle... Os ministros envolvidos nas operações de prevenção e rescaldo das enchentes estão na ativa, por determinação da presidente. Fernando Bezerra (Integração), o mais acionado, tirou férias em setembro passado.
                ... de ponto A mesma regra vale para a equipe que monitora os aeroportos sob controle da Infraero desde o feriado prolongado de Natal.
                Pega geral Petistas comemoraram a descoberta de grampos da PF envolvendo o atual diretor da Antaq, Pedro Britto, na Operação Porto Seguro. Afilhado de Ciro Gomes, o ex-ministro é da cota do PSB, o que ajudaria a tirar o foco do escândalo do PT.
                VIP Coadjuvante na posse de suplentes na Câmara, ontem, Bernardino Oliveira (PRB-PR) teve direito a solenidade exclusiva na sala da presidência. Com voo atrasado, assumiu a vaga de Luiz Setim (DEM), novo prefeito de São José dos Pinhais, duas horas após José Genoino (PT-SP), protagonista da tarde.
                Câmera... A ministra Marta Suplicy (Cultura), a Ancine e o BNDES lançarão ainda este mês linha de crédito de R$ 140 milhões para facilitar o processo de transição das salas de cinema do país com exibição em formato analógico para o digital.
                ... ação O objetivo do pacote é permitir que o Brasil realize a mudança, dentro de um universo de 2.500 salas, sem que nenhuma delas seja fechada. Com a medida, o parque de salas estaria totalmente digitalizado até 2015.
                Pente-fino Mesmo com a sugestão de Gilberto Kassab, Fernando Haddad não fará revisão linear de todos os contratos da prefeitura. Desde ontem, sua equipe esquadrinha acordos de maior valor que possam ser renegociados. Os de iluminação e varrição estão na mira.
                Plantão O prefeito avisou aos secretários que o final de semana será de trabalho. Agendou reunião às 9h de amanhã com o comitê de gestão na área de cidadania.
                Aqui não No segundo dia útil de gestão do petista José Américo, a Câmara paulistana suspendeu o serviço de café na copa do primeiro andar. O acesso à área era franqueado ao público, o que atraía moradores de rua.
                Apetite Geraldo Alckmin recorreu ao restaurante popular Bom Prato, tema de ampla campanha publicitária na TV, duas vezes em menos de 15 dias. O tucano cumpre o mesmo ritual: almoça no local e posa para fotos rapidamente propagadas por aliados nas redes sociais.
                Cota verde Marco Mroz, atual presidente do PV-SP, será o número 2 da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos de Alckmin.
                Em bloco As bancadas do DEM e PTB fecharam acordo e apoiarão a candidatura do líder governista Samuel Moreira (PSDB) à presidência da Assembleia paulista. O pacto foi alinhavado pelo petebista Campos Machado.
                com ANDRÉIA SADI e DANIELA LIMA
                -
                TIROTEIO
                "A economia não aceita desaforo e medidas cosméticas. Para não cair para a segunda divisão, é preciso investimento e reformas."
                DO DEPUTADO PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM), sobre o desempenho médio do PIB brasileiro, que deve ficar na vice-lanterna entre os emergentes no triênio.
                -
                CONTRAPONTO
                Plenário do riso
                Ao tomar posse, anteontem, na Câmara paulistana, o humorista Marco Ricciardelli (PTB), o Marquito, foi o centro das atenções na sala da presidência. Ele assumiu a vaga do também petebista Celso Jatene, indicado para a Secretaria de Esportes. Questionado sobre sua atuação após fazer o juramento protocolar, ele respondeu:
                -Prometo que vou honrar o mandato, com honestidade. Comédia só na televisão!
                Um assessor, então, completou:
                -Se ele se empolgar, não tem problema. Tem a TV Câmara transmitindo todas as sessões.

                  Impulso elétrico ameniza dor neuropática - Bruno Freitas

                  Relacionado a distúrbios crônicos que afetam o sistema nervoso central, incômodo pode atingir uma ou várias partes do corpo. 

                  Neuroestimulador tem sido cada vez mais usado 

                  Bruno Freitas
                  Estado de Minas: 04/01/2013 

                  Desmotivado antes de um procedimento cirúrgico para a implantação de um gerador elétrico entre o abdômen e as costas, o ex-cadeirante Antônio Roberto Barcelos não imaginava que sua vida pudesse melhorar. Vítima de dor neuropática – um mal que acomete milhares de pessoas em todo o mundo – depois de sofrer um grave trauma na medula espinhal, o empresário de 62 anos, que hoje divide o tempo entre Pompéu, município na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, e Belo Horizonte, vivia tomando uma série de cuidados para não sofrer com a forte sensibilidade nas pernas. Para tentar contornar a dor, chegava a ingerir seis diferentes medicamentos por dia. Há quase um ano, ele passou a ficar menos ansioso, mais concentrado e tranquilo. Efeitos gerados pela implantação do neuroestimulador.


                  Difundido a partir dos anos 1970 nos Estados Unidos, o gerador que envia impulsos elétricos às raízes dos nervos como forma de ‘enganar’ a sensação de dor enviada ao cérebro vem se popularizado no Brasil como grande solução para o mal. A boa fama, entretanto, esconde um risco: mal diagnosticado, o aparelho pode acabar gerando efeito inverso, trazendo de volta a dor ao paciente. 


                  Especialista no assunto e responsável pela recuperação de Barcelos, o neurocirurgião Marcello Penholate Faria diz que o método mais eficaz no combate à doença é um conjunto de fatores que vai do passo clínico a testes no paciente, passando pela avaliação psicológica de cada caso. O portador da doença, explica Penholate, tem de estar ciente de que o quadro de saúde só mudará a partir da própria atitude. A seleção de quem está apto ou não ao neuroestimulador, diante disso, é fundamental. 


                  "Um dos fatores que caracterizam a dor neuropática é a persistência de uma dor que deixa de ser funcional. Quando ela deixa de ser protetora, para se tornar lesiva e incômoda, é um sinal de dor neuropática. O profissional tem que conhecer o paciente, saber como ele reage, testá-lo e conhecê-lo. Existem dores que não vão embora com a neuroestimulação. Quando o recurso não é indicado, é perda de tempo, dinheiro e frustração", alerta o especialista. Entre os sintomas da doença que são mais bem tratados pelo método estão a sensação de queimação ou formigamento e a dor contínua. Diagnosticada a necessidade do aparelho, o próximo passo é avaliar qual parte do corpo está sendo mais afetada pelo mal-estar. Se a área for muito extensa, a indicação é de que a estimulação seja feita no cérebro. "Se a área for mais fácil de ser acessada pela medula, o aparelho é implantado diretamente nas costas. Existe ainda casos em que o implante é posicionado sobre a área motora do cérebro", acrescenta Penholate.
                  No caso de Barcelos, o neuroestimulador foi adotado devido a uma lesão no fecho de nervos da coluna que o levava a ter dificuldades até mesmo para urinar. Depois de passar por um processo de reabilitação em que voltou a andar, o empresário comemora os resultados: afirma ter tido uma redução de 60% das dores. "A dor era muito dura. Só conseguia driblá-la trabalhando fora do escritório. Antes disso, cheguei a perder 15 quilos em uma semana por causa do sofrimento. Com o aparelho, não consegui nenhum milagre, mas minha qualidade de vida melhorou muito. Tento obter o máximo de aproveitamento possível", conta o empresário. De mês em mês, ele regula a frequência do aparelho de forma a avaliar a reação do organismo. Para operar o neuroestimulador, ele usa um pequeno controle remoto que deve ser posicionado sobre o abdômen. Atualmente, a frequência é de 6,2 volts. “Quando desligo o aparelho, a sensação volta de dois a três dias, e é muito ruim. Além disso, preciso tomar novamente os medicamentos.” 
                  O fator psicológico, na experiência dele, pode se tornar uma das maiores dificuldades na eficiência do tratamento. O sentimento de perda nesses casos torna o paciente destrutivo. “Nos esquecemos que com envolvimento ganhamos um monte de coisas que não conhecíamos. Antes dormia muito mal. Hoje consigo ter uma noite de sono tranquila”, reconhece Barcelos, que antes de ser operado fez três simulações de aplicação do gerador e uma pré-estimulação, com o aparelho operando fora do corpo. "Ainda vou ao Hospital Sarah Kubitsheck, onde fui operado, para conversar com pessoas com o mesmo problema que o meu”, acrescenta.

                  Retorno inesperado O mesmo ânimo tem Alessandro Fernandes, de 39 anos. Autor de um bem-humorado blog em que conta seu cotidiano de cadeirante, o administrador, que sofreu uma grave fratura na coluna depois de se envolver em acidente de moto em 2006, optou por fazer a cirurgia de instalação do aparelho em novembro do ano passado. Vítima de uma dor crônica que causava sensações de queimação e formigamento muito fortes, além de espasmo, ele logo comemorou as melhorias geradas pelo aparelho, sugerido por outro neurocirurgião de Belo Horizonte. Mas nos últimos quatro meses as dores voltaram e o neuroestimulador deixou de fazer o efeito inicial. “Comecei a sentir alguns resultados interessantes, diminuindo as dores em 50%. Mas de uns quatro meses para cá, as sensações doloridas começaram a voltar”, reclama. 


                  Diferentemente da de Barcelos, a dor de Fernandes tem origem mista: é muscular e sensitiva. Como ele recuperou boa parte da sensibilidade nas pernas, parte da dor também voltou. A solução daqui em diante, diz, pode ser recalibrar o aparelho. “Espero que assim volte a fazer efeito”.